Piranhão, passarela sobre a Presidente Vargas e a Linha 1-A do Metrô

Estamos em 1981, a cidade ainda mantém um certo ar altivo, embora os nefastos efeitos da fusão já se manifestassem, mas ainda longe da completa decadência do socialismo moreno e de seus herdeiros.
O prefeito Júlio Coutinho, o segundo pós fusão, passa pela passarela que ligava o Piranhão ao “nada ” do outro lado da Av. Pres. Vargas, junto com seu ajudante de ordem e um secretário.
Ao fundo temos o CASS, Centro Administrativo São Sebastião, projetado para ser o prédio que concentraria toda a administração da Cidade Estado, sanando de vez os problemas de secretarias e órgão pulverizados pela cidade, acabou sendo repassado para a prefeitura, nas obras de acabamento, enquanto o Estado do Rio herdou o problema da velha capital, pois até hoje seus órgãos e secretarias estão pulverizados, ou alojados no prédio do BEG, não projetado para esse uso.
Vemos o prédio com o projeto de Marcus Konder e divisão interna de meu pai ainda limpo das poluições visuais do último administrador, ainda não retiradas por seu herdeiro, que pelo visto repetirá a estória de Brizola e a propaganda do governo anterior na Lagoa-Barra. Os vidros também se mostram mais limpos, um prédio mais digno, sem dúvida.
No lado esquerdo vemos um pedaço do hospital Central da PM, e do lado direito vestígios do tecido original da Cidade Nova, que ainda resistem a burra requalificação urbana implementada nos anos 70, seguindo o fracassado projeto da Avenida-Cidade, um delírio facistóide do qual só foi realizado o Balança Mais Não Cai.
Nos postes de concreto de 12 metros vemos 2 gerações de luminárias Philips, a no primeiro plano é da geração dos anos 60/70, instalada em várias avenidas da cidade, como Atlântica, Vieira Souto, Pres. Vargas, mas já com suas lentes trocadas, pela CEE com o intuito de difundirem mais a luz. As posteriores, junto ao Piranhão, são da segunda geração, mais quadradas, que em vários lugares inclusive substituíram as da primeira geração, não tão eficientes, como na Av. Atlântica. Com o abandono da empresa Holandesa desse mercado praticamente todas já desapareceram da cidade.
Mas o foco vai para a passarela, demolida essa semana, como parte do engodo da Linha 1-A do Metrô, onde rios de dinheiro estão sendo gastos de forma errada, num verdadeiro estelionato, onde o povo, a vítima dará conta quando tudo estiver pronto, e não funcionar a contento. Essa semana tivemos duas paralisações, na Linha 1 e 2, em momentos diversos, e a linha não afetada operou normalmente, pergunto: O que acontecerá se um trem de qualquer um das linhas parar entre a Central e Botafogo ?????? A resposta é simples todo o sistema será afetado. Só não querem ver os concedentes do serviço, o Sorridente Governador e o Professor da Lagoa.

19 comentários em “Piranhão, passarela sobre a Presidente Vargas e a Linha 1-A do Metrô”

  1. Eu entendo (e concordo) com todas as críticas aqui feitas ao “socialismo moreno” e suas consequências. Isto posto, eu li essa semana, como faço com alguma frequência, ao “informativo” do blog do César Maia em que ele focava a questão da segurança pública no Rio. Ele escreveu algo a se pensar: os governos estaduais eleitos em 82, de oposição à ditadura então vigente, tinham dois compromissos, quase pressupostos, colocados ao assumirem: o compromisso social e o desmonte da máquina repressiva que existia em suas polícias militares, que eram braços, tentáculos, das células repressivas do exército. O desconhecimento de quem estava chegando sobre a estruturação dos cartéis dos tóxicos com certeza está na raiz dos problemas que sentimos hoje. É claro que César Maia tenta se explicar, se defender, até pq foi um dos grandes homens do gov. Brizola, mas eu achei isso um dado interessante a se pensar, na dificuldade que esses governos tiveram nessa fase de transição. E acho mais interessante do que só se louvar a Lacerda e Negrão de Lima e simples e sumariamente execrar os governos pós-ditadura.

    1. Típica estrutura para aparecer, poderia ter sido feita de modo mais discreto, mas viva o marqueting, marqueting essa que tenta abafar a quase rebelião nos subterrâneos da cidade

        1. Estruturas em arco são usadas normalmente em vão livre. Ali havia espaço para algum pilar embaixo, não se tratava de uma imperiosidade de vão livre. Só se seguiram a duvidosa estética de acompanhar o arquinho dali com um arcão. Mas poderia ter uns pilares na em cada ponta do arquinho.
          Aliás, nem era para ter a linha. Juro que não entendo como se orça uma olimpíada em dezenas de bilhões e a recusa para fazer o túnel Estácio – Carioca permanece tão sistemática.

  2. O Metrô já está se aproximando dos piores dias dos trens da Central.
    Quanto à ponte-arco devia ser proibido porque obstrui uma obra tradicional do Rio de Janeiro, uma das marcas cariocas que é o viaduto da Central sobre o Mangue.
    Tomara que tenha o mesmo fim da passarela do Bar Vinte quando entrar algum governante mais sensato.

  3. Vcs têm que ver esse prédio por dentro!
    Lastimável!
    André,
    no lado direito da foto, em frente ao prédio que aparece ao fundo, me parece que estão demolindo algo!
    Tudo ali era casa e prédios?
    Hoje é um horrivel vazio, pelas estruturas abandonas parecia um parque! A única manuntenção é o corte da grama!

    1. O prédio por dentro, na última vez que fui lá estava parecendo uma repartição do governo estadual, ou seja, um lixo. E isso tem uns 2 anos. Me lembro que nos anos 90 o prédio, por dentro era muito melhor.

  4. André,
    Valeu a previsão de que o metrô não ia funcionar depois do engodo da Linha 1-A.
    Há 15 dias deixei de ser usuário do metrô e passei a andar de “quentão”. Pelo menos estes são mais previsíveis, não andam cheio, nem fingem ter ar-condicionado e, além disso, cobram tarifa mais barata.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

6 + 3 =