Esse mapa deveria causar a mais profunda vergonha nos nossos governantes dos últimos 40 anos, no mínimo, temos aqui um mapa que em pouco mais de 15 anos será centenário e grande parte das linhas de Metrô e Hidroviárias nele imaginadas não foram concluídas ou executadas.
Nos anos 20 o urbanista francês desenvolveu um sistema de transporte de massa, que teria como quadjuvante as linhas de bondes e ônibus da cidade, mas que fecharia, sob trilhos, o arco do velho Distrito Federal.
Vemos que por exemplo o metrô circulava a Lagoa e se fechava na Z. Sul perto da Praça Corumbá, ao contrário do que o atual governo do estado acha, ou então o “ramal da Barra”, que na época não passava de uma desolada e estéril restinga ( nada muito diferente de hoje) abasteceria não só Jacarepaguá, mas também as áreas já loteadas na época do Recreio ( Currupira) indo até Grumari e depois, serpenteando o Sertão Carioca, encontrar com EFCB em Santa Cruz, destino natural de um ponto final em nossa cidade de uma linha de integração sob trilhos. A imaginada Linha 5, que será substituída por ônibus a diesel que em poucos meses não darão conta da demanda, se integrava com o mesmo ramal férreo em Realengo, que pouco depois receberia outra linha de metrô, o que hoje seria o prolongamento da Linha 1, além Uruguai até pouco depois do Grande Meier.
A Ilha do Governador, ainda pouco ocupada, teria sua linha de metrô, entrando por onde hoje está o aeroporto (com estação nele) e o Jardim Guanabara, terminando nas barcas na Ribeira. E o que se falar, das 3 linhas de barcas que sairiam do planejado aeroporto ( imaginado na área de Manguinhos onde houve um aeroclube) que se integrariam a uma quase dezena de outras linhas, indo da Enseada de Botafogo até São Gonçalo e o fundo da Baia na região de Praia de Mauá, no então Estado do Rio.
Fica aqui o registro, da omissão história, que poderia ter sido diminuída com os dois grandes eventos que a cidade receberá, mas que como já imaginado pelas pessoas que não levam a ser enganadas, que não deixariam nenhum legado para grande parte do povo. Mas sim um legado de outro tipo para alguns poucos.
Triste história. E verdadeira.
É incrível a falta de visão dos homens que pensam que sabem como administrar cidades ou o país. Fora a vaidade, ninguém quer dar continuidade ao projeto outro.
Muito interessante o mapa.
Recentemente li críticas a abordagem que Agache fez sobre os transportes cariocas. Vou procurar novamente. Há críticas até mesmo ao diagnostico do referido consultor.
Não dá para se falar de transporte no Rio de Janeiro (após 1930) sem se mencionar o forte e vitorioso lobby rodoviário, com características que ultrapassam o interesse da população em se deslocar dentro do espaço da cidade.
ônibus é muito barato de se implantar, basta uma tripa de asfalto euns veículos, e assim foi-se fazendo o sistema de transporte do Rio. Como tudo que é barato tem seus graves defeitos, transporta pouca gente, polui, é inseguro, degrada por onde passa.
Um plano espetacular que nunca se concretizou e e jamais será feito, infelizmente.Aliás nossa cidade está entregue ás baratas ja faz tempo. Mil operários para finalizar o Maracanã, e para o hospital de referencia de Bonsucesso…
Interessante notar que o plano negligenciava grande parte da Tijuca.
Na Tijuca e grande parte de Copacabana o sistema de massa contaria com os bondes alimentando o metropolitando, e lembro que esse plano é de antes da verticalização sem controle não só de Copacabana como da grande Tijuca, ou seja, haveira menos gente por m2 nos bairro. E o Plano Agache combatia o adensamento da cidade, mas sim que ela se espalhasse pela área urbana e suburbana
Por isso que necessitava de um transporte de massa eficiente e abrangente.
Revoltante, mas compreensível.
Para quê gastar dinheiro e colocar infraestrutura no “fim do mundo”?
O plano me parece perfeito. Até exequivel hoje em dia, com alguns ajustes, é claro.
O problema é que não há e nunca haverá interesse, enquanto existir corrupção ou outros interesses políticos nefandos.
Muito interessante.
O cara tinha visão.
E olha que era um plano modesto comparado ao que grandes cidades europeias já possuíam…
Mas é um modelo curioso, que faz o trem como tronco e o metrô como alimentador. Mas de qualquer forma, uma rede de transporte de Massa, diferente de uns corredorezinhos por aí…
Sou apreciador do Rio antigo, e estou fazendo quadro (pintura) justamente da orla de São Cristóvão no séc. XVIII, (ou pelo menos, como imagino que fosse), se puderem publicar mais fotos ou pinturas antigas da orla da zona norte em geral será ótimo.
Incrível como andamos para trás em comparação aos anos 30…
Alguem saberia o nome da localidade servida por ‘metro extension’, que fica entre aa localidades de Rio Bonito e Sepetiba?
Incrível o acerto do Plano Agache, ainda hoje inspirador. Como diria o Augusto, o problema é investir nesse “fim de mundo” que virou o Rio depois que a capital mudou. Mas a força e a vitalidade da cidade são incríveis e como ela teima em crescer e atrair forças criativas e vivas.