Com a criação da SURSAM ainda no DF, começou um grande plano viário para desafogar a cidade, que se encontrava sufocada, novos viadutos, túneis, alargamento de vias, reordenamento do tráfego, construção de edifícios garagem, implementação de Metrô começaram a ser posto em prática.
Foi contratado, já na Guanabara, o escritório do arquiteto grego Doxiadis, que estava implementando um projeto na cidade de Nova Iorque, muitas dessas vias tem a autoria dada a ele, mas os túneis Rebouças e Santa Bárbara (esse com a obra se arrastando desde os tempos da PDF) vários viadutos já tinham sido planejados em tempos passados, por arquitetos e urbanistas da PDF, agora integrando o quadro do estado da Guanabara.
O traçado inicialmente previsto para o Perimetral se mostrou inviável, pois com o advento do IPHAN na década de 40 todo o conjunto da Santa Casa foi tombado, precisava-se de um novo caminho, inclusive pois toda a área onde o viaduto começaria no terminal terrestre do Santos Dumont estava ou com o ministério da Aeronáutica ou com complicadas sessões fundiárias.
Resolveu-se então que o caminho seria rente ao litoral, com o resto já planejado, para isso aproveitou-se os planos, já adiantados, da mudança do Mercado Municipal, para a CADEG, já em estudos avançados inclusive com área já tredestinada.
Começaram-se então os planos de um novo viaduto e uma briga interna entre os técnicos da Guanabara, muitos defendiam uma estrutura mais delgada, com poucos pilares e tabuleiros bem finos, caminhando para a idéia da estrutura metálica, com grandes vãos.
Já outra turma, com a esfarrapada desculpa da economia, defendia o concreto armado, já utilizado com sucesso em viadutos como ode Madureira, mas o terreno frágil e a falta de criatividade do projetista e do calculista transformaram algo ruim em algo muito pior.
Uma sucessão de grossos pilares, um colado no outro começou a fazer o paredão visual e obrigar a demolição quase total da área.
Essa foto nos dá uma interessante perspectiva da construção, no meio da foto vemos 4 pilares tão juntos que nessa resolução farão um só bloco visual.
A demolição de uma região urbana já consolidada foi um crime, além do mercado Municipal, vemos que o Pavilhão de Caça e Pesca ainda existia, muito modificado e com suas torres unidas por uma maciça construção, o pavilhão de Estatística que sobrevive até hoje também é bem visível.
Comments (13)
d+
Incrível isso!
Vc tem alguma foto do Rio Comprido antes do Rebouças e do Paulo de Frontin, daquela área entre o Sta. Barbara e o viaduto?
O nome do grego era Diaxodis ou Doxiadis?
http://www.fotolog.net/tumminelli/?photo_id=9224132
Tem pilares do viaduto ali? A primeira vista achei que fosse o Mercado antes da destruição. Merece resolução mais alta…
abracos
roney (http://www.fotolog.net/roney)
Rafael, os pilares estão na frente do pavilhão de Estatística
O grego era DOXIADIS.
Vera Rezende, em relação ao sistema viário e transportes, assim diz: “O Plano Doxiadis, altamente técnico, introduz os estudos de transportes a partir de modelos matemáticos, visando o dimensionamento das vias. Paralelamente, procura adaptar o Estado da Guanabara de forma global a um modelo reticular predeterminado e baseado mais na Equística que na situação real do objeto de estudo”.
Deu no que deu!
http://fotolog.terra.com.br/luizd
Valeu pelo nome certo, afinal não é todo mundo que fala grego..hehehehe
bela série, André!
e o feriado chuvoso?
que m, hein??
de qq maneira, bom feriado para vc!
[]s
Será que seria possível ter feito o elevado SOBRE o mercado, sem destruí-lo?
Claro que sim, mas pelo visto não era o interesse
Iamgine um viaduto desse cruzando a Praça do Comércio em Lisboa, seria o fim.
Incrível como o processo de destruição da cidade se acentuou nos anos 60, tudo em nome da merda do “progresso” e das montadoras de veículos.
Como quase sempre, os interesses maiores, daqueles poucos que controlam as rédeas da sociedade.
Vivemos na idade média da civilização.
Dá nem pra acrescentar mais nada… Quero só ver como serão as obras para o Pan…
Bom dia!