Vemos nesse fragmento de um antigo postal do acervo de Carlos Cattoi a Rua Senador Euzébio, no final dos anos 10, na curva ela faz esquina com as atuais ruas Samuel Morse e Gabriela Mistral, e mais um pouco a frente com a Princesa Januária. Nesse ponto segundo os melhores registros históricos ficava a famosa Casa de Pedra, a primeira construção do homem branco feita nessas plagas, muito antes da cidade ser fundada.
O trecho da Sen. Euzébio da Rua princesa Januária até a Rua Cruz Lima nessa época ainda não havia sido aberto, o que pode ser comprovado até hoje pela diferença de urbanização entre os trechos da rua.
Desta casa, possivelmente um rude armazém ou alojamento, se originou o termo CARIOCA, dado pelos índios aos moradores da cidade bem como o nome do rio que desaguava no mar ali perto e servia inicialmente para o abastecimento dos navios e depois de toda a cidade, por muitos séculos .
A casa era usada como estaleiro pelas frotas que adentravam a baia, abrigo aos que pernoitavam em terra para abastecer os navios de água e gêneros alimentícios e aos primeiros extrativistas de Pau Brasil, chegou a funcionar nela na ocupação francesa, portanto antes da fundação da cidade uma olaria. Sendo abandonada por seu último morador no sec. XVII em virtude das ressacas que a destruíram .
No séc. XVIII ainda sobravam ruínas de seus maciços alicerces, e que foram úteis para resolver pendengas jurídicas em questão de propriedade de terras, oriundas da má formulação dos limites das velhas sesmarias .
Um lugar tão importante para a cidade e hoje não há uma placa ou indicação na esquina, que ali se deu origem ao nosso povo e a nossa cidade.
Mas fica por nós a lembrança pela passagem de mais um ano da fundação definitiva de nossa cidade, cidade que lutamos para ver melhor, mesmo que muitas vezes possamos ser tratados de arrogantes, esnobes ou elitistas. Mas somos cariocas, e os cariocas honram a sua Muil Leal e Horóica Cidade de São Sebastião, e a defendem, dentro de sua capacidade, das ameaças e das ordas ignóbeis que a ameaçam!
Ótimo post, como sempre.
Eu acho que considerar a fundação portuguesa da cidade não é o mais sensato. Se a ocupação francesa foi a primeira de caráter permamente, portanto que 1555 seja considerado o ano de fundação. Se barracões serviram para outras cidades comemorarem suas fundações…
Ao lado desta casa da direita ainda temos um Castelinho, o primeiro número par da Av. Oswaldo Cruz, ele está AINDA com bom aspecto.
No final desta rua que vemos, a Rua Senador Euzébio, havia a oficina de meu pai. Lá pela década de 70 a oficina foi parcialmente destruida para a continuação da Senador Euzébio até a Rua Cruz Lima , em frente ao Hotel Argentina. Até muito pouco tempo bons mapas ainda mostravam esta interupção.
Rouen, só anos 70, pensava que a abertura tivesse sido feita nos anos 60, pois o trecho ainda era iluminado por lumnárias incandescentes. Um dos últimos arranjos da Light, braços iguais aos da Pres. Vargas em postes de contreto. Aliás os braços, sem globos estão lá até hoje.
Uma cicvilização mediterrânea em pleno sertão tupiniquim. Uma cultura estrangeira, e por isso universal, em plena América. Coisas do Brasil. Uma pena que o próprio povo nem dê valor a isso, pensando que as coisas caem do céu numa facilidade.
Se cada carioca fizesse a sua parte, num curto espaço de tempo transformaríamos nossa cidade.
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Obrigado
Excelente postagem. Parabéns.
Meu pai encerrou as atividades em 1964, e o local ficou fechado um bom tempo, digamos que a rua foi aberta no final dos 60.
O final desta rua coincidia com os fundos da oficina e pela direita com os fundos da embaixada da França, pela esquerda com a igreja Santissima Trindade que dá frente na Senador Vergueiro.
Quer dizer que a França Antártica (sem álcool) invadiu as instalações da CARIOCA ? Ou seja, a Embaixada Francesa e a Oficina Rouenzão tomaram as terras dos primeiros ocupantes da cidade ? Dali partiram para tomar o Mont Veuve e até hoje resistem às invasões portuguesas….