Um título desses certamente poderia ser nos dias de hoje retirado de algum filme catástrofe, mas antes dos vários aterros sofridos na orla da baia da Guanabara essa era uma cena corriqueira em dias de fortes ressacas.
As grandes ressacas venciam as calmas águas da baia e ultrapassavam arrocamentos e amuradas a velha avenida Beira Mar, muitas vezes provocando alagamentos em ruas como a do Catete e Senador Vergueiro.
Vemos nessa foto a famosa ressaca de 1921, responsável por muitos danos na cidade, inclusive a destruição da recém inaugurada duplicação da Av. Atlântica, na foto vemos em razoável definição as amuradas da av. Beira Mar derrubadas já em alguns pontos.
Nessa época os aterros que alojaram a expo de 1922 e sua continuação, a praça Paris ainda não tinham chegado nessa região e o mar ainda batia nos limites criados na era Passos.
Na foto vemos que os automóveis já começavam a despontar nas fotos, mesmo em condições climáticas desfavoráveis, bem como vemos que as árvores em torno do palácio Monroe já se encontravam bem crescidas.
De pitoresco podemos notar o grupo de curiosos praticamente agarrado aos pés do Obelisco.
Comments (19)
Imagina o que os profetas do apoclipse daqueles tempos não diziam em relação ao fenômeno ?
Os padres nas igrejas deviam aproveitar para ameaçar os fiéis com a ira de Deus, naturalmente insatisfeito com a vida impiedosa que os habitantes daqui levavam.
Lá no nordeste um maluco barbudo dizia: “O sertão vai virar mar e o mar vai virar sertão”.
Quem se der a pachorra de ir até a Biblioteca nacional e procurar os jornais da época, com certeza vai encontrar referências ao que eu estou dizendo.
Arrependei-vos homens de pouca fé. O final dos tempos está próximo.
É incrível imagimar uma cena dessas nos dias de hoje…
Parece mesmo um filme-catástrofe!
Eu, que acho não ser tããããão velho assim, vi várias ressacas levando água para as pistas da Praia do Flamengo, ali na altura do Hotel Novo Mundo.
Nossos curiosos amigos aí da foto devem ter ficado bem molhadinhos…
http://fotolog.terra.com.br/luizd
PUTZ…SHOW DE BOLA TEU FOTOLOG…
ME AMARREI MESMO….
PARABENS!!!
BJÃO…
DEMIS!!!
Aquela sequencia de fotos de ressacas na altura da Gloria que meu bisavô fez mostra a furia do mar.
:-))
Porque será que hoje as ressacas não invadem mais a Baía? Foi feito alguma obra oceânica para evitar isso?
Eu só lembro de uma ressaca recente que invadiu a Baía e destruiu a urbanização recém-inaugurada perto da cabeceira do Santos-Dumont.
genial!!
Nada menos que impressionante!
Impressionante mesmo. Há algumas fotos de ressacas deste tipo em Copacabana,provavelmente na mesma época.Hoje nenhuma ressaca é tão forte a ponto de chegar no MAM,não é mesmo?
Sensacional, André! Além de paisagens amenas, conseguiu mesmo tsunamis de época!
*s Bom fds!
Mas que engraçado, por um momento pensei que fosse a Place de la Concorde em Paris, com as devidas proporções é claro. As luminárias são bem parecidas, junto com o obelisco, que apesar de bem menor, faz o cenário.
http://www.sol.dti.ne.jp/~sasaki-y/a004/b961106-photo-concorde_square.jpg
Me imagino ao volante de um dos Modelo T que aparecem nessa foto, numa tarde cinzenta de baía agitada. Sinto o cheiro de maresia e ouço o estalar dos respingos na capota de lona.
É logo ali na Avenida Rio Branco, apesar da distância inalcançável na dimensão tempo-espacial…
E aí me vejo transportado, o motorista de 1921 testemunho vivo em 2005. Como o replicante Rutger Hauer, falaria a vocês, jovens folologueiros:
“I`ve seen things you people wouldn`t believe… All those moments will be lost in time, like tears … in rain. Time … to die.”