Hoje teremos um mapa de 1895, que mostra um projeto pra o prolongamento do Cais Pharoux até a Ponta do Calabouço.
Para termos uma idéia do tecido urbano vou mencionar os poucos pontos que temos em comum desse mapa com a cidade hoje.
No extremo esquerdo vemos assinalada com uma cruz a igreja de São José, nessa época ainda endereçada na rua da Misericórdia, indo em direção ao mar vemos o prédio da Caixa Econômica, existente até hoje e ocupado pela PGE, o prédio já foi objeto de 2 post’s aqui nesse ano, na direita do mapa a outra cruz assinala a igreja de Nsra. de Bonsucesso, incrustado conjunto arquitetônico da Santa Casa, que nessa época também abrigava a faculdade de medicina.
Nas ruas desaparecidas, podemos ver o traçado espontâneo da velha cidade, e tiramos conclusões interessantes, a rua do Cotovelo, depois Vieira Fazenda, ia nessa época até o mar, terminando depois dentro do Hall dos elevadores do edifício Menezes Cortes no encontro desta com a ladeira homônima e com a Rua do Carmo.
A cruz com o prédio negro assinala o velho Necrotério do Moura, um dos dois morgues da cidade, na época o segundo ficava junto ao hospital da Ordem Terceira no Largo da Carioca. Onde hoje temos o fórum vemos um maciço quarteirão envolto pelas ruas de D. Manoel, Misericórdia, Cotovelo e Beco dos Ferreiros. Na realidade tal quarteirão era composto de várias azináguas, becos e travessas com profundos sobrados, um lugar sombrio e onde certamente se encontravam as casas de ópio mencionadas por Luiz Edmundo.
O quartel, hoje desaparecido abrigava o Regimento do Moura, que dava nome ao largo na sua fronte, ao necrotério, e indiretamente nomeava outros logradouros com o Beco da Música, assim nomeado pois era onde a banda do regimento ensaiava, Beco do Moura, Largo e Beco da Batalha.
Amanhã continua
Comments (5)
André,
Estive no Largo da Misericórdia neste sábado passado, para um casamento. Como chegamos cedo (ou a noiva estava super atrasada) subi pela Ladeira da Misericórdia só para sentir o gostinho de andar por uma das mais antigas ruas da cidade. Fiquei imaginando o Morro do Castelo por detrás da ladeira e tudo o que perdemos. Depois vi aquele HORROR (by tutu) do Prédio do Fórum e fiquei com uma raiva danada.
Quando me virei para trás para descer, o pessoal me olhava pensando que eu era doido. Acho que de certa forma têm razão.
🙂
O que aconteceu aí foi uma hacatombe urbanística.
Já subi ali tb, de terno e gravata, duas vezes, num casamento e um dia saindo do Forum com uns amigos, quando comecei dar uma de guia do Rio antigo.
Malucos…acho que não…acho que é excesso de lucidez
Bela pesquisa. A série promete!
PS: excesso de lucidez também é maluquice…
Olá André me chamo Ludmilla e gostaria de saber se poderia me ajudar em um trabalho que estou fazendo sobre os bairros da Tijuca e de Vila Isabel nos anos de 1808 e 1910. Tendo q apresentar fotus daquela época mostrando básicamento como era o saneamento, o abastecimento de água, luz e gás. Aterramento e construção de áreas públicas de lazer.
Se não possuir essas fotos gostaria de saber se vc tem idéia de onde poderei encontrá-las.
CAchei seu fotolog muito interessante e imaginei que pudesse me ajudar.
Desde já agradeço.
Pode se comunicar comigo pelo email [email protected]
Muito Obrigada!!!
Ludmilla Rodrigues
Este tema (Misericórdia) promete. Principalmente vindo de quem vem…