Russel, metade dos anos 50

Nossa imagem de hoje mostra a belíssima região do Russel nos anos 50.
Em destaque vemos o Villino Silveira, projetado pelo mestre Virzi, bem como a casa da família Pareto e uma grande área verde nas encostas do Morro da Glória. Fora a substituição de algumas construções por prédios, como o Hotel Londres pelo edifício número dois da Praia do Flamengo a disposição espacial da área ainda remete ao período Passos, inclusive o monumento à Barroso se encontra em seu lugar original, antes de ter sido levado para a Praça Paris nos anos 70, o curioso que os postes com refletores, os quais vemos na direita da foto estão lá até hoje, vandalizados como quase toda essa área que sofre uma grande pressão de decadência urbana, alimentada pela mendicância e o fortíssimo mercado de crack da favela santo amaro, que estranhamente não é motivo de umas das festejadas UPPs do governo estadual, levando toda uma região, que em qualquer outra cidade seria valorizadíssima pela qualidade dos imóveis, patrimônio histórico, urbanismo e proximidade com o Centro a uma profunda decadência. Será que se espera algum amigo da corte fechar algum negócio imobiliário para depois acabar com a cracolândia???
O tráfego é um enebriante desfile para os fans dos carros americanos dos anos 40 e 50. Outro ponto de nota é robustez da amurada no início do séc XX construída com o claro intuíto de resistir a fortes ondas e que deve estar até hoje por lá, soterrada pela terra do Morro de Santo Antônio que fez o Aterro.
Tanto a área verde como a casa da família Pareto deram lugar, em duas etapas distintas, para o prédio da Editora Manchete, outro fantasma na região desde que mais um grupo de comunicação morreu nesta cidade há 10 anos atrás, permanecendo o enorme prédio projetado por Niemeyer e antes recheado do que melhor existia, inclusive em obras de arte, e com um belo teatro jaz inspulto como outros monumentos a decadência desta cidade que tanto alegra certas pessoas.

5 comentários em “Russel, metade dos anos 50”

  1. Concordo integralmente com o Decourt.
    Não dá para entender, um local que reúne tanta história importante estar abandonado.
    Acho que no Brasil há uma política deliberada de “esquecimento do passado” para dificultar as comparações… algo como aquela mania estalinista de apagar da história fatos que não interessam ao regime.
    Palácio do Catete em lamentável estado, assim como seus jardins, e na outra ponta da cidade, o Palácio de S. Cristóão, residencial real desde os tempos de D. João VI numa precariedade que faz chorar…

  2. outro dia, durante um Chopp tivemos uma discussão acalorada sobre o local de onde o fotógrafo tirou essa foto. A conclusão é que ele deve ter tirado de um andaime instalado no aterro para o Congresso Eucarístico de 1955.
    O Aterro ia até as imediações da Glória.

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