Carrocinha da Kibon

No nosso último post o amigo Augusto Caiado Pinto mencionou a carrocinha da Kibon na esquina da Santa Clara com a Av. Copacabana, pois então daremos um close naquele modelo de carrocinha, o terceiro modelo que a companhia usou, mais quadrada que a sua antecessora, mas já em fibra, que conviveram por alguns bons anos até o final da década de 70.

As fotos parecem ter sido tiradas na Tijuca, pelo urbanismo com arborização de oitis, postes padrão Light já bem antigos mas quase sem corrosão e postes telegráficos, e o ponto interessante é a presença de uma sorveteira, não um sorveteiro como era  tão comum. Para subir a calçada ela era ajudada pelo pipoqueiro o que atesta como essas velhas carrocinhas, embora já de fibra de vidro na sua parte exterior eram pesadas, ainda mais cheias de gelo seco e mercadorias.


Vemos a garotada consumindo, além dos sorvetes as carrocinhas vendiam doces da própria Kibon, como o Confete, Delicado, Jujuba e os Ki-Coco, e Kibamba (que não me lembro de que era) Peteca ( ???), chama a atenção a presença no expositor de biscoitinhos da Piraquê, nas suas clássicas e inconfundíveis embalagens.
De nota podemos ter uma ideia do preço dos sorvetes:
Picolé: Cr$ 0,50
Eskibon – Ki-bonbon – Kicrocante – Doce de Coco – Copo: Cr$ 0,70
Tijolo de 1/2 litro: Cr$ 2,35
Tijolo de 1 litro: Cr$ 4,20
Splash: Cr$ 0,35 (seriam a uvinha e a laranjinha nas garrafinhas plásticas?)
Interessante é ver o sorvete vendido embalado em papel na forma de tijolos, modalidade hoje praticamente desaparecida.
 
 

9 comentários em “Carrocinha da Kibon”

  1. Os tijolos ou “cassatas” não eram vendidos nas carrocinhas. Era nos mercados e mercearias. Havia também os depósitos da Kibom. Um deles era na Rua do Matoso.

  2. Nessa época, as Empresas de uma maneira geral premiavam os clientes. Quem aqui se lembra dos palitos premiados que acarretavam em um novo sorvete de graça ou então em outro tipo de presente?
    Hoje, francamente, as Empresas são dão aporrinhação.

  3. Essas fotos devem ser da primeira metade da década de 70 (placa alfanumérica da Rural e uniforme EP do estudante).
    Cheguei a pegar aquela embalagem do Chicabon. As embalagens da Piraquê que aparecem nas fotos duraram um bom tempo.

    1. O link não funcionou. Vai então o texto que acompanhava estas fotos lá no SDR: As fotografias de hoje, de 1972, mostram uma “sorveteira” da Kibon em seu trabalho pela Tijuca. Nesta época a Kibon tinha na linha de tabletes de chocolate o Ginkana, Lingote, Ki-Leite, Ki-Passas, Peteka, Croki-Bom, Ki-Caju e, na linha de bombons, o Ki-Coco, Kismet, Ki-Bamba, Kan-Kan, Kinkas e o Confeti.
      Nos meus tempos de criança os sorvetes da Kibon tinham nome: “Jajá”, de côco; “Kalu”, de abacaxi; “Tonbon”, de limão; além dos tradicionais “Chicabon” e “Eskibon”. Este numa caixinha de papelão azul e amarelo, retangular, embrulhado num papel. Eram vendidos nas carrocinhas amarelas com os sorveteiros de uniforme branco. Conservados gelados por meio do gelo seco que ficava dentro de uns estojos de metais acondicionados na carrocinha.
      Havia um depósito, em Copacabana, na Rua Santa Clara, entre as ruas Barata Ribeiro e N.S. de Copacabana, onde eram guardadas as carrocinhas. Sobre as carrocinhas ficavam as balas da Kibon: as coloridas, chamadas de “Delicados”. Saquinhos com amendoim doce (que eu detestava). As jujubas moles. Barras de chocolate com leite e umas outras barras com recheio de baunilha envolvidas com chocolate. Espetados nas caixas de papelão, os pirulitos de variados sabores – os de morango deixavam a língua vermelha. E os chocolates Ki-Bamba e Ki-Koisa, este com marshmellow.
      Lá pelos anos 60 foram lançados os copinhos de creme e chocolate, com pazinhas de madeira que ficavam numa caixa sobre a carrocinha da Kibon. Sem nenhuma higiene, pois não eram envolvidas por papel, como hoje se vê.
      Os concursos de palitos premiados da Kibon eram uma atração e aconteciam com frequência.
      Na porta dos colégios havia sempre um sorveteiro, ao lado do carrinho de pipoca. Na São Clemente, em frente ao Santo Inácio, o sorveteiro era conhecido como “Madureira”. Figura simpaticíssima.

  4. Com certeza 1972 foi um bom ano. A resistência armada da esquerda comunista estava praticamente aniquilada pelo governo militar e seus membros estavam presos ou mortos. Os eventos ocorridos no Araguaia foram apenas uma patética e pífia tentativa de realizar o impossível. Infelizmente os militares erraram em não “sumirem com o Genoíno”. Com um país pacificado e em paz, os sorvetes da Kibom eram mais saborosos.

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