Vemos o morro da Viúva, a Av. Oswaldo Cruz, reparem que não há nenhuma grande construção em volta do morro, e podemos ver na sua parte de cima as caixas d’água que existem lá até hoje, mas só são visíveis de avião .
As obras da Av. Rui Barbosa aparentemente já começaram, mas não podemos ver com nitidez se já dão a volta no morro, acredito que a pedreira ainda esteja lá, pelo grande galpão que podemos ver .
Vemos com destaque a rua Marques, e a esquina com Capistrano de Abreu, bem como a rua Voluntários da Pátria.
À esquerda temos algumas palmeiras do largo dos Leões, e no meio de tudo a imensa garagem de bondes do Botafogo, a maior e mais importante na zona Sul depois da do largo do Machado, onde ficava a garagem temos hoje a Cobal do Humaitá .
Vemos a maior necrópole da zona Sul, o cemitério São João Batista, surpreendentemente pouco ocupado, reparem bem que as aléias junto a grade principal ainda são só jardins, exceto pelos túmulos junto as grades, certamente vendidos a peso de ouro, para um mórbido status e cujas as belas lápides até hoje passam curiosidade aos motoristas presos nos engarrafamentos constantes da rua General Polidoro .
Região das ruas Rela Grandeza e Voluntários da Pátria .
Vemos com grande destaque na foto a igreja Matriz de São João Batista da Lagoa, descendo a voluntários e chegando na esquina da Rela Grandeza podemos comprovar que o prédio da Casa Real, Confeitaria, Padaria e Café já estava lá, e com certeza com ela instalada pois é uma casa comercial quase centenária .
Mais à direita podemos ver que no lugar do grande conjunto de Furnas havia além das casinhas na rua Visconde Silva, uma grande mansão de centro de terreno .
A rua Henrique de Novais ( a da casa da Matriz) é uma tênue trilha no meio do mato, e sem comunicação com a Real Grandeza .
No pé da página podemos ver o grande número de casas iguais, e onde essa tipologia acompanha todos os logradouros até o Humaitá, ou seja é o prelúdio das habitações coletivas para a classe média que alguns anos mais tarde daria origem aos apartamentos .
Vemos um colégio Santo Inácio ainda incompleto, bem no centro da foto, seu pátio interno ainda não está fechado e o prédio tem a forma de um grande L, a torre de sua igreja é bem nítida .
Do outro lado da rua vemos a casa dos Lineu de Paula Machado, que existe até hoje, mas por causa da densa vegetação de seus jardins só pode ser apreciada de alguns ângulos .
A rua Eduardo Guinle aparentemente ainda não foi urbanizada e seu traçado é um grande matagal .
Em direção ao topo da foto vemos a Villa Gauy, fundada em 1880, e que também existe até hoje, mas quem passa por seus portões pintados de verde não tem idéia de o quanto ela é grande .
Quase no topo da foto temos a densa vegetação da casa de Rui Barbosa
Vemos com destaque na parte baixa, o grande casarão da faculdade Hélio Alonso, segundo Brasil Gerson originalmente sede do Recolhimento de Órfãs de Desvalidas de Santa Teresa .
A rua na extrema esquerda inferior é a General Góis Monteiro.
Na Lauro Miller vemos a velha fábrica de onde hoje só sobra sua chaminé, era uma fábrica têxtil.
Mais para cima vemos a região da Av. Pasteur, pós exposição de 1908, o prédio do 3 RI destruído, por bombardeios aéreos na intentona Comunista de agosto de 1935, já está afrancesado, pois serviu na exposição com pavilhão das indústrias, e com sua cúpula, que no dia em que os democratas e comunistas tentaram derrubar Vargas ruiu como um castelo de cartas, em virtude das bombas atiradas de aviões e da artilharia naval .
Mas ao lado o terreno da escola Nacional de Medicina ainda está vazio, o que nos dá a foto de antes de 1918, faculdade esta que foi demolida no início dos anos 80, por alegados motivos de segurança nacional, tendo seu terreno por nada ocupado até hoje .
Vemos também o cais da Urca, e a ponte, essa área seria aterrada mantendo-se o quadrado, que tinha a finalidade de ser uma piscina para competições de natação .
No meio da foto podemos ver que o estádio do Botafogo ainda não tinha sido construído, mas a sede sim .
Comments
Havia um pequena faixa de areia sim, mas como era utilizada com via, acho que a areia devia ser bem grossa, desapareceu totalmente já no início do sec. XIX . Ficando um pedaço apenas na foz do Rio Berquó.
A praia de Botafogo sempre foi usada como porto e refúgio de barcos, e mesmo nos tempos antigos, quando o banho de mar era de uso terapeutico, as pessoas preferiam, ou as prais do Centro , como Lapa, Boqueirão, e Santa Luzia, ou as de dentro da baia, como Caju e São Cristóvão, já nos primeiros anos do sec. XX ela já tinha fama de ter uma água pior que das outras prais da baia
Minha avó por parte de mae , já falecida morava numa casa na praia de botafogo e ela me contava entre tantas outras historias antigas que tomava banho de mar em botafogo mas que realmente preferiam ir a outras prais da baia.Isso devia ser por volta de 1905 nao me lembro bem a data, mas em 1905 ela já tinha 10 anos de idade.Esse banho de mar terminava as630 ou um pouco antes das 7 da manha.Ela me contava tb que iam a cobacabana fazer “pic nic” e só se ouvia o barulho do mar, as ondas quebrando na praia.Ela tb me contou que viu Santos Dumont voando num balao do consultório do dentista dela.
MUITO BOM!
Ainda existe alguma das antigas garagens dos sistemas de bondes que outrora operaram no Rio de Janeiro? Essa garagem da foto não mais existe, virou Cobal. E a do Largo do Machado? E as demais?
Soube que em Niterói ainda existe uma antiga garagem de bondes, no Centro. Depois serviu como garagem das carroças (oops, ônibus) da CTC, e hoje é utilizado pelo Detran-RJ. Apesar de ter sido tombada, está sendo vítima de especulação imobiliária, com anuência de políticos locais, por parte de um hipermercardo que ali quer instalar-se (apesar desse hipermercado já possuir uma grande loja próximo ao local da garagem).
Praticamente todas as garagens de bonde desapareceram, temos um pequeno pedaço da garagem do Largo do Machado no beco do Castro, ela foi demolida nas obras do metrô, a de Copacana que ficava na esquina de Siqueira Campos com Av. Copacabana já nos anos 50 virou o Centro Comercial .
O centro Cultural da Light era também uma garagem e sobrevive mais ou menos inteira, outra que éstá mais ou menos intacta é um pequena garagem na rua Ipiranga perto da rua das Larangeiras onde até alguns anos tinha pintado na fachada “Secretaria de Transportes do Estado da Guanabara”, mas não tenho certeza se ela continuou coo garagem de bondes por muito tempo
Na Rua 2 de Dezembro, onde atualmente é o Museu do Telefone, também não foi garagem? Ou teria sido só um ponto terminal de bondes?
Na Dois de Dezembro, o prédio do Museu do Telefone era o mesmo do IAB, seu vizinho, e era na verdade a garagem de manutenção dos bondes. O IAB é aberto à visitação, de segunda à sexta das 12:00 as 20:00.
Quando o cemitério foi construído o bairro já tinha sido urbanizado, ou o cemitério foi aí construído por essa área e os arredores serem desabitados à época?
Botafogo já é urbanizado a muito tempo, esse fundão do bairro foi a última parte a ser, o cemitério é do final do sec. XIX e foi feito em duas partes, curiosamente as lápides mais antigas são perto do morro, ainda no plano, perto de uma capela que nunca vi ninguém usar .
Essa parte que aparece aqui na foto é nova, como v/c pode comprovar pelo número de tumbas na parte à direita superior da foto
Os cemitérios público surgem no fim do século XVIII. Antes os cadáveres eram enterrados nas igrjas, a pouca prfundidade e frequentemente poluiam os lençóis freáticos e as própias vias, a cada chuva mais forte…
O S.J.Batista, surge no fim do Império.
Com certeza.. e o primeiro cemitério da cidade foi o dos Ingleses, na Gamboa e na época na beira do mar, para que os corpos dos que morriam nos navios pudessem ser desembarcados diretamente
iautran 14/03/04 13:52 …
Que incrível! Dá pra ver a vila onde moro, que é a de baixo! Minha casa é de construção mais recente um pouco, no fundo da vila, dando pra mata. Adorei!
André o papai sumiu c/ o Livro… levo pro escritório ou alguma coisa assim…. Assim que ele tiver aqui em casa eu te mando as fotos.
Abraço,
Hugo
Sensacional. Essa idéia de mostrar os detalhes é muito boa.
muito aterro….. será q o pão de açucar nao foi uma ilha? ou pelo menos o mar deveria invardir ali com certeza…
Com certeza cara o penedo da Urca e o Cara de Cão foram à algum tempo ilhas, dizem os mais antigos registros que, em fortes ressacas, o mar ultrapassava a praia vermelha e chegava na enseada de Botafogo, o plano Agache previa nessa região além do campus da universidade do Brasil um canal artificial que ligaria a praia Vermelha à enseada de Botafogo, pois já naquela época a enseada sofria com poluição e stagnação de suas águas
André, não se esqueça que, apesar de antiga, esta foto deve ter sido feita a partir de um negativo literalmente ENORME, talvez uma chapa de vidro, (maior ainda…).
Depois, as máquinas sempre estavam em tripés, já que os filmes tinham baixíssima sensibilidade.
Ou seja, nada a ver com os filminhos 35 mm que são (eram ?) o padrão de comparação hoje em dia, com sensibilidade normalmente de 400 Iso e que, geralmente, são utilizados para fotos com câmera na mão.
bom dia alegria!!!
🙂
bom domingo!
que tá fazendo aí que não foi pro piquenique, homem?!?!
Ivan concordo com v/c mas mesmo assim surpreende a qualidade, inclusive as domésticas feitas pelo meu avô nos anos 40, e reveladas na banheira, a qualidade e definição principalmente quando escaneadas são de tirar o chapéu
li tudo em detalhes e achei interessantíssimo… por acaso você não é historiador, não? =))))))
E aí andré, tudo bom, como sempre por aqui uma aula de rio. Que delícia!
Será que os arquivos digitais durarão tanto quanto os filmes?
A calçada e´no Quitandinha. Abraços do casal.
André, será que tem como detalhar ainda mais o casarão da FACHA? É qual casa na paisagem? A que aparece em destaque no centro inferior da foto cercado de árvores, logo no primeiro plano? Eu me formei em jornalismo lá e estou concluindo a minha faculdade de publicidade na FACHA também. Vou recomendar o site com esta foto aos meus professores e alguns colegas.
Um abraço
Gustavo
A casa grande que aparece é justamente a do recolhimento das órfãs, existe até hoje, do outro lado do off price, funcionou muitos anos ali também o Anglo Americano, a FACHA é perto da Santa Úrsula não ??? Pelo menos na minha época de universitário era
Sim. A FACHA é perto da Santa Úrsula. Aliás, é sempre lá que eu desço quando vou à FACHA no 485. Na volta, eu sempre espero lá. Mas nesta foto, o prédio e o muro da Santa Úrsula ainda não existem, não é? E a igreja da Imaculada Conceição? Onde ela está?
vou te mandar uma foto do lugar, essa parte da foto é a área perto do rio-sul, até uma parte do iate, está longe de aparecer a região que v/c quer
André, recebi a foto, recortei as mesmas áreas que você, e as coloquei no ALMA CARIOCA com os seus comentários. Infelizmente estou mantendo a seção fora do ar porque já utilizei os 12 gigabytes a que tenho direito e ainda não chegamos na metade do mês. Nesse ritmo vou pagar mais de R$ 500,00 de provedor. E não arrumo patrocínio… então tiro do ar para não falir.
Que coisa chata Paulo, um absurdo não rolar um patrocínio mesmo que seja parcial, pois acho que 250, 300 reais não é muito para uma empresa, quantas visitas v/c tem por mês, qual seria o índice de visibilidade de um banner ???
Coisas para um bom empresário refletir, v/c pode coloca-lo fora do ar mas explicando o que aconte, quem sabe cria semsibilização ???
Já tenho, na primeira página, a explicação. Está lá há algum tempo. Estou pedindo R$ 60,00 por um banner e tenho 1300 visitantes por dia, cerca de 300.000 pageviews por mês. Não estou procurando lucro, mas não posso arcar sozinho com a manutenção do espaço. Vários empreendimentos culturais, como a Rádio Ópus 90, e outros, já desistiram por falta de apoio. E os campeões de audiência são aquilo que conhecemos. Depois reclamam que o os meios de comunicação só oferecem porcaria. Culpa de quem?
É sua a carta no Globo de hoje dia 15? 🙂
É sim !!
Oi André,
eu tava atrás dessa página, mas ela não estava disponivel… era para alertá-lo que o prédio~na foto é do Anglo Americano não da FACHA. Essa fica na Rua Muniz Barreto e é parte das instalações do Colégio Imaculada Conceição. Atualmente me parece que o Anglo Americano não está mais ocupando o prédio da foto. AH! Salvo engano, esse prédio no inicio do séc XX foi um internato para moças. Minha bisavó quando vceio da Italia ficou por lá. Vou averiguar e te passo as infos em PVT.
Abs
Roberto