Praça VX, década de 90 do séc. XIX

Nossa foto de hoje mostra a Praça XV e a Rua Direita, hoje Primeiro de Março em foto tirada do Paço Imperial.
Nela podemos ver o primitivo alinhamento da Rua, muito mais para “dentro” do que hoje, principalmente se pensarmos que hoje as calçadas se alinham com os sobrados ao fundo.
Talvez essa largura toda remontasse de anos antes, quando tanto a Igreja de Nossa Senhora do Carmo como a da Ordem Terceira do Carmo, possuiam adros gradeados que invadiam o que hoje são as pistas da Rua Primeiro de Março. Aliás muitas igrejas da cidade possuiam adros, não só nas suas partes fronteiras, como nas laterais e traseiras, onde normalmente ficavam os cemitérios.
Aliás essas duas igrejas possuiam no início da cidade cemitérios à sua frente, no grande descampado que surgiu com o recuo espontâneo das águas, cemitérios esses desativados no séc. XVII, e eram utilizados para o enterro de escravos e desvalidos. Até hoje em escavações na Praça XV, ossadas humanas são encontradas junto ao monumento à Osório.
Os espaços para cemitérios rapidamente desapareceram com a proibição do sepultamento junto às igrejas e catacumbas, mas os dianteiros chegaram até o séc. XIX e serviam muitas vezes para manter os pedintes afastados das portas da igrejas.
Na extrema esquerda vemos um pedaço do velho prédio do Convento to Carmo, a direita fechando a praça o conjunto de sobrados da família Telles de Menezes, nessa época essa extremidade ocupada pelo Hotel de France. e ao fundo vemos as torres e cúpula da igreja da Candelária.