Mansoleu de Estácio de Sá

Construído pelo governo da Guanabara, numa das curvas do Aterro, na região do Morro da Viúva, com projeto de Lúcio Costa o mansoléu tinha como objetivo guardar os restos do fundador da cidade, bem como relíquias deste período. Como o marco de fundação da cidade e a lápide do pouso definitivo de Estácio de Sá, que ficava originalmente no Castelo, na Sé Velha, depois igreja dos Capuchinhos.
Mas os desejos dos governantes de dar a última morada ao fundador com uma crípta com vista para onde teoricamente a cidade foi fundada, nesse caso defendendo a tese da Praia Vermelha e não a Praia de Fora, foram frustados. O monumento foi inaugurado em 1973 já sem finalidade, pois os freis Barbadinhos se negavam a entregar ao Estado as relíquias que guardavam, alegando que a eles foi dada a incumbência da guarda, pois foi no solo sagrado, dado a eles no séc.XIX, que os restos de Estácio de Sá , transladados em 1583, vindos a arruinada Capela de São Sebastião no Cara de Cão estavam guardados e lá ficariam, só saindo de lá para outro solo santo.
Tentou-se de tudo, mas os freis se mostraram irredutíveis numa pendenga que se arrastou durante toda a década de 70, até a o governo da Guanabara e posteriormente a Prefeitura do Rio desistir.  O local destinado para a crípta ficou fechado, sendo aberto em algumas raras ocasiões, até que foram instaladas réplicas do marco e da lápide, quando o local virou um pequeno, mas inoficioso memorial a quem fundou a cidade, sendo inclusive “rebaixado”, chamado hoje oficialmente de Monumento a Estácio de Sá.
O monumento hoje é mais um dos bens, juntamente com inúmeros outros prédios, monumentos, jardins e até mesmo detalhes simples como os sinais de transito que espelham a inépcia de nossos governantes de gerir uma cidade como o Rio de Janeiro. Fechado e cercado de tapumes para uma restauração ano passado, sua obra foi paralizada certamente em algum “surto saneador”, uma daquelas medidas inóquas que os novos governantes anunciam aos 4 ventos quando assumem, em litígio com o ocupante anterior da cadeira. Que normalmente dão pouquíssimos resultados, só causando descontinuidade administrativa.
Ele está hoje completamente abandonado, até os tapumes que cercam a obra de restauro estão caindo, mal sabendo os cariocas que se passa por de trá deles, talvez mais furto e vandalismo ao nosso patrimônio.
Foto do ano de inauguração, do acervo da Life.

8 comentários em “Mansoleu de Estácio de Sá”

  1. Derani e Luiz, até concordo com vcs, mas o patrimônio é do povo é da cidade do Rio de Janeiro!
    Eu colocaria os restos mortais e o marco inicial que se encontram, como disse o André, na igreja dos Capuchinhos, ao lado do que sobrou da ladeira da Misericórdia. Imaginem vcs o ponto turistico que seria! Acho que o centro ganharia muito com isso!
    Biblioteca, Assembleia, Teatro, Belas Artes, o marco inicial, outros objetos e um mausoléu a Estácio de Sá! Quantas cidades têm os restos mortais do fundador da cidade?

  2. Galeno,
    Lamento discordar, mas neste caso governo não é povo nem defende seus interesses e sim os seus próprios como estamos cansados de constatar.
    Melhor que fique com religiosos ou mesmo com um particular que tem mais interesse em cuidar.

  3. Derani,
    todos os governos no Brasil são iguais, mas q seria a melhor o mausoléu com certeza seria! acho que a cidade ganharia muito com isso!

  4. O Governo deveria representar os interesses do povo. Zelar pelo patrimônio material e imaterial do país é uma obrigação do Estado! O que não impede que os cidadãos, de forma geral participem deste cuidado.
    Tudo o que esse tipo de governante quer é que achem que eles são eternos e que nada pode se fazer para mudar a situação. Assim não são incomodados.
    Os freis barbadinhos foram coerentes e corretíssimos. Os restos mortais foram confiados a eles, por designação confessional dos familiares.

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