Castelo, anos 60

foto de andredecourt em 29/07/05

Bairro do Castelo anos 60

Apesar de alguns prédios tão familiáres a nós já existirem, essa foto poderá confundir um observador distraído, vemos a região do terminal Rodoviário da Erasmo Braga.
À esquerda vemos o conjunto decô dos edifícos Castelo, Rhadia e Nilomex, com a sua volumetria já alterada pelo acréscimo de andares não projetados nos anos 50, ao seu lado vemos que o edifício do BEG ainda está nas estruturas e aparentemente nem alcançou o décimo pavimeto.
Mas é a partir do lado direito do ônibus, nosso divisor visual é que temos as diferenças para os dias de hoje. Os tapumes em primeiro plano escondem o famoso Buraco do Lume, um grande buraco alagado que ficou anos, como um cancro naquela região da cidade, resultado e uma operação empresarial aventuresca, de uma empresa, que quebrou e deixou as ruínas das fundações de sua futura sede.
Ao fundo vemos um pequeno edifício que ficava no lado impar da rua de São José, quase na esquina com rua Rodrigo Silva e que foi demolido nos anos 70.
O buraco e o pequeno prédio juntos criaram a praça Melvin Jones, que foi feita quando o governo do estado da Guanabara conseguiu reaver o terreno onde a Lume pretendia construir a sua sede, a praça por costume popular até hoje mantém para o povo o nome de Buraco do Lume, apesar de ocupar área maior que o buraco propriamente dito ocupava.
No extremo direito da foto, vemos uma nesga do edifício Cardeal Arcoverde, de propriedade da Cúria que o construiu nos anos 50, para isso demolindo a igreja de Nossa Senhora do Parto e o velho Recolhimento do Parto, prédios do Sec. XVIII.
Em primeiro plano à direita da foto vemos um dos abrigos do terminal, inexplicavelmente ocupado por dezenas de carros particulares estacionados à 90 graus.
Nos anos 70 o terminal da Erasmo Braga foi desativado e em seu lugar construído o terminal e edifício garagem Menezes Cortes.

Comments (28)

JRO – fora do ar disse em 29/07/05 11:35 …
As vezes eu acho que voce tem uma máquina do tempo escondida.
Bacana mesmo é aquele Impala 61 que parece ser um duas portas sem coluna.
:-))
odeon disse em 29/07/05 11:53 …
Essa linha de ônibus ainda existe?
Lefla disse em 29/07/05 12:14 …
Marechal Hermes. O pessoal aí da fila tava se preparando para uma longa viagem…
Marcelo Almirante disse em 29/07/05 12:19 …
Pelas minhas anotações esse terminal foi inaugurado em 1955. Em 1962 passou a ser o ponto inicial da maioria das linhas de trólebus da Zona Sul, e em 1973/1974 deu lugar ao Terminal Menezes Cortes, junto de seu horrendo edifício garagem, mais uma agressão ao nosso patrimônio.
Luiz D´ disse em 29/07/05 12:22 …
É verdade, André!
Hoje postamos quase a mesma região, com uma diferença de mais de 50 anos a seu favor.
Mas está certo, eu sou mais velho…
http://fotolog.terra.com.br/luizd:48
almacarioca disse em 29/07/05 12:39 …
Aquele prédio lá no fundo é o Banerj? E antes dele aquele onde havia o Banco Lar Brasileiro?
Ricardo Sanctos disse em 29/07/05 13:43 …
378….sempre pego esse onibus!
Rafael Netto disse em 29/07/05 13:48 …
O Menezes Cortes é dos anos 70? Tenho quase certeza que a placa de inauguração tem uma data por volta dos anos 60. Vou conferir.
Mauro_AZ disse em 29/07/05 14:17 …
Longa viagem mesmo. A julgar pelo itinerario no para-brisa, esse bus ia pegar a Primeiro de Marco, dobrar na Pres. Vargas na Candelaria, percorrer a Pres. Vargas toda, passar por baixo da linha do trem, ir pela Rodrigues Alves ate’ o fim, na Rodoviaria, dobrar a esquerda na Av. Brasil e ir toda vida, toda vida, passa por Parada de Lucas, ate’ que chega em Guadalupe e entra `a esquerda, passa por Deodoro e ai’ chega em Marechal Hermes. Nunca fui la’ nao.
toke_a_campainha disse em 29/07/05 14:30 …
Passo mal com seu flog! Nunca imaginei conhecer assim a fundo imagens antigas do RJ, e o q é melhor: comentários sobre as photos com a riqueza de detalhes q vc conhece!
Parabén’z
;]
Mergulhe nos clássicos dos anos 80 + 90:
http://www.fotolog.net/masterboydj
jban disse em 29/07/05 14:33 …
É impressionante como falhou a urbanização das áreas adjacantes ao Morro do Castelo, vide largo da Misericordia, A região da Marechal Camara e Santa Luzia e essa área da São José. Parece que houve uma pressa imensa de arrasar o morro, mas ninguém sabia o que ia fazer com os terrenos. A mesma coisa aconteceu com o Morro de Santo Antonio.
Lembro bem dos tapumes do Lume..
tumminelli disse em 29/07/05 15:12 …
Psiu moço, que horas sai o onibus?
os pontos de onibus ali na Erasmo Braga são depres. Pegeui muito o 324 pra ir ao Galeão, na época que trabalhei lá. Um calor infernal, eu todo embecado. A linha vermelha ainda não existia. A porra do onibus ia lotando e sair daquela lata de sardinha era um sacrificio.
O Menezes Cortes foi inaugurado por Chagas Freitas, tenho umas fotos dele aqui bem novo, mas nada que valha a pena postar, não mudou muito não.
:-))
jason_1900 disse em 29/07/05 16:26 …
Uma coisa que me choca nas fotos pré-1970 é o aspecto terrível dos ônibus urbanos. Os bichos eram medonhos mesmo: mal-ajambrados, sujos, velhos, partes amarradas com arame – e sempre lotados e andando a velocidades vertiginosas… Olhem que cara feia tem esse bicho!
Não é à toa que o povo lembra dos simpáticos bondes com tanta nostalgia.
Só numa coisa os velhos ônibus urbanos eram melhores que atuais: a largura dos bancos. Hoje é preciso ter bunda estreita para viajar com algum conforto.
andredecourt disse em 29/07/05 16:53 …
Bunda estreita e pernas curtas, pois o espaço entre as poltronas cada dia diminui mais.
Marcelo Almirante disse em 29/07/05 18:04 …
Por mim seria massa ver uma foto do Menezes na época da inauguração. Fica um voto.
Rafael Netto disse em 29/07/05 18:58 …
A privatização consumista falou mais alto e tiraram a placa de inauguração do Menezes Cortes pra dar espaço para mais um quiosque.
Os ônibus realmente melhoraram de lá pra cá, mas só na aparência. Tecnologicamente ainda usam as mesmas soluções arcaicas de 40 anos atrás, quando eram caminhões adaptados. Chassis altos, suspensão dura, muito barulho e o maior dos absurdos, o motor dianteiro!!!
Quando eu era usuário assíduo do 485 (estudava no Fundão) havia um carro na linha que era daqueles Volvo com motor central. Macio, silencioso… imagino o prazer que não devia ser pro motorista pegar aquele carro.
adorocinema disse em 29/07/05 22:03 …
Uau, que foto linda do Castelo!
Abração,
Milu disse em 30/07/05 12:22 …
Pegava aí perto, na Almirante Barroso, o ônibus Cacuia-Cocotá para ir para a aula de 7hs no Fundão.
http://fotolog.terra.com.br/cartepostale
bluemoon0510 disse em 30/07/05 13:12 …
e a fila do onibus!!!
🙂
otimo registro!!
[email protected] disse em 31/07/05 12:51 …
Quem sabe o que é um Impala 61, merece respeito.
Alexandre Figueiredo disse em 31/07/05 15:46 …
Odeon, a linha existe até hoje, mas mudou seu percurso para o Guadalupe, com a desativação da 371. Agora eu não sei se essa foto é anterior a 1965 ou não. Vou enviá-la para o www.toffobus.com para ele dar suas informações.
Marcelo Almirante disse em 31/07/05 16:29 …
Tenho uma vista áerea desse terminal nos anos 60, por volta de 1965, já como terminal dos elétricos.
http://geocities.yahoo.com.br/zostratus12/010.jpg
roney disse em 01/08/05 06:49 …
demais esta foto hein! adorei…
Luís Felipe Pires disse em 01/08/05 22:48 …
Alguém lembra dos ônibus “Papa-Fila” ???Essa linha de Marechal Hermes tinha papa-fila , eu era criança , morava em Oswaldo Cruz e já andei nele , em mais ou menos 1960!!!!! E ele ia toda vida por uma Av. Brasil quase que com os terrenos todos vazios , parecia uma viagem em estrada !!!Que saudade !!!
Mapas Antigos disse em 01/08/05 23:49 …
Realmente, é a cara do Castelo, não mudou muita coisa, afinal. Quanto aos ônibus para a Ilha, eram o 324 do Tumminelli, 326 , 322 e 328 – este último o único que passava pelo Cacuia e Cocotá, portanto devia ser o da Milu (embora todos passassem pelo Fundão). Puxa, até que enfim alguém se lembrou de um itinerário dos papa-filas… Abração!
Celso Serqueira
http://mapas.tk
Felipe Vasconcelos Carneiro disse em 13/08/05 19:08 …
O que eu acho legal é que nessa época todas as empresas de ônibus do Rio usavam a “capelinha” (onde éstá número da linha) e o “carimbo” na lataria do ônibus, onde ficava o nome da empresa.
Eu que essas características podiam voltar nos ônibus de hoje, pois eles também eram uma marca dos ônibus do Rio.