O Morro da Viúva, hoje escondido pelos prédios das Avenidas Ruy Barbosa e Oswaldo Cruz.
Inicialmente por sua posição privilegiada na entrada da Baia da Guanabara foi usado com posto de observação e posteriormente tendo abrigado um pequeno fortim, com outeiros de artilharia.
Era muito comum pelo velho Rio colonial a mobilização de baterias de canhões pelos morros da cidade, morros como o da Babilônia no Leme eram repletos de platibandas onde os velhos canhões eram colocados.
Já no séc. XIX o morro passou a ter duas funções ligadas ao desenvolvimento da cidade.
Em 1870 carecia a cidade de um abastecimento de água mais moderno e constante, mas a capacidade de represamento dos mananciais de dentro da Côrte era limitada foram executados o Açude do Camorim e grandes caixas d’água, como a da Tijuca, da Quinta da Boa Vista e a da Ladeira do Ascurra todos entre 1850 e 1868, mas eles ainda eram insuficientes para a regularização do volume de água principalmente nas estações de estiagem.
O grande engenheiro Antônio Rebouças, que percebeu que a cidade necessitava de mananciais vindo de outros maciços e sugeriu a adução do Rio do Ouro, e além disso um complexo sistema de reservatórios comunicantes e uma rede de adutoras dentro da cidade. Além disso dentro deste mesmo plano o engenheiro recomendava a melhoria do represamento do Rio dos Macacos.
Em 1877 foi inaugurada a adutora do Rio do Ouro junto com a adutora um pacote de reservatórios que regulariam o abastecimento da cidade, e que foram sendo inaugurados nos anos próximos como o primitivo do Pedregulho o de São Bento e o do Morro da Viúva esse terminado no ano de 1878 e o qual vemos a foto de suas instalações.
O reservatório manteve a sua função até depois da inauguração do sistema do Guandu, recebendo diretamente água do reservatório do Pedregulho. Sói a partir dos anos 70 com melhorias na estação de tratamento e a construção novas adutoras para a Zona Sul, que o velho reservatório foi desativado.
Hoje do nível do mar poucos conseguem perceber a sua presença no topo do morro, apenas em duas pequenas frestas entre os prédios perto da Praça Nicarágua que podemos ver a escadaria de acesso ao sistema e também os grandes canos de ferro fundido.
O Morro da Viúva também contribuiu para a construção de importantes obras públicas no final do séc. XIX e início do XX pois em suas fraldas se encontrava a pedreira da Grande empreiteira Jannuzi & Irmãos responsável por grandes obras no período, só para exemplificar os meio fios da Av. Rio Branco e Beira Mar, bem como as suas amuradas e o Obelisco de conclusão da Av. Central são feitos com seu granito
Comments (11)
Sempre quiz saber o que existia em cima daquele morro escondido. Será que isso ainda está lá assim conservado? Será que é possível visitá-lo?
Luiz, acho difícil tudo estar arrumado, ou então ser visitado, lembre-se o lugar é da CEDAE e do Governo do Estado e como tudo que é desses dois entes estatais, o abandono e a ineficiência grassam !!!
Excelente foto, que confirma seus comentários lá em http://fotolog.terra.com.br/luizd:592 (quem quiser ver tem que digitar o numeral, já que o fotolog/net “come” o número no “link”) sobre o que havia no Morro da Viúva.
O texto, como sempre, repleto de informações.
Boa tarde,André.
O reservatório ocupa a mesma posição do forte? Acrescentando que um destes pontos de defesa ficava no meio da praia do Flamengo ( no recorte original,é claro),de forma semicircular,para poder atirar para todos os lados.
As construções clássicas ao fundo devem ser acessos ao interior ou casa de bombas.
Waldenir, não tenho essa informação, mas há uma boa possiblidade do fortim ser aonde hoje está o reservatório.
Foto com um belo visual ao fundo…
O Palacete Martinelli tinha um acesso ao alto do Morro da Viúva, por um túnel-e-elevador escavados na pedra. Lá em cima, quadras de esporte e outras construções (acho que, inclusive, uma capela). O prédio que foi construído no lugar do Palacete manteve o acesso e transformou o alto do morro em área de lazer. Pelo menos mais um prédio tem lazer lá em cima.
Recomendo uma olhada no Google Earth. Podem ser vistas 2 piscinas, quadras de esporte, casas e até a caixa d’água, completamente coberta de vegetação.
http://www.flaviorio.globolog.com.br
Como um cearense que ama o Rio, me surpreendo mais e mais quando descubro (através de bons instrumentos, como o teu flog) outros recantos e histórias da cidade!! Já tinha ouvido falar do Morro da Viúva, mas não sabia nada a seu respeito. Abraços!!
PS.: era você no RJTV, falando sobre o novo metrô? Atuante não apenas no passado da cidade, mas também no presente!!
Deve ser uma visita interessante !