Rua dos Pescadores, primeiros anos do séc XX

andredecourts foton från 2007-03-28

Rua dos Pescadores, primeiros anos do séc XX.

Vemos a precária e acanhada Rua dos Pescadores, que era a ligação mais rápida e direta entre as duas partes do porto do Rio, o litoral do Caís dos Mineiros e o da Prainha, contornando São Bento. A rua como muitas outras da velha cidade tinha surgido com seu traçado riscado pela água. Na altura da entrada do atual Primeiro Distrito naval, um pequeno braço de mar penetrava pelo continente nas marés altas, mais ou menos até a Av. Rio Branco. Na beira deste braço formou-se então uma pequena comunidade de pescadores, sendo assim a origem no nome da rua que surgiu quando o mar recuou.
Era uma rua que possuia inúmeras firmas de importação e exportação, principalmente de café, armazens, repartições públicas, casas bancárias e outros estabelecimentos típicos de uma região fronteira a um movimentado porto. Fora isso a rua recebia pesado tráfego de carroções, charretes; fora os bondes que tinham um linha em seu leito.
Como podemos ver a rua era completamente inadequada ao seu fim, e o pior mais um gargalo à nova estrutura portuária que seria incoporada a capital da república.
Passos mais uma vez agiu, destruíndo totalmente a velha via, demolindo seus dois lados e a alargando pelo menos 3 vezes, fazendo a ganhar canteiro central, linha dupla de bonde elétrico, farta arborização por oitis e largas calçadas para pedestres. As transformações foram tão radicais que a velha via deixou de existir, uma parte de seu traçado, mais ou menos onde em tempos remotos o mar penetrava virou Av. Visconde de Inhaúma, já o outro pequeno trecho até o ancestral Largo de Santa Rita foi incorporado a também recém aberta Av. Marechal Floriano.

Comments (11)

angemon 2007-03-28 10:18 …
nunca tinha ouvido falar desta rua! post genial!
PS: coloquei um comment na foto de ontem
bjsssssss
derani 2007-03-28 10:46 …
Não canso de repetir: Governar àquela época era coisa séria…
Inestimáveis valor das obras de Pereira Passos!
E ainda por cima ficava bonito.
edubt 2007-03-28 10:51 …
Os ordens religiosas e afins eram proprietárias de alguns prédios aí. Nos meus Arquivos X, datados um pouco antes dessa foto:
. Religiosos de São Bento: 6 prédios
. Santa Casa da Misericórdia: 4 prédios
. Ordem Terceira da Penitência: 1 prédio
. Religiosas da Ajuda: 1 prédio
. Irmandade da Caridade e Hospital dos Lázaros: 1 prédio
. Hospital da ordem Terceira do Carmo: 1 prédio
O total de construções da rua era de 84 prédios, contando copm propriedades particulares.
andredecourt 2007-03-28 10:55 …
Até que o Mosteiro de São Bento possuia poucos imóveis nessa rua
Luiz D’ 2007-03-28 11:04 …
Seria interessante ver o quanto a Igreja ainda possui espalhado pelo Rio…
http://fotolog.terra.com.br/luizd
edubt 2007-03-28 11:04 …
André, tb achei isso. havia um sujeito, o sr Antonio Joaquim Ferreira (português? Imagiiiina), que tinha 8 prédios, sendo alguns de “duos andares”.
:-)))
Marcelo Almirante 2007-03-28 11:40 …
Uma rua portuguesa com certeza. Os cariocas são uns ingratos com a cultura portuguesa, com os portugueses, estes que mal ou bem, civlizaram essa parte da América do Sul. O Rio de Janeiro é também Portugal.
Hoje, o povo controlado pelos meios doentios de comunicação, ganha cada vez mais a imagem de um povo sem memória e de imaginário estereotipado.
Resistêncua cultural sempre.
Wagner Bahia 2007-03-28 13:37 …
E já estavam lá…, os famosos “burros sem rabo”…
Bela foto e post. Este fotolog é uma “aula” diária.
caucaia1 2007-03-28 17:29 …
Ainda vi essa gente a trabalhar à volta de 1970.
Alguns poucos deixavam-se ficar em frente à Rua da Quitanda 19, entre sete de Setembro e Assembléia. Na rua do Acre haviam outros…
caucaia1 2007-03-28 17:32 …
Ainda vi essa gente trabalhando. Haviam alguns que se deixavam ficar à frente do número 19 da rua da Quitanda, entre Assembléia e Sete de Setembro.
Outros ficavam para os lados da rua Acre…
js 2007-03-28 17:34 …
A foto torna-se mais bela com o texto. O Fazendeiro Bras de Pina tinha um trapiche nesta região.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

65 + = 66