Conforme ficou acertado ontem, hoje serão postados detalhes da planta do Plano Agache para partes do Centro e Glória.
Há uma ordem, comecei do centro da planta que é a Av. Rio Branco e fui irradiando para os extremos, espero que aproveitem, a planta inteira pode ser apreciada aqui: http://www.rioquepassou.com.br/2005/07/25/
No topo da foto vemos o Paço Imperial e ao seu lado a Cúpula do Palácio Tiradentes, não é vista a igreja de São José, não tenho subsídios para dizer se ela seria demolida ou apenas estava encoberta pela perspectiva dos prédios planejados, mais ou menos onde hoje se encontra o edifício Estácio de Sá.
A rua que corta transversalmente essa ampliação é a Av. Alm. Barroso, e a que corre pelo extremo esquerdo é a rua da Quitanda, logo depois da rua são José se juntando a hoje Av. Graça Aranha, as ruas que cortam de forma diagonal o largo da Av. principal acabaram não sendo executadas.
O prolongamento da Av. Rio Branco é bem visível a partir da praça circular. No extremo esquerdo superior vemos um naco da praça Paris, de onde podemos concluir que o aterro seria completamente diverso, sem a enseada criada para a praia da Glória segundo o projeto de Reidy, e depois substituída pela Marina, bem como ocupado por prédios de 6 andares e pátios centrais, que deveriam ser ajardinados e usados com áreas de recreio.
A grande construção, em forma de ovo e com um grande obelisco ou torre também é por mim desconhecida e só desvendada com uma planta de detalhamento do projeto que infelizmente não possuo. Onde está hoje o aeroporto Santos Dumont seria um grande parque.
Na direita da ampliação vemos o prolongamento da Av. Rio Branco e seu encontro com a nova avenida Litorânea.
Seria criada uma nova via prolongando a rua Pedro I, que cruzaria com a rua da Relação e o prolongamento da rua do Resende, até chegar na Av. Mem de Sá. Que seria alargada, como uma grande aléia de palmeiras, curiosamente da mesma maneira que se encontra o início da Lapa reurbanizado nos anos 90.
Os Arcos seriam mantidos e seriam estranhamente ligados a um dos prédios por uma estrutura que lembra um elevador.
O triste para o patrimônio da cidade pelo menos à época seria o Passeio Público literalmente rasgado ao meio pela nova avenida, a rua da Lapa seria alargada, mas a igreja da Lapa e seu seminário, ainda existente na época, mantido, como podemos ver na parte inferior dessa ampliação.
Vemos nessa ampliação a Av. Rio branco e vias subjacentes como a rua México, e metade da Av. Graça Aranha pela direita, e pela esquerda as estreitas ruas da Cinelândia, Treze de Maio e Sen. Dantas.
Planejava Agache poucas intervenções na Av. Rio Branco nessa área, sendo mantidos quase todos os prédios então existentes, como o conjunto do Palace Hotel e Teatro Fênix, no topo da ampliação, como todo o conjunto de prédios da era Passos, inclusive o Clube Militar na esquina da rua de Santa Luzia, e também o Monroe e seus jardins.
A rua Treze de Maio seria alargada, como acabou sendo na adm. Henrique Dodsworth, todo o conjunto da Cinelândia, e praça Floriano seria mantido, como curiosamente a área de expo de 22, alguns pavilhões seriam mantidos de pé na área da Av. Pres. Wilson, vemos um no local do consulado americano.
Mas na parte inferior é que temos as maiores surpresas, com o prolongamento da Av. Rio Branco até a nova linha do mar, muito à frente, no início desse prolongamento haveria uma grande praça circular com um enorme chafariz.
Comments (18)
Pelo que eu me lembro,os prédios maiores,ao redor da “entrada monumental do Brasil” seriam do governo,tipo Senado,Palácio Presidencial e tribunais.Um deles seria uma nova Escola de Belas Artes.
Há uma ou duas perspectivas com detalhes desta praça,valeria a pena publicar aqui.
A construção em forma de ovo é uma catedral enorme.E o que parece ser uma alameda de palmeiras diante dela,na realidade,é um canal com jardins e pérgolas em volta. Também existe uma perspectiva deste trecho,parece muito o Jardim de Alá.
Waldenir 2005-07-26 19:39 …
A praça cercada por prédios com grandes torres,no meio da foto,também parece ter uma perspectiva.Inclusive,creio que no meio dela,ficaria um monumento a Estácio de Sá,que mais pareceria uma entrada de estação de Metrô
com essas ilustracoes aproximadas, nossa mente imagina pousando ali em meio aquelas ruas, e lembrando como seria naquela epoca, as pessoas, os habitos, os transportes…
coisa que vi muito no livro de um fotografo frances, nao lembro o nome dele agora, mas ele fotografava muito pelo centro do rio antigo, e tinha uma loja de fotografia por la…
abracos
O Sr desimbestou hj…
Posso estar falando uma grande bobagem, mas essas imagens me fizeram lembrar Metropolis do alemão Fritz Lang.
So fiquei com uma duvida, esses blocos de construção não identificados seriam novos edificios? Tenho a impressão que não srriam popupadas construções antigas, como temos hj na Rua da Carioca, Lavradio. So se salvariam as construções mais importantes/imponentes.
:-))
Tô com o Roberto, o cara não pouparia nada… só os “monumentos” (edifícios ou não). André, não estou certo se vai dar ou não, eu te ligo tipo umas cinco horas… abs
Roberto e Lefla, acho que não seria um demolição nas partes já construídas, salvo na área do morro de Santo Antônio, mas sim a PA a ser obedecida quando as construçòes velhas seriam demolidas e as novas construídas, lembro que os imóveis, que vocês falaram eram na época novos, muitos com menos de 20 anos, e certamente seria anti-econômico demoli-los, quanto a inspiração “metrópolis” tenho umas gravuras dos prédios ao rés do chão que comprovam isso, aliás o filme e o plano Agache são da mesma época, início dos anos 20
Na coleção “Nosso Século” tem desenhos do parque do Calabouço e do Portal do Brasil visto do mar.
Era um clima meio “Metrópolis” mesmo. Imagine a região tomada de prédios como os do Ministério da Fazenda e do Trabalho. Mais ou menos assim.
Engraçado, postei uma mensagem aqui e, se não entrou, sumiu. Vou postar travéis.
Desculpe a minha ignorância sobre o assunto mas o Plano Agache tinha intenção de “passar a régua” no centro do Rio e reconstruir tudo de novo ? De uma vêz só ?
Se não fosse esse o pensamento, com o tipo de governantes que nós temos aqui, que esquecem ou enterram o que o saiu fez, esse plano jamais iria sair do papel.
Você já imaginaram se, por um acidente de percurso, Brasília não tivesse ficado pronta para a posse do Jânio ? Duvido que aquele maluco continuasse a obra. Se o básico não tivesse sido feito a toque de caixa, Brasília hoje era um monte de pedra e ferros retorcidos cercados de cerrado por todos os lados.
Alvinho, acho que não, mas nas partes novas como esplanadas do Castelo e Santo Antônio, bem como a mentalizada pres. Vargas, e os Aterros acho que seria tudo do zero
great image!
Que coisa mais delirante. Seu garcon, faca o favor de me trazer depressa a mesma coisa que o Alfredo Agache ta bebendo. Ou fumando, sei la.
Havia algum plano de transporte de massa nesse projeto? Metro? Bondes? Edificios do tipo Menezes Cortes localizados em pontos estrategicos? A planta nao mostra nada disso. Ainda bem que ficou no papel.
Já foi dito aqui nos fotologs, apesar de toda a destruição, muita coisa que temos hoje no Rio foi salva graças a esse vício dos nossos governantes de jogar fora o trabalho do antecessor.
chega a dar arrepios imaginar nossa cidade monótona como a idealizada por Agache…
Alguém aí em cima tem razão. A inspiração foi o filme Metrópolis de Fritz Lang ou vice-versa. Totalmente totalitário. Odiei. Fascina apenas pela possibilidade do que não foi, ou pelo futuro hipotético.
Foi previsto um sistema de metrô, subterrâneo e de superfície como também a manutenção dos bondes, visto que o contrato só caducaria em 1960
Eu comentei algumas coisas de que fui lembrando nas outras fotos.Mas dizem que a inviabilização do Plano Agache foi devido à revolução de 30,que trocou o referencial Dèco,característico do final da República Velha (e básico no Plano),pelo Modernismo,tipo Le Corbusier.Por isso,muito pouca coisa chegou a ser realizada.
Waldenir, eu ouvi coisa parecida, mas não referente a estilos arquitetônicos, pois afinal no período de Vargas se levantou muito decô, inclusive o ministério do trabalho é um prédio decô, o que houve é que o plano era algo da velha ordem e como tudo dela não merecia ser posto adiante
Valeu o abraço deixado por lá e pelos orkutis!
Obrigadão pela lembrança, com um abraço para tí também!