Nessa curiosa imagem dos anos 40 vemos o topo do Morro de Santo Antônio, antes do início das obras de arrazamento.
Nosso fotógrafo está em um edifício da Rua Senador Dantas ou da 13 de Maio, nas proximidades da esquina da Av. alm Barroso, vemos inclusive na base da foto os telhados do prédio usado à época como quartel da Polícia Especial.
No topo do morro temos uma área aplainada e parcialmente urbanizada como uma praça, que começa no fim da Ladeira de Santo Antônio. A existência desse platô é praticamente desconhecida, mas talvez remeta a um dos planos de urbanização do morro, criado nos anos 20.
O projeto, um dos conhecidos para o morro, previa a urbanização do decadente morro, curiosamente pouquíssimo ocupado, por casas decadentes e simples e barracos. Local de gente muito pobre no Centro, com a abertura de ruas, loteamento e criação de platôs para a construçaõ dos imóveis, que aparentemente seriam casas. No topo um elegante hotel, para concorrer com o Palace, o Avenida e o possível hotel a ser construído onde hoje é Cinelândia. Curiosamente o plano não foi para frente, talvez pela crise de 29, mas no final dos anos 30 já era dado como certa a demolição do morro e a criação de uma nova esplanda como a do Castelo, que seria cortada pela Av. Norte-Sul e a Diagonal.
Na época da nossa foto o morro já estava com seu destino assinado nos gabinetes da PDF e talvez esse platô tenha sido a única parte realizada pela Industrial Santa Fé, que pretendia lotear o morro. Teria essa empresa capital do Papa, não sei, mas a indenização que a igreja levou, inclusive até memso no material retirado do morro como terra e pedras, indica que sim.