Hoje temos mais uma das sensacionais imagens produzidas por Ferreira Júnior, fotógrafo da ABI e que foram nos enviadas por seu afilhado o amigo Sidney Paredes Rodrigues.
A foto mostra o bonde Praça da Bandeira fazendo uma parada na estação do Largo da Lapa, uma das estações de bonde mais importantes na junção dos bondes que vinham da Z. Norte da Cidade as conectando com as linhas para a Z. Sul e parte do Centro.
A foto é muito interessante, primeiro por mostrar a ambiência do largo, os imóveis que vemos no lado direito foram estupidamente derrubados nos anos 70, no primeiro governo Chagas Freitas para criar a árida e inútil esplanada na frente do Arcos, ressucitando de forma ainda mais agressivas as demolições da natimorta Av. Norte-Sul, sepultada no governo Lacerda.
Já os imóveis ao fundo ainda existem, pelo menos em parte. O sobradão que vemos, que fica entre a Sala Cecília Meireles e as ruínas do Hotel Bragança, foram abandonadas e destruídas por incêndios, hoje de pé a fachada, sem vários dos elementos decorativos que vemos na foto abriga um prédio moderno, recuado, num resultado estético nada interessante. Pois não temos um prédio restaurado, mas apenas uma moldura arruinada. Pelo letreiro vemos que o prédio abrigava um dos inúmeros bilhares da região, que atraia jogadores de sinuca de toda a cidade.
Era dia de feira, vemos algumas barracas montadas junto a meio fio e o típico lixo de feira livre perto da estação de bondes, chama a atenção também o grande número de militares.
Anunciando na estação temos o do Dragão, que acompanhou a estrutura do seu início até sua destruição no final dos anos 60 como ponto de apoio para os Trolleys, mas também temos um dos Pianos Lux e pasmem, duas auto-escolas, ou escolas de chauffeurs como se anunciavam, a Internacional, localizada na Rua Evaristo da Veiga, já mostrada em outros posto sobre o bairro ( http://www.rioquepassou.com.br/2006/05/02/3891/ ) e a Motoram, aparentemente com dois endereços, ambos ilegíveis. O mais curioso é que ambos os anúncios mostram lânguidas damas dos anos 30 conduzindo automóveis, sem dúvida muito interessante para uma sociedade tão machista.
Uma foto sem dúvida para se ver na resolução máxima, que pode ser obtida clicando por cima da imagem.
Estupenda!
“Lânguidas damas” foi ótimo.
A nitidez das fotografias é impressionante. O arquivo do Sidney Paredes é fantástico.
O bilhares entre o Colonial e o Bragança era o famoso Salão Azul, berço de uma geração sinuqueira, nos anos 40 e 50. Outro salão de sinuca que existia no local era o Indígena, no sobradão da esquina da Mem de Sá, logo após a Escola de Música, em cima do café de mesmo nome. Entre os imóveis, defronte a parada dos bondes e lamentavelmente derrubados, estavam o antigo Capela e cantinho do Hydrolitrol. Ótima foto.
A ambiência não é muito diferente da Lapa remanescente, além dos Arcos. Nem tudo se perdeu.
Não me lembro desse local retratado por Ferreira Júnior.
No entanto, a Lapa, talvez em meados dos anos 60, me deixou fundas recordações de final de adolescência e início de vida adulta.
Uma delas foi o Restaurante Danúbio Azul, com o cabaré Novo México, no andar de cima, se não me falha a memória.
A Lapa encolheu, mas continua instigante e charmosa.
O último reduto boêmio do Rio!
André,
esse bonde tem no itenerário a rua Joaquim Palhares, onde moro!
tem um senhor, que mora no meu prédio, disse que, onde existe a escola Martin Luther King, era uma garagem de bond! vc sabe me informar se existia uma garagem de bonde por aqui?
Esse é um bonde da linha que posteriormente seria batizada com o número 33, a famosa Lapa x Praça da Bandeira, e que resistiu até a extinção dos bondes da Light no Rio. O trajeto era Largo da Lapa – Av. Mem de Sá – R. Frei Caneca – R. Salvador de Sá – Rua do Estácio – Largo do Estácio – R. Joaquim Palhares – Praça da Bandeira.
adoro historia sobre miha cidade gostaria desaber mais sobre pessoas que ja presensiaram alguns contos de epocas