Praça Malvino Reis, 1900

andredecourt's Foto von 07.04.06

Farei hoje um post duplo com o amigo Luiz D’arcy.

O assunto hoje é praça Serzedelo Correia e arredores.
Em seus dois flog’s o amigo mostra fotos relacionados ao lugar, no primeiro mostrando uma bela aérea da praça e arredores nos anos 20 e na segunda uma foto do famoso Centro Comercial de Copacabana, ainda com a sua fachada original, construído onde durante décadas foi a estação central de bondes do bairro, construída ainda no sec. XIX ( http://fotolog.terra.com.br/luizd:310 e http://ubbibr.fotolog.com/luiz_d/?pid=16395824 ).
Posto então uma foto que engloba os 3 principais personagens, a praça, a igreja e a estação.
Nessa foto de 1900, tirada do topo da velha estação, também conhecida como ponto 100 reis, pois a partir dela o passageiro tinha que complementar a sua passagem com esse valor para acessar qualquer um dos ramais que dela partiam, pois tratavam-se de ramais fora da área urbana, ramais de arrabalde, vemos a praça Malvino Reis ainda tomada pelo mato e pelas dunas.
Do outro lado vemos alguma das casas pioneiras, e a igreja do Senhor do Bonfim (construção mais alta à esquerda), ainda em sua forma original de capela, com um estilo que lembra o Manuelino.
Apesar de ser a praça principal do bairro, porta de entrada do mesmo e local de seus principais estabelecimentos comerciais, principalmente antes da construção do túnel Novo a praça permaneceu sem urbanização, muitas vezes servindo de depósito para os materiais das obras públicas que se faziam no bairro até o ano de 1910/11, quando na administração Serzedello Correia ela sofreu a sua primeira transformação. A partir daí e com a inauguração do busto do prefeito, pago com subscrição popular de moradores e comerciantes do bairro e que milagrosamente se encontra no mesmo lugar de ha quase 100 anos atrás a praça ganhou o nome que tem até hoje.
Já a modesta capela, na primeira década do sec. XX já começava a não atender a demanda dos moradores que buscavam o bairro como residência, não por espaço, mas sim por acanhamento de sua instalações para um novo tipo de burquesia atlântica que surgia. Fez-se então uma grande campanha de arrecadação de fundos para a reforma do templo, patrocinada pelos grandes estabelecimentos do bairro, capitaneados pelo “Au bom Marchê”, restaurante do Leme ( bar da Brahma ) e pelo jornal “O Copacabana”, os grande doadores de dinheiro ou de materiais se quisessem, e acho que 90% queria por motivos de Status, tinham o direito de terem seus nomes divulgados pelo jornal e em carazes nos estabelecimentos participantes da campanha, inclusive no cinema Copacabana, o primeiro do bairro, e que ficava nessa praça, em localização exata por mim ainda nebulosa.

Comments (16)

Derani 07.04.06 10:17 …
Difícil hoje imaginar tanta areia debaixo daquele mundo de asfalto e cimento. Devia ser um sacrificio andar por aí de sapatos. Os bondes, me lembro, todos tinham uma caixa de areia próximo ao condutor. Minha mãe dizia que era para em caso de haver graxa ou óleo nos trilhos, evitar a derrapagem. O que me intriga é o contrário.. e os bondes aí ? Não acumularia areia nos trilhos e dificultaria a circulação?
lucia 07.04.06 10:39 …
Buenas!
Que que houve, teve ensaio ontem???
Humpf!
Milu 07.04.06 10:48 …
O ângulo dessa foto é quase o mesmo do da foto que eu postei.
http://fotolog.terra.com.br/cartepostale:192
Eu morei aí.
luiz_d 07.04.06 11:05 …
André,
existiu um Cinema Copacabana nesta Praça Malvino Reis, no nº 20 (seria então naquela rua da praça que liga a Hilário de Gouveia à Siqueira Campos, de 1909 a 1912.
Depois houve um Cinema Copacabana que funcionou de 1913 a 1917 e ficava na Rua do Barroso 53.
Não sei se quando foi modificado o nome para Rua Siqueira Campos a numeração correspondeu exatamente a atual.
Se tiver correspondido, o tal cinema ficava bem ali na esquina, onde era aquele Café (Cruzeiro?).
E ainda houve um Cinema Copacabana funcionando de 1921 a 1922 na Rua do Barroso 58.
andredecourt 07.04.06 11:26 …
Luiz, o cinema da rua do Barroso funcionou se não me engano em um imóvel ao lado do antigo café Pernambuco, demolido recentemente para a construção do “Medical Tower” houve outro no lugar do supermercado Mundial, antigo CB 24 horas.
Já o primitivo cinema, como a numeração da praça foi modificada, não dá para saber bem o local, na praça também funcionou o externato Pitanga, um dos primeiros colégios do bairro, o que me deixa desconfiado da localização deste é que nos anos que ele funcionou na praça o casario ali, fora a escola era muito precário, quase casebres.
É meio estranho mas acho que esse primitivo cinema funcinou na Av. Copacabana, ao lado do Au Bom Marchê, onde hoje há o hotel, pode ser que a numeração na época fosse desorganizada ou ainda sem cadastro por parte da prefeitura.
Rafael Netto 07.04.06 11:43 …
Olhando pra esse lamaçal/areal aí me lembrei da Praça José Bernardino (Pomar da Barra) nos anos 70/80…
Quanto à minha foto, os degraus curvos ficam perto do portão do Clube dos Marimbás. Alguns metros adiante dão lugar à muretinha que aparece na foto.
http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto
AG 07.04.06 12:52 …
De cinema em cinema; de Barroso em Barroso; de Pernambuco ao Pitanga, vamos chegar ao que interessa.
Certa casa de prazeres licenciosos que aí havia, em data não muito longínqua. Tratava-se, como alguns hão de se lembrar, de uma boite gay que teve como gerente, conhecida figura que muito frequenta nossos bares virtuais do coração.
Diante do possível choque, sentido por pessoas mais sensíveis, ou seja: senhoras, crianças e senhores provectos que por aqui costumam passar, vamos manter, pelo menos por enquanto, esse nome em segredo. Mas o tempo — segundo o escroto e f-d-p do Collor, é o senhor da verdade — o tempo se encarregará de revelar o herói desta história.
Aguardem.
jban 07.04.06 14:49 …
Eu sei quem é ….
 
prfragoso 07.04.06 23:58 …
André,
Esta foto me lembrou uma outra postada por você em 06 de janeiro p.passado.
Espero que não seja esta a que se referiu no final do texto: “visão oposta, 15 anos depois”.
http://ubbibr.fotolog.com/andredecourt/?pid=13262268
Até segunda, pois.
prfragoso 07.04.06 23:58 …
Quero dizer, para não estragar a surpresa.
andredecourt 08.04.06 11:12 …
Não Paulo, dessa que vc comentou, a que será postada na segunda quase tudo mudou !! Em 5 anos !!!
Celso Serqueira 08.04.06 18:39 …
Caramba, não parece Copacabana nem a pau. André, desculpe-me por decepcioná-lo, mas não tenho nenhuma história de Copa para publicar. Aquela “ameaça” era o revide da gozação que o Luiz fez sobre o “ineditismo” do Palácio Monroe nos fotologs, tema que eu estava abordando naquele dia.
AG, parece que “o tempo é senhor da razão”, não “da verdade”. Isso coloca por terra as suas expectativas de denunciar este crápula cafetino que explorava as pobres bibas e didas da noite?
Lefla 10.04.06 09:02 …
O AG era gerente de boite gay? Estou aqui tentando imaginar, não tendo sido ele, quem teria sido. Todos são suspeitos, o AG está lançando uma teoria que colocar, imediatamente, um ponto de interrogação sobre cada nome que fala aqui. André é suspeitíssimo. Nelson. Jason?
Rafael Netto 10.04.06 12:12 …
Faço a mesma pergunta aqui e no ressuscitado Tumminelli: eu tenho um esquema da batalha dos 18 do Forte (1922) que mostrava uma ruela ligando o centro da praça à Av. Atlântica. Tem registro dessa rua? Hoje em dia parece que não restaram cicatrizes.