Nossa imagem de hoje, infelizmente de média resolução nos dá um panorama de boa parte do Centro tomada por de cima da Glória.
Em primeiro lugar chama a atenção o tecido urbano da Lapa totalmente íntegro, onde podemos vislumbrar o traçado dos quarteirões desaparecidos bem como termos uma idéia como a estação de bondes se inseria, inclusive podemos até ver os trilhos do bonde entrando na Rua da Glória.
Os Arcos contam com as duas arcadas duplas removidas na primeira grande restauração feita no governo Lacerda bem como vemos os galpões da Fundição Progresso nas fraldas do Morro de Santo Antônio que começava a ser desmontado. Ainda de modo preguiçoso, pois simplesmente não se sabia o que fazer com aquela terra toda, embora o projeto do Aterro já existisse desde o Plano Agache.
Junto ao Passseio, nessa época sem grades, vemos os prédios do Cine Metro, inclusive dá para ver seu letreiro, do Plaza, do Antigo Automóvel Club, da Escola de Música, da Mesbla já com os andares extras, do Odeon e do novíssimo Hotel Serrador, um dos playgrounds dos senadores.
A cidade embora já tomada de prédios mantinha uma silueta mais baixa, onde o A Noite na Praça Mauá se destacava, no Castelo ainda dominado por prédios de sua primeira geração, vemos na México com a Alm. Barroso o primeiro exemplar da segunda geração o modernista Ed. Valparaíso, dos Irmãos Roberto, que abriga interessantes detalhes como o coroamento progressivo ornado com colunas transversais se saltam da fachada.
O Ed. Marquês de Herval ainda sobe nas estruturas, o que nos dá a primeira metade dos anos 50 como época para a imagem, na frente da grande construção o conjunto Derby/Jockey ainda estava íntegro. Mais ao fundo o hoje carcomido Ed. Cardeal Arcoverde se mostrava novinho em folha.
A Rua Senador Dantas possuia apenas um lado tal qual conhecemos hoje, o outro ainda abrigava velhos sobrados, condenados, nas fraldas do Morro de Santo Antônio. Mais ao fundo um Largo da Carioca diverso dos dias de hoje, vemos o Ed. da Ordem Terceira e o seu loop para os bondes de Santa Teresa, pouco depois desativado, e vista livre para a Rua da Assembleia, pois nem o prédio da CEF nem o Av. Central existiam, estando seus lotes ocupados ainda pelos prédios o Lyceo e do Hotel Avenida/Galeria Cruzeiro.
No fundo vemos os guindastes do Pier Mauá a tentativa de implantação do PA da Av. Pres. Vargas e as regiões menos valorizadas do Centro ainda tomadas por sobrados e pequenos prédios, uma foto fantástica sem dúvida a qual gostaríamos de ter na máxima resolução possível.
Eu consigo me lembrar do desmonte do Morro de Sto. Antonio.
Acho que era 1962 e acredito que ele já estivesse totalmente arrasado.
Eu, adolescente, morava no Grajaú e o lotação Carioca-Grajaú fazia ponto no que hoje é a Av.República do Chile, mais ou menos diante do Edifício-Sede da Petrobrás.
Era feérico o movimento dos caminhões que transferiam a terra do morro para o que seria o Aterro do Flamengo.
Era uma poeirada tremenda…
Meninos, eu vi…
Jamais poderia imaginar que, muitos anos depois, eu estaria trabalhando naquele edifício.
É impressionante como, revendo a geografia da região, ainda com o Morro de Sto.Antonio, percebe-se a mudança radical que hoje temos.
Quantas coisas bonitas surgiram: o Edise/Petrobrás, a Catedral, o prédio do BNDES, o Metropolitan e agora o Ventura Towers…
O tempo não pára!
Olá Sidney, boa tarde
Estava fazendo uma pesquisa sobre o bairro Sulacap e cruzando alguns nomes e sobrenomes cheguei à família Paredes. Os membros dessa importante família foram os primeiros colonizadores da região. Por acaso seus antepassados viveram nesse local, onde era a fazenda dos Afonsos? Você tem alguns registros?
No aguardo, um forte abraço.
Foto muito interessante , o que me chama mais a atenção é
como a região era povoada. Apesar do progresso certos prédios nâo deveriam ter sido demolidos.
Acho um erro danado terem arrasado a região da Lapa.
O quarteirão “ferro de engomar” era típico e hoje é um espaço totalmente sem serventia.
A mesma coisa com o Ed. da Ordem na Carioca.
Se o bonde de Santa Tereza ainda chegasse no Largo ia ser uma atração turística boa, mas resolveram esconder ele atras do BB…
Na década de 60 tive um professor de português, excelente por sinal, no colégio São José com o nome de Prof. Paredes que morava no Grajaú. Não sei se é parente do Sidney. Será apenas coincidência?
A foto é impressionante. E o progresso tem um preço alto.
Política de terras arrasadas e especulação imobiliária.
Prezado Afranio,
É mera coincidência…
Abraço,
Sidney