Largo da Carioca e R. São José e Ed. De Paoli-1973

 Dos  fantásticos arquivos da revista Life temos hoje mais um emblemática foto.
Vemos o choque da belle èpoque com o american way of life, levando a primeira o pior, lógicamente. A foto, tirada da calçada onde ficava o belo prédio que serviu por décadas ao jornal Correio da Manhã, no entroncamento entre o Largo e Rua da Carioca, com a Uruguaiana e a Assembleia, mostra os últimos momentos do Largo da era Passos e até mesmo do período colonial.
As obras do Metrô estavam se inciando e em breve toda essa área seria convulsionada, o urbanismo profundamente modificado e os sobrados na nossa frente, que formavam um quarteirão entre o largo e as Ruas de S. José e Assembleia com a Av. Rio Branco em breve desapareceriam, com a implementação de um PA dos anos 40 que fazia o prolongamento da Av. Nilo Peçanha.  Com isso os últimos vestígios das primitivas dimensões do Largo da Carioca sumiriam, exceto pelos centenários oitis, que resistem até hoje na confusão que a região se tornou, indicando onde ficavam as fachadas de um dos lados do largo desde os tempos coloniais.
Por de trás o recém inaugurado Ed. De Paoli já indicava esse novo PA, ainda mal inserido no velho tecido urbano que desapareceria em breve.
É uma pena que o fotógrafo não estava um pouquinho mais à direita, pois o relógio do largo fica de fora da imagem, mas as calçadas que o circundavam aparecem na foto, junto com placas de sinalização do ACB e um poste a vapor de mercúrio dos primeiros modelos.
A foto também surpreende, pois além dos sobrados, já com os dias contados, os prédios de concreto armado na extrema esquerda da imagem também seriam demolidos em menos de 10 anos para a construção do prédio do City Bank, que ajudaria a tirar mais ainda a perspectiva humana do Largo da Carioca.

7 comentários em “Largo da Carioca e R. São José e Ed. De Paoli-1973”

  1. Impressionante imagem, é uma das coisas que eu sempre quis ver e nenhum dos nossos fotologs jamais havia postado.
    Na verdade a dúvida que eu tinha era como o DePaoli havia se inserido no antigo urbanismo, e essa dúvida eu tirei assistindo ao Roberto Carlos em Ritmo de Aventura esta semana. A princípio achava que a construção dele tinha sido simultânea à abertura da Nilo Peçanha, no filme (onde o prédio aparece em construção em 1967) ele aparece ladeado por uma construção moderna com um letreiro da Willys virada para a Rio Branco, que devia preencher o espaço entre o prédio e o trecho hoje desaparecido da rua São José. O DePaoli deve ter ficado com a entrada “emparedada” durante algum tempo. Mais ou menos como aconteceu em Botafogo com o Ed. Triangular no início da rua da Passagem (que já foi postado pelo Derani, eu acho) e atualmente o Piazza Verde junto ao metrô.
    Ainda restam oitis centenários no Largo da Carioca? Vou reparar.

  2. Ainda cheguei a pegar esse quarteirão desaparecido em plena forma.
    Vi demolirem o prédio mencionado que deu lugar ao do Citi e o que tinha antes do moderno prédio da Uruguaiana no. 10, que era já um edifício alto, que abrigava a loja “A Exposição”.

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