Perimetral, a série II

andredecourt's Foto von 07.09.05

A série continua.

Com a criação da SURSAM ainda no DF, começou um grande plano viário para desafogar a cidade, que se encontrava sufocada, novos viadutos, túneis, alargamento de vias, reordenamento do tráfego, construção de edifícios garagem, implementação de Metrô começaram a ser posto em prática.
Foi contratado, já na Guanabara, o escritório do arquiteto grego Doxiadis, que estava implementando um projeto na cidade de Nova Iorque, muitas dessas vias tem a autoria dada a ele, mas os túneis Rebouças e Santa Bárbara (esse com a obra se arrastando desde os tempos da PDF) vários viadutos já tinham sido planejados em tempos passados, por arquitetos e urbanistas da PDF, agora integrando o quadro do estado da Guanabara.
O traçado inicialmente previsto para o Perimetral se mostrou inviável, pois com o advento do IPHAN na década de 40 todo o conjunto da Santa Casa foi tombado, precisava-se de um novo caminho, inclusive pois toda a área onde o viaduto começaria no terminal terrestre do Santos Dumont estava ou com o ministério da Aeronáutica ou com complicadas sessões fundiárias.
Resolveu-se então que o caminho seria rente ao litoral, com o resto já planejado, para isso aproveitou-se os planos, já adiantados, da mudança do Mercado Municipal, para a CADEG, já em estudos avançados inclusive com área já tredestinada.
Começaram-se então os planos de um novo viaduto e uma briga interna entre os técnicos da Guanabara, muitos defendiam uma estrutura mais delgada, com poucos pilares e tabuleiros bem finos, caminhando para a idéia da estrutura metálica, com grandes vãos.
Já outra turma, com a esfarrapada desculpa da economia, defendia o concreto armado, já utilizado com sucesso em viadutos como ode Madureira, mas o terreno frágil e a falta de criatividade do projetista e do calculista transformaram algo ruim em algo muito pior.
Uma sucessão de grossos pilares, um colado no outro começou a fazer o paredão visual e obrigar a demolição quase total da área.
Essa foto nos dá uma interessante perspectiva da construção, no meio da foto vemos 4 pilares tão juntos que nessa resolução farão um só bloco visual.
A demolição de uma região urbana já consolidada foi um crime, além do mercado Municipal, vemos que o Pavilhão de Caça e Pesca ainda existia, muito modificado e com suas torres unidas por uma maciça construção, o pavilhão de Estatística que sobrevive até hoje também é bem visível.

Comments (13)

soul_captives 07.09.05 10:24 …
d+
heilborn 07.09.05 10:49 …
Incrível isso!
Vc tem alguma foto do Rio Comprido antes do Rebouças e do Paulo de Frontin, daquela área entre o Sta. Barbara e o viaduto?
Rafael Netto 07.09.05 11:04 …
O nome do grego era Diaxodis ou Doxiadis?
http://www.fotolog.net/tumminelli/?photo_id=9224132
Tem pilares do viaduto ali? A primeira vista achei que fosse o Mercado antes da destruição. Merece resolução mais alta…
macintosh 07.09.05 12:14 …
que maravilha de foto! adoro ver o rio assim. e uma revelacao, sempre almoco no CADEG de sao cristovao, e nao sabia esta estoria do caminho para o mercado!
abracos
roney (http://www.fotolog.net/roney)
andredecourt 07.09.05 12:21 …
Rafael, os pilares estão na frente do pavilhão de Estatística
Luiz D´ 07.09.05 12:48 …
O grego era DOXIADIS.
Vera Rezende, em relação ao sistema viário e transportes, assim diz: “O Plano Doxiadis, altamente técnico, introduz os estudos de transportes a partir de modelos matemáticos, visando o dimensionamento das vias. Paralelamente, procura adaptar o Estado da Guanabara de forma global a um modelo reticular predeterminado e baseado mais na Equística que na situação real do objeto de estudo”.
Deu no que deu!
http://fotolog.terra.com.br/luizd
andredecourt 07.09.05 13:07 …
Valeu pelo nome certo, afinal não é todo mundo que fala grego..hehehehe
rbpdesigner 07.09.05 15:06 …
bela série, André!
e o feriado chuvoso?
que m, hein??
de qq maneira, bom feriado para vc!
[]s
Rafael Netto 07.09.05 16:33 …
Será que seria possível ter feito o elevado SOBRE o mercado, sem destruí-lo?
andredecourt 07.09.05 16:36 …
Claro que sim, mas pelo visto não era o interesse
Marcelo Almirante 07.09.05 18:04 …
Iamgine um viaduto desse cruzando a Praça do Comércio em Lisboa, seria o fim.
Incrível como o processo de destruição da cidade se acentuou nos anos 60, tudo em nome da merda do “progresso” e das montadoras de veículos.
Como quase sempre, os interesses maiores, daqueles poucos que controlam as rédeas da sociedade.
Vivemos na idade média da civilização.
brites 08.09.05 08:02 …
Dá nem pra acrescentar mais nada… Quero só ver como serão as obras para o Pan…
Bom dia!