Rua do Ouvidor, anos 50

foto de andredecourt en 8/04/05

Uma foto da rua do Ouvidor nos anos 50.

Como uma foto postada recentemente da rua Uruguaiana esta também tem toda cara de ser do mestre Milan.
A foto nos mostra o comércio chique da Ouvidor e a movimentação na rua, praticamente todos os homens estão usando terno, e os poucos que não estão de camisa social.
As mulheres estão bem arrumadas, mas o chapéu entre elas já não é mais visto.
Para os que gostam de mobiliário urbano, as arcadas da iluminação pública podem ser vistas, e com uma curiosidade, na esquerda da foto há uma demolição para a construção de um novo prédio, como as arcadas eram presas diretamente na fachada do imóvel sempre me perguntava como se fazia. Bem a resposta está nessa foto, logo na primeira arcada vemos claramente um poste de barbará de cor cinza, que sustenta a arcada por meio de uma braçadeira.
Certamente com a obra encerrada os prisioneiros eram instalados na fachada da nova edificação, os suportes atarrachados e o “poste muleta” retirado.
Chama também a atenção a bela calçada de ladrilhos hidráulicos que dava ares sofisticados a rua.

Comments (19)

Leflaneur 8/04/05 10:32 …
Caraca!!! A casa Masson!!!! Isso era uma loja famosa durante anos, quando eu era pequeno barato era na Masson.. Ontem encontrei Don Roberto, mas acabei desistindo de ir até o Lamas. Já vinha daquela espelunca perto da Igreja, onde comi pastéis e tomei chopes. Fui andando para chegar ao Lamas. No caminho um taxi passou e acenei na esperança de ir pra casa. Parei no Real sob os chamados de dois safados que não me podem ver ir pra casa. Saltei. Quatro domecqs depois, cheguei finalmente em casa.
Minha vida é um martírio.
Luiz D´ 8/04/05 10:32 …
Mais uma foto que mostra a civilidade daquela época. Ninguém sem camisa, de bermudas ou chinelos.
A Casa Masson, famosa ótica daqueles tempos, também tinha uma filial em Copacabana.
Os ladrilhos hidráulicos, muito usados, eram uma beleza.
Excelente registro.
http://ludaol.multiply.com/
principioativo 8/04/05 12:21 …
irado aí! me lembra umas tomadas do filme blade runner…
abs
jro 8/04/05 12:49 …
Gostei muito da calçada!
Jro :-)))
Alvaro Gabriel 8/04/05 13:06 …
Repara só: muito mastro e nenhuma bandeira. Por que seria isto ? Acho que até hoje o custo do patriotismo do brasileiro vai ao mastro mas não passa da bandeira. Bandeira que fica suja, envelhece, rapidamente se rasga e precisa ser trocada.
E adorando voltar ao assunto recorrente, repara que não tem um camelô na foto. Ontem vim da Buenos Aires pela Gonçalves Dias, às 3 da tarde, e me senti numa feira em Kasbah. Sem nenhum pieguismo, tenho profundo respeito por aqueles que estão sem emprego, e saem na busca de uma grana honesta. O que eu não acho justo é que a população inteira pague por isso. Tinha um casal de velhinhos — por baixo 85 anos — caminhando com o custo da idade. Iam pela calçada estreita. Pois os velhinhos foram peitado por uma cameloa versão sem óculos do Jô Soares que A comerciante que aboletou sua bancada na calçada, trancando a passagem. Aí formou-se o pagode. A mulher gritava com os velhinhos; os velhinhos, como todo os velhinhos que se prezam, se transformaram nos maiores turrões do universo e exígiam que ela saísse da frente sob pena de derrubar a banca. Aí surgiu a gerente de uma loja dali, quase em frente à Colombo, de dedo contra a concorrente.
Em cima da hora, não pude ficar para ver o desfecho.
Mas, em suma, o centro da cidade está cada vez mais insurportável. A melhor alternativa é não sair do escritório. Mas se precisar sair levar um bom estoque de Lexotan.
andredecourt 8/04/05 13:12 …
Eu conheci o Centro antes do Brizola, quando era um lugar movimentado, quente mas ainda com espaço para andar.
Fico imaginando o que acontece com os moleques de hoje que são levados pelos seus pais para conhecer o lugar onde trabalham.
Eu me encantei com os prédios, com o movimento e com o Metrô, será que os moleques ainda se encantam ????
Lefla 8/04/05 13:17 …
Eu só ando com meu estoque de Lexotan…
Lefla 8/04/05 14:08 …
E minha hip-flask de red label, claro…
Antolog 8/04/05 14:10 …
Realmente andar pelo Centro é um verdadeiro martírio. Na hora do almoço então, nem se fala. Para sair deve-se esperar o melhor momento e ir na “onda”. E esperar que não esteja na hora da guerra dos camelôs com a Guarda Municipal.
jban 8/04/05 15:44 …
Andar pelo centro me lembra aqueles jogos de futebol americano de filme. Hoje em dia estou usando esta metodologia para ultrapassar os infindáveis obstáculos que surgem no caminho. Sério, eu não posso mais ver aqueles carrinhos de mão com isopor em cima, nem pregão de software pirata …
Meu avô era vendedor atacadista e andava pelo centro todos os dias. Sempre andava muito rápido e não tinha paciência com “murrinha”, como ele dizia. Ele se foi há dois anos, com 91 anos e deixou muitas saudades… Hoje em dia ele não conseguiria de locomover como gostava e fazer sua “freguesia” em uma manhã.. meu avô era o máximo… (lágrimas)
jban 8/04/05 15:44 …
Alvaro,
Hoje em dia é sem mastro e sem bandeira…
jban 8/04/05 15:46 …
Saltar do ônibus na Primeiro de Março e descer a Ouvidor de mãos dadas com a mimnha mãe, até o largo de São Francisco. Fazer um lanche na Manon depois das compras e voltar para pegar o ônibus de volta na Rio Branco.. programão !! 🙂
Metrô ??? Tinha não …
jban 8/04/05 15:47 …
André,
Maravilha de foto !!
andredecourt 8/04/05 15:50 …
Na primeira vez o Metrô ainda não tinha sido inaugurado, eu fui de frescão achando o maior barato !!
tumminelli 8/04/05 15:58 …
Gosto dos ladrilhos hidraulicos. Fico me perguntando, será que numa chuva eles não ficam escorregadios?
:-))
Rafael Netto 8/04/05 16:38 …
Não sei quanto aos ladrilhos, mas as pedras que colocaram na Sete de Setembro ficam BASTANTE escorregadias…
Sem falar que com a construção de calçada no lugar onde era rua, sem remanejar direito os ralos e sem fazer o caimento adequado, formam-se enormes “lagos”. Não apenas ali mas em muitos lugares da cidade.
Rafael Netto 8/04/05 16:42 …
[Quase offtopic] Estou neste momento em São Paulo e reparei numas coisas da Terra da Garoa ue devem interessar aos frequentadores deste flog e do \\tumminelli.
– no centro de SP TODOS os postes de iluminação são de modelos antigos (de metal com globos no alto) e não há fiação suspensa.
– existem inúmeros prédios das décadas de 20 a 40, estilo Cinelândia. Todos belíssimos mas muitos sujos e empoeirados, quando não abandonados.
– na Av. Paulista ainda há alguns poucos casarões, como aqueles que um dia houve na Atlântica.
gerard_3 8/04/05 16:50 …
Que bacana !
Pois é André …é uma idéia ,daria uma grana!
E o Tarzan?
já pensaste quem seria?
:))
Bjócas!
De
Alexandre Figueiredo 26/05/05 15:39 …
A Rua do Ouvidor era um grande ponto de encontro de intelectuais no século XIX e ainda tinha seu glamour nessa época. Mas, depois dos anos 60, a rua passou a se tornar um logradouro comercial comum.
Na época de hoje, em que qualquer `baile funk` é considerado `happening cultural`, dão saudades esses tempos de verdadeira cultura.

Um comentário em “Rua do Ouvidor, anos 50”

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