Nessa foto de logo após a inauguração da Av. Central vemos com destaque o prédio do Café Persa, ainda sendo concluído, como podemos notar pela escada posta em sua porta principal.
O prédio projetado pelo arquiteto Heitor de Mello ficava na esquina com a rua do Rosário e mostrava em um estillo neo-mourisco toda a misturada da arquitetura eclética.
Minarestes, cúpulas ao melhor estilo 1001 noites, afrescos na fachada, entre outros elementos estéticos davam ao prédio uma grande semelhança com o Pavilhão Mourisco na Praia de Botafoto, acabando por ser o prédio mais conhecido como Café Mourisco do que seu nome original.
A Café Persa, ou Mourisco seguia a linha dos cafés da época, como o Lamas, não só vendendo bebidas ou refeições, como também frutas frescas e artigos para fumo, mas tinha na frequência vários boêmios diurnos do Centro da cidade; intelectuais, jornalistas, políticos que certamente deveriam fazer o movimento de atravesar a a avenida diversas vezes. Pois do outro lado da avenida estava o Café Simpatia, também em alta conta pelos boêmios que flanavam pelo Centro durante muitos anos e em breve personagem de um post aqui no flog.
O prédio do Café Persa, apesar de ser um dos mais interessantes da Av. Rio Branco foi pouco fotografado, talvez por seus vizinhos como o Jornal do Commercio atraírem pela altura e volume muito mais a atenção dos fotógrafos que o prédio do café, que apesar de muito interessante era achatado pelas cúpulas vizinhas.
O velho Café Persa, ou Mourisco sobreviveu até aos anos 50, quando no segundo grande “boon” de novas construções da avenida ele foi posto abaixo.
Com a sua demolição e a do Pavilhão Mourisco na praia de Botafogo anos antes, hoje na cidade há apenas uma construção Neo-mourisca que é o Castelinho de Manguinhos.
Comments (8)
Lindo prédio!
No da frente, no Simpatia, estive várias vezes almoçando uma costela com batatas até hoje inesquecível, assim como seu lendário refresco de côco feito na hora.
Era um néctar refrescante no calor senegalês do Rio.
um dia vão derrubar o Castelinho de Manguinhos e botar uma favela no lugar.
Vai ter gente condenando o fato de se copiar um estilo de arquitetura árabe (estrangeiro) em plena américa do sul.
Alucinante o prédio!
Estou te devendo a lista dos livros lá de casa.
Essa semana mesmo ainda te passo.
Abçs.
Luiz.
Ah, se tivéssemos uma máquina do tempo para visitar tudo isso…
La Plancha, mas só comi peixe kasher.
Acabei de ver uma imagem desse prédio tirada pelo Marc Ferrez, na exposição sobre o fotógrafo-artista que está no prédio da FIESP. Aliás um bom motivo para ir a SP até o início de março…
http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto
Eu acho que o arquiteto foi Adolfo Morales de los Rios, que inclusive projetou a fachada de onde é hoje o Cine Palácio no Passeio, este também em estilo Neomourisco. Ou seja, ainda resta esta construção neomourisca e ninguém se lembra dela.
Este prédio foi obre do arquiteto Adolfo Morales de los Rios. Há o planta do projeto no Arquivo Nacional.
Este prédio foi obra do arquiteto Adolfo Morales de los Rios. Existe a planta do projeto no Arquivo Nacional.