Essa é uma foto que nos mostra muito das constantes transformações do Centro no séc XX.
Passavam-se pouco mais de 35 anos das reformas de Passos e a cidade era submetida às reformas do Estado Novo, que aproveitavam de muito o plano Agache aprovado nos estertores da velha república, mas que de muito contribuiu com as feições do Centro e de vários bairros da Zona Sul e até Zona Norte como a Av. Radial Oeste.
Nessa foto podemos ver que o prédio da primeira geração da Avenida Rio Branco na esquina com a rua São José já foi demolido para a abertura da nova via, a cicatriz na empena cega à direita nos mostra isso.
Na rua da Ajuda, renomeada por Passos de rua Chile e talvez nessa época ainda assim chamada, vemos também as cicatrizes nas paredes dos sobrados de ambos os lados, o que impressiona é a largura da rua, ainda sem os afastamentos criados com a construção dos prédios nos anos 50 e 60 como o prédio do BEG, depois Banerj, ainda mais, se pensarmos que ela foi alargada por Passos e no período colonial era uma das ruas com traçado mais correto da cidade. A construção que aparece à esquerda foi demolida com o passar dos anos, não sei se nessa época, ou pelo grupo Lume Empresarial para a construção de sua sede, que nunca existiu, ou desapropriado nos anos 60/70 para a construção da praça Melvim Jones, mais conhecida como Buraco do Lume.
Ao fundo vemos as avenidas novas construídas na esplanada do Castelo, chama muita a atenção o coroamento original do edifício Nilomex, na esquina da rua México, totalmente Déco e que desapareceu no final dos anos 50 com o avanço da fachada.
Também é de nota reparar que a Av Nilo Peçanha possuía um largo e arborizado canteiro central, que terminava com uma pequena marquise circular, possivelmente abrigo para o policiamento, vemos ainda terrenos vazios à esquerda, e na esquina com a rua Graça Aranha o prédio hoje ocupado pela Procuradoria da República ainda nos primeiros andares.
Em primeiro plano vemos um dos postes do canteiro central da Rio Branco já com as luminárias modificadas, e segurando os sinais de transito, curiosamente ainda angulados para o traçado da rua São José.
Comments (24)
Olho, olho, olho e não vejo ninguém de bermudas, sandálias ou sem camisa – outros tempos!
Curiosíssimos os sinais de trânsito no poste em primeiro plano.
Belo registro.
http://fotolog.terra.com.br/luizd
Boa foto, André. Foi voce que tirou?
:-))
Voce tirou algumo que apareça o Bolo de Noiva?
:-)))
Bela foto.
Se não fosse arrasado, neste trecho ainda teríamos o Morro do Castelo, correto?
Eu já vi essa foto em outro fotolog.
A impressão que se tem é que o lugar era uma zona!!! Cicatrizes urbanas, empenas cegas, casas “soltas”, estacionamento no meio da rua…
O prédio vizinho ao Nilomex (o Decourt sabe o nome) que dá pra Graça Aranha ainda tem o contorno original. Tem até uma espécie de torre circular.
Pra tirar essa foto hoje em dia ia ser preciso uma grua estacionada do lado do Avenida Central…
Em baixo na foto, à direita, AG com seu chapéu branco panamá, indo tomar um Chopp Gelado no Bar Luiz. Ele já era fiscal de botequim desde àquela época.
Detalhe para a calçada em pedras portuguesas à direita, no tradicional formato “ondas” , hoje restrito a Copacabana.
O morro do Castelo vinha até aqui ?
Acho que não. O limite, salvo erro, era nos fundos da Igreja de São José, inicio da rua do mesmo santo, isto é, mesmo nome.
Isso que o Luiz reparou é engraçado mesmo. Você não vê ninguém andando esculhambado. Naquele época ir “à cidade” requeria pompa e circustância. Alguns lugares tipo ministérios, autarquias, e escritórios de grandes empresas você não entrava sem gravata.
Velhos tempos, velhos tempos.
AG,
A Rua da Ajuda era um dos limites do Morro do Castelo. Não se esqueça que durante as reformas de Passos, parte do morro foi cortado para a construção da atual Rua México.
Tô com medo da cicatriz da empena cega… Isso é filme de terror, ou o quê?
Vc já viu uma empena cega ferida? São furiosas!!! :)))
Isso aí não é uma Park-Way ???? :-))
Amigo AG, segundo o Sr. José Pereira Correia Lopes, gerente da Confeitaria Colombo ( ejuntamente comigo, um dos ultimos portugueses desta cidade)- as pessoas nesta epoca eram “muito bem vestidas: os homens usavam terno e as mulheres roupas muito elegantes, que hoje só usam em festas. Tinha gente que vinha de luva, usava leque para se abanar.(…) no restaurante existia um paletó para emprestar para os homens puderem entrar”. Hoje vejo gente de bermuda no local (que continua soberbo)- outros tempos.
Correção :”…para os homens poderem entrar”.
JBAN, grande dica. Eu pensava que o limite era na Igreja São José e a fralda do morro seguia a atual Antonio Carlos. Vivendo e aprendendo.
Pois é, patrício, é uma pena que certos hábtos tenham desaparecido. Se bem que eu não ache que nesta terra tórrida caia bem terno e gravata. Mas isso não é motivo para se sair por aí de chinelão Raider, bermudão da Sandpiper e camisa do time preferido; que tenha vermelho e preto às riscas, então, é um horror !
Uma curiosidade: o prédio à esquerda da foto, o último da Graça Aranha, tem o poço dos elevadores revestido de tijolos de vidro, ficando assim iluminado por dentro durante o dia.
E os elevadores originais também tinham vidro na parte de trás, ganhando assim iluminação natural. Destes elevadores restava apenas um na época que eu estudava no Goethe (tem uns 10 anos), não sei se ainda está lá.
Vamos lá. O Morro do Castelo era limitado pela Rua da Ajuda, Rua Santa Luzia (praia), Rua da Misericordia (extinta) e Rua São José.
Veja fotos e mapa em:
http://www.almacarioca.com.br/hist08.htm
Foto extraordinária, mostrando o limite entre o vazio deixado pelo Morro do Castelo e a cidade colonial.
Junto de mais uma obra de alargamento.
Legal essa foto. Num desses predios ficava o Rotary Club, onde minha mae trabalhou por um curto periodo, na epoca do suicidio de Getulio. Concordo com o Tumminelli, tambem acho que essa Nilo Pecanha era bem feiosa. Talvez seja um dos poucos lugares do Rio que melhorou a aparencia.
A coisa está ficando esquisita.
Park Way prá lá, Town House prá cá…
Rafael eu me lembro desse elevador, o poço até hoje tem sua parte traseira com esquadrias de vidro jateado, ou imundos, não sem bem, pois só os vejo do ed. Mayapam, mas sem dúvida era bem interessante.
Na quinta coloco outra foto dessa região, só que agora no chão
A calçada no tradicional formato “ondas” também está no calçadão de São Conrado e na Lagoa, no trecho da Curva do Calombo. Vi hoje.