Rio – Cidade Aberta

 

Com as forças Tenentistas chegando a Rio e com vários estados já nas mãos dos “revolucionários” havia o medo de uma encarniçada batalha pelo Distrito Federal, pois havia mostra que parte do exército sediado na capital permaneceria leal ao presidente.

Para evitar o banho de sangue, que se avizinhava, no dia 24 de Outubro de 1930, oficiais graduados do DF, após momentos tensos no entorno do Paláco Guanabara persuadiram presidente Washington Luís a renunciar, sendo de imediato conduzido ao Forte de Copacabana, onde ficou encarcerado.
O poder foi assumido de forma provisória pela junta militar formada pelos generais Mena Barreto e Tasso Fragoso e pelo contra-almirante Isaías de Noronha. Com a posse da junta e mais algumas negociações ao longo do dia 24 a cidade do Rio foi aberta às tropas que já se aproximavam de suas fronteiras, promovendo cenas de desrespeito e falta de cultura dos invasores, como incêndios a jornais, depredações de repartições públicas, e a pior imagem, cavalos amarrados no obelisco da Av. Rio Branco.
Até os dias 3 e 4 de Novembro um grande contigente militar de ocupação penetrou na cidade, certamente para legitimar a posse de Vargas ao poder, que só ocorreu por as forças gaúchas serem em maior número no movimento.
Na nossa foto de hoje, tirada no dia 3 de Novembro de 1930 vemos a movimentação das tropas de ocupação penetrando o Centro pela Rua Visconde do Rio Branco rumo à Praça Tiradentes no sentido de tráfego diverso de hoje.
Na foto vemos à direita a esquina com a Rua do Lavradio, a construção mais alta que fecha o horizonte e o Ed. Gaetano Segreto, construído anos antes no local do velho Maison Moderne na esquina da Praça Tiradentes com Rua Pedro I. Como podemos observar o prédio do Teatro Carlos Gomes localizado do outro lado da esquina ainda não havia sido construído.
A segunda construção mais alta da foto, ainda do lado direito é hoje ocupada pelo 13 BPM e fica bem no vértice da praça na entrada da rua. A foto nos mostra que ainda haviam algumas construções que resistiam à cidade eclética de Passos, 30 anos depois das profundas mudanças, como o sobrado com “chalet de mestre do obras” que aparece discretamente no extremo direito da foto.
Post com a imagem já atualizada para a versão em alta definição, disponível ao clicar em cima.

Comments (4)

triunfodapintura 11/5/07 7:15 AM …
Muito bom.
Mesmo se mudando, deixe esse fotolog em funcionamento.
derani 11/5/07 7:53 AM …
Meu pai contava que, nessas épocas de revoluções, quem tinha carro ou caminhão escondia.
Se as tropas vissem algum confiscavam contra recibo de que seriam ressarcidos os donos.
Nunca niguém viu dinheiro nenhum do ressarcimento.
johnnie123 11/7/07 11:17 AM …
” Uma vez que alguem desrespeite o poder legitimado por aclamação dos povos, e o tome de assalto, dá a qualquer outro, o direito de imita-lo, e em assim o fazendo, resta aos povos somente sofrerem por essas rresponsabilidades….”
Parte de um discurso que causou o empastelamento e fechamento do Jornal do Brasil, de 1893 a 1894, pela ditadura Floriano.

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