Vemos num tempo anterior as invasões bárbaras das areias da praia, a famosa tríade dos vendedores de praia, o do mate e limão, com seus tambores de metal pendurados nas costas, o do biscoito Globo e o que levava o isopor ou com sorvete ou com bebidas.
Na foto ainda faltam dois vendedores, o Lig-Lig (tring ling, ou trig lig ou ting ling), que vendia biscoitos, pirulitos de açúcar queimado e se anunciava fazendo barulho com uma pequena matraca e o de óleos de bronzear e afins. Na segunda metade dos anos 70 apareceu o vendedor de areia mais hight-tech que passou pelas praias cariocas, o vendedor de coca-cola em copinhos usando para isso uma”mochila” que era na verdade uma máquina de post-mix portátil, a última vez que vi um desses foi no Maracanã.
Como todo o personagem carioca, lendas e peculiaridades envolviam esses vendedores, os de mate e limão tinham sempre a suspeita do batismo da água em seus tambores, vários juravam de pé junto ter los visto completando seus tambores com água da bica em garagens de prédios próximos da orla, outros duvidavam da procedência de seus produtos. O que não importava, tanto o mate como o limão eram deliciosos. Já o vendedor de bebidas, num tempo em que latinhas de alumínio e embalagens one-way eram objetos de filme de ficção científica, comercializavam, cascos retornáveis mesmo, refrigerantes em garrafas de 290 ml e cervejas em garrafas do tipo mini-saia ou normais de 600 ml, aí entregando copinhos plásticos ou de papel parafinado, o mais impressionante é que em uns 15 minutos ele voltava para pegar os seus cascos…. mesmo com praia cheia, ele voltava no mesmo ponto da areia onde tinha feito sua venda.
Hoje se bebe e se come de tudo sem sair da barraca, para muitos pode ser extremamente cômodo, mas a de se pensar no aumento de lixo e resíduos que toda essa comilança pós anos 80 deixa nas areias da praia.
No fundo vemos uma Av Niemeyer sem o hotel Sheraton e com uma favela do Vidigal mínima
Foto Coleção Desmond Cole
Comments (24)
se não me engano o nome daquele treco de madeira com metal é tring ling, ou trig lig…
Semana passada eu encarei uma limonada desse desses tambores de metal, que voltaram, estava uma diliça!!!
Qt aos vendedores ambulantes… bem outro dia tinha um vendendo a mãe. A velha era um monstro!
:-)))))))))))
bateu saudade!
mate limão e biscoito “Grobo”, dupla inesquecível!
PS: onde andas, sumidinho?
bjs
E as barracas de sol eram de pano. Ficavam salgadas e tinham que ser lavadas no chuveiro, quando a gente chegava em casa. Cadeira era luxo e era de metal, pesado. Havia esteiras (biodegradáveis). Tinha aquela ali, de alumínio, trançadinha, que deixava marcas nas coxas e costas. As pessoas ficavam estampadas de xadrez.
Mate, para mim, era o Seu Antonio, que sabia o nome de todas as crianças, falava com todo mundo e usava um chapéu enorme… Um negão simpático de doer que até tomava conta da gente e, quando via que a gente tava perdido, dava a mão e levava de volta para a mãe desesperada. Várias vezes fez isso comigo.
Os astronautas da Coca-Cola não sobreviveram. O líquido saía quente e sem gás. Deve ter sido algo inventado em Atlanta e, como americano acha que tudo que é bom para eles é bom para o mundo, se ferraram: a temperatura do Rio de Janeiro é digna do Planeta Mercúrio.
O nome é Ting-Ling. O que houve com os Ting-Lings??? Será que foram extintos pela ANVISA? Nada se compara aqueles waffles que eles vendiam e os pirulitos que quebravam dentes!!!
Os wafles da praia tem sabor de infância…
Tinha também mais anto ainda, a cadeira de praia de madeira (formato de X) com lona.. e o Tring-Ling (a gente chamava assim) também tinha na zona norte, mas só fim de semana… saudades
desculpe: anto = antigo
Pois é….
Mas acho que você não tem ido muito a praia ultimamente, Andre.
Apesar das Barracas fixas, os vendedores da areia lá estão. O biscoito Globo continua, os de refrigerante, de sorvete, e mesmo os de mate e limonada voltaram. Poucos, mas existem.
Tem o árabe, tem os sanduiches naturais,tem o cara que faz caipirinha na hora do sabor que você quiser, tem o cara que vende esfirra por R$1,00 e faz o delirio do Sérgio Araujo na praia.
Tem o sacolé do Claudio que é uma delicia!
Agora, independente de serem comprados em barracas fixas ou de passantes, o lixo fica TODO na areia!
O que me deixa irritadissíma!
essa falta de educação do carioca é um horror!
As pessoas são incapazes de pegar o que consumiram e jogar na lixeira, ou levar um saco plástico para colocar seu lixo.
Depois quando o Manolo fala lá no Luiz, que o Rio continua lindo apesar dos cariocas, todo mundo fica danado; inclusive eu fiquei num primeiro momento.
Mas ele tem toda razão!
Dá vontade de chorar de raiva de ver a praia num final de dia de sol, tamanha a sujeira deixada por aqueles ditos que pagam os mais caros IPTUS da cidade.
Lúcia por tudo o que vc falou aí em cima a praia hoje me irrita, mercado persa por mercado persa prefiro ir na SAARA.
Praia prá mim tem que ser um lugar de contemplação de paz, de ouvir as ondas e o vento, infelizmente aqui no Rio é impossível !!!
Hoje a praia é babel, terra de ninguém.
Bela recordação.
Adorava o limãozinho até ver como era feito, no Centro Comercial de Ipanema, anos atrás…
Relembre o vendedor de “ting-ling” em http://fotolog.terra.com.br/luizd:148 (não esqueça de adicionar :148 e dar enter ao abrir o http://fotolog.terra.com.br/luizd
Agora estive pensando; sabe há quantos anos eu não ponho os pés numa praia carioca ? Bota aí uns 250 anos, por baixo. Só de pensar, começo a me coçar todo.
Mas eu acho que já contei aqui (ou acolá) que um dia passando numa praia do sul da França (eita, sujeitinho besta) vi uma pipa em forma de águia; daquelas que se vendiam na praia (será que ainda vendem ?) de Copacabana. Pensei logo: tem francês na área que trouxe a pipa do Brasil.
Formidável engano; tratava-se de um brasileirinho espertinho que vendia essas pipas e outros souvenires brasileiros na praia, não me lembro, se em Cannes, Saint Tropez ou la Madrague.
Ih, disfarça: lá vem a chata da Brigite.
Me deu ate’ sede!
Muitos vendedores ambulantes tinham os seus gritos caracteristicos, que faziam parte do background acustico da praia, misturados com o quebrar das ondas e o burburinho das conversas. Me lembro de um vendedor que gritava sem parar: “Olha o mate! Very much!” E os do biscoito de polvilho (tambem chamados de mentira carioca?): “E’ o biscoito salgado e doce, olhai’!”.
Repetindo o que eu falei lá no Luiz D’, assim era a praia quando eu a conheci… mas era o final do Leme, Ipanema eu só fui pela primeira vez na adolescência.
Os copos de papelão parafinado eram uma unanimidade e foram desbancados pelos plásticos, não biodegradáveis.
Aliás – heresia das heresias!!! – vi esta semana que o Biscoito Globo agora está usando embalagens de plástico transparente!!!! Coitado do meio ambiente… Mas ainda existem numerosos “clones” que continuam adotando as embalagens de papel.
Aqui em casa tinha uma cadeira de praia IGUALZINHA a essa aí. Acho que era fabricada pela Rochedo, a mesma das panelas de pressão.
O post-mix portátil era raridade, eu nunca vi mais na praia durante os anos 80, e só fui vê-lo de novo no Maracanâ, em 1990. A impressão que eu tenho é que saía muito mais espuma do que líquido.
http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto
Maurinho, Maurinho, (saudações cuzmaltinas!)
essa distância do Brasil, que teu peito invade, te faz esquecer alguns detalhes sobremaneira importantes.
Um deles é o seguinte: biscoito de polvilho nada tem a ver com a famosa mentira (ou mentirinha) carioca, que tem até musicazinha composta pelo Paulo e Marcos Valle. Mentira carioca é aquele biscoitinho pequeininho, redondinho, amarelinho em cima e queimadinho em baixo que tem gosto e textura de biscoito de fubá de milho; mas não sei de que é feito.
“The smart place do be” está deixando você, tal a Carmem Miranda, americanizado.
Ahhh… Ilustre AG, voce tem razao. Eu nao tinha certeza, por isso tive o cuidado de colocar um ponto de interrogacao. Obrigado por avivar minha memoria um tanto quanto esmaecida.
Hoje o Globo publicou uma matéria sobre os “serviços exóticos” disponíveis na praia.
Tem bar cujos garçons atendem na areia, vendedor de sanduíche natural com um carrinho que parece um tanque, entrega de comida japonesa e até “personal passadora de filtro solar”.
http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto
http://www.flogao.com.br/tiojohns
Esse é o enderço do puto ladrão de fotos
Alguém se lembra dos antigos canudinhos? Eram de papel colado em espiral, horríveis, e q amassavam antes da metade da garrafa de refrigerante e entupiam, e então a gente tinha q trocar por outro?
Limão e Matte …
Nos anos 70, quando a Ilha do Governador tinha praia, tinha a carrocinha do Benigno, que vendia ovo de codorna com mate. Era demais.
Eu sou vendedor de mate limão na praia de ipanema posto 9 e garanto a qualidade da minha mercadoria pois ando com notas fiscais de agua mineral (galão de 20 lts.)e gelo cubo proprio pra bebidas (industrial)
parceiro, não sobra nada!meus galões são quadrados( novos modelos de mercado) e são térmicos. da uma passadinha la no posto 9 se voc beber e não gostar eu ti indenizo.
Willian, só vou a praia a pé (questão de ideologia), infelizmente meus domínios se resumem aos posto IV e V….mas deu vontade de um mate com limão e com direito a “choro”….