Hoje teremos uma das pegadinhas mais difíceis já postadas por mim.
Aonde fica esse lugar tão agradável? Para facilitar a vida dos comentaristas afirmo que fica nos bairros que formam a CIL, como assim os chamavam os jornais O Copacabana e Beira Mar. A época é 1936/38.
Resposta a noite.
Como a imagem era realmente misteriosa coloco então a resposta, na forma de uma nova foto. Era o largo do Edifício Líbano na Rua Djalma Ulrich.
Na foto resposta vemos parte da fachada do edifício no seu esplendor déco, as varandas curvas ainda estavam todas abertas, bem como o revestimento da fachada original, reparem no detalhamento das varandas, com frisos que se intercalavam entre elas e os pavimentos.
O Líbano construído por dentro do terreno, junto ao Morro do Pavão, certamente era um dos prédios que obedeciam a legislação do Plano Agache, que permitia junto as encostas prédios altos, as vezes com mais de 10 pavimentos, Copacabana e Leme possume vários prédios com essa característica, todos muito valorizados, menos o Líbano e alguns de seus vizinhos.
Além de todas as casas que compunham um cenário tão interessante na primeira foto de hoje, com cercas vivas, que escondiam até mesmo a rua, terem sido demolidas paulatinamente a partir do final dos anos 40 isolando o prédio dos ares marinhos o Líbano é uma das vitimas da política habitacional do socialismo moreno.
A favela do pavãosinho era a menina de ouro às vistas do caudilho, e por isso foi uma das que mais cresceu sem controle nos anos 80, hoje os barracos descem a encosta rochosa que existe por trás do edifício e praticamente encostam nele. Muitos apartamentos simplesmente emparedaram cômodos fechando as janelas com alvenaria, outros as blindaram. Mas não é o suficiente, a “boa educação” da “comunidade” brinda o edifício com lixo, muito lixo que desce pela encosta, nos dias de chuva esse lixo desce pelo outrora simpático largo da primeira foto, inundando todas as ruas da região. Nos fundos do Líbano até uma perna já foi encontrada, sem seu ex-dono, logicamente.
O Líbano ganhou um novo apelido, Ed. Beirute, por estar literalmente dentro da velada guerra que nossa cidade está imersa, e o que poderia ser um dos melhores prédios da região é o monumento vivo ao populismo, passado e presente, que tem o nome de PAC
Fotos: Acervo Myriam Gewerc