Nessa imagem do nosso acervo, tirada em 1965, vemos um grupo de amigos posando na descida da Perimetral, antes da resolução das disputas pelas áreas ocupadas pela Marinha e Mosteiro de Sâo Bento.
Por causa dessas disputas, a PDF e depois o Governo da Guanabara tiveram que adpatar o projeto original do viaduto, para que houvesse um acesso em duas rampas à Av. Pres. Vargas, via Candelária, como podemos observar numa foto ainda arquivada no fotolog ( http://www.fotolog.com/andredecourt/11810563 ) que faz parte de uma série dedicada ao viaduto.
Essa rampa foi construída de forma transversal, e teria que ser posteriormente demolida caso o viaduto continuasse. Se a marinha alegava questões de segurânça nacional, pela passagem das pistas sobre áreas do Arsenal de Marinha e Primeiro Distrito Naval. Os religiosos de São Bento exigiam verdadeira fortuna pela passagem de um túnel sob o morro e a demolição de parte da Casa Mauá no entrocamento da Av. Rio branco com a Praça Mauá. Tais complicadores freiaram o prolongamento do viaduto por mais de 10 anos.
Nossa imagem mostra bem essa época, com a grande área na frente do Primeiro Distrito naval ainda bloqueada por construções, muitas ainda construídas para o Cais dos Mineiros e a velha Alfândega no séc XIX.
Por ser esta foto tão rica em detalhes postarei também alguns fragmentos dela para a apreciação de todos.
O primeiro fragmento mostra os fundos do prédio do II Tribunal do Juri, antiga Alfândega e hoje Casa França Brasil, por de trás vemos um dos armazes do antigo Cais dos Mineiros, literalmente amputado de uma parte, pois ele foi demolido parcialmente estando ainda as paredes abertas. Ao fundo vemos o muro que ainda fechava a área de marinha, com vários out-doors, como do Crush, da Cafiaspirina e do cigarro Minister. Fazendo de paredes provisórias para o armazem temos outros out-doors, podendo identificar claramente um da Arno. No muro de fundo uma fina publicidade onde lemos “quatrocentão” indica muito bem a época da foto.
Reparem também nas luminárias que usavam lâmpadas fluorescentes, padrão usado no DF e na Guanabara nas vias expressas, como Av. Brasil, Túnel santa Bárbara, Viaduto do Joá, viaduto Negrão de Lima etc.. antes do uso do vapor de mercúrio.
Fechando a imagem o prédio do Primeiro Distrito Naval e as torres da Igreja de São Bento
Já o segundo fragmento mostra os fundos de um grande armazem,onde vemos ruínas de outra parte amputada, no fundo a chaminé de uma embarcação
Esse trecho da perimetral tinha luminárias fluorescentes até a metade dos anos 80 pelo menos.
Tenho a impressão que a foto é mais explicativa que aquela da série do fotolog, não lembro de aparecerem esses armazéns lá.
Pois é essa foto é de um curto perído de tempo no início dos anos 60, a foto do fotolog é de 1970, quando alguns desses armazens já tinham sido demolidos. E a área atras dos out-doors, embora cercada, já estivesse desobstruída
É interessante a tendência dos religiosos da Igreja Católica em resolver estas questões terrenas sempre na base do dinheiro. A criação da auto-estrada Lagoa-Barra também só foi possível pela permuta daquela faixa de mato inútil para a PUC, por uma grande e valiosa área plana na rua Marquês de São Vicente.
Quanto à região da foto, ficou bem mais bonita com a demolição destes armazéns, out-doors e demais mafuás. Contudo, nosso genial prefeito transformou a passagem por esta área em um sacrifício para o usuário. Com o mergulhão passamos a ter direito a barulho, escuridão, ar poluído e calor.
Não são os religiosos católigos que gostam de uma gaita, outos credos tb adoram, principalmente a turma que engambela pobres coitados loteando terreninhos no céu e vendendo felicidade em vida por contribuições, que partem do dízimo que vão até o estelionato