Prédio da ABI, anos 50

andredecourts foton från 2006-10-03

Foto colorizada do edifício da ABI no final dos anos 50.

Vemos em destaque o prédio da ABI, que até hoje alimenta opiniões inflamadas sobre sua arquitetura.
O prédio, um dos projetos pioneiros do modernismo no Brasil foi feito pelos irmãos Roberto, antes da visita de Le Corbusier ao Brasil, sendo então possivelmente o primeiro edifício de grande porte no Brasil totalmente moderno.
O uso ostensivo dos brises soleis em virtude da posição do prédio, que o faz ficar exposto ao sol praticamente o dia todo é o ponto polêmico da obra de uma construção que todos dizem ser sem janelas, mas elas existem e são aliás bem grandes, escondidas pela estrutura independente que segura os brises.
Inicialmente eles seriam de alumínio, mas no período que o prédio foi construído o metal era anti-econômico, sendo então os dispositivos contra a insolação construídos de fibro cimento.
O prédio ainda possui uma volumetria interessante nos seus últimos andares, onde um recuo na fachada era imposto às construções na Esplanada do Castelo, em função do Plano Agache, os arquitetos eliminaram as quinas desta parte do edifício as substituindo por curvas, que cria um constraste muito interessante com o resto do prédio, tão retilíneo.
Na rua vemos belos exemplares de carros americanos, bem como o mobiliário urbano da época, de curiosidade podemos ver as hoje frondosas árvores da rua Araújo Porto Alegre, bem pequenas, com cara de estarem plantadas aí há pouco menos de 10 anos.

Comments (13)

derani 2006-10-03 10:02 …
Para quem estuda arquitetura, esse prédio é uma referencia em solução térmica e arquitetura moderna, muito elogiado, junto com o prédio do antigo MEC.
jban 2006-10-03 10:05 …
Um belo Chevy Belair 1956 vermelho e branco.
Dentro da feiúra generalizada dos prédios agachianos, este aí até que se salva.
edubt 2006-10-03 10:06 …
Volto a afirmar que acho esse prédio um monstro! Não acho a minima graça nesse caixote, a despeito de dizerem que é um marco da arquitetura.
É feio pra cacete!!!!
Rafael Netto 2006-10-03 11:02 …
Concordo com o Tumminelli, é um marco da arquitetura, patrimônio histórico, mas horroroso. Talvez se tivesse as brises de alumínio como previsto,ficasse melhor. Mas a arquitetura “modernista clássica” como um todo costuma produzir construções bem feiosas. Nesse aspecto, acho até o pós-moderno mais interessante, o maior pecado dele é a inadequação aos arredores (vide RB1, Manhattan Tower, Telefonica)
http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto
FlavioM 2006-10-03 11:06 …
Olha a polêmica aí! Gosto muito mais dos prédios que são “pensados” como um todo, como um volume a ser resolvido com arte, do que das “pilhas de pizzas”, em que há simplesmente uma repetição da solução do andar padrão (mesmo que haja alguns elementos de diferença “forçada”). Deu prá entender, ou ficou confuso?
Aquele agachiano ali logo depois do ABI, por exemplo. Que coisa mais “purgatório”, seu!
O da direita tem a atenuante de ser puro decô, mas também é repetitivo demais.
A existência de um elemento arredondado, para quebrar a rigidez dos ângulos, é muito comum nos projetos “modernos”. Basta ver o MEC e o Hospital da Lagoa, por exemplo, com aquelas falsas “chaminés”. Acho que o Guinle, muito mais antigo, também tem.
O que é mais interessante é que o Brasil ficou na vanguarda da arquitetura, fazendo experimentações altamente válidas, com arte e habitabilidade.
http://www.flaviorio.globolog.com.br
andredecourt 2006-10-03 11:14 …
Pois é o Brasil FICOU na vanguarda da arquitetura, hoje é uma piada, existem bons profissionais, mas não sei aonde eles se escondem…prédios comerciais e residênciais são cada vez mais sem graça, fora a moda neo-neo-clássica que domina cidades como São Paulo.
No Rio o último prédio comercial interessante inaugurado que eu me lembre é o Ed. Argentina, os residenciais então…acho que acabaram nos anos 70 !!
Construtoras com a “Sopa de Letrinhas” só ajudam a piorar o cenário com seus prédios medíocres, mal divididos internamente, com materiais ridículamente de qualidade inferior, e fachadas que beiram o trágico !
derani 2006-10-03 11:16 …
André, os bons profissionais de arquitetura hoje em dia são taxistas!
Não tem lugar para criatividade nessa arquitetura “miami-ense”.
Ilan 2006-10-03 11:51 …
E na foto, se percebe como carro não era barato, sendo a foto do final dos anos 50, o carro mais novo da foto é o Bel-Air 1956 (vermelho e branco).
Os demais, tem pelo menos 5-7 anos de uso! O q vc não vê hj (com a frequência da foto) no mesmo local.
luiz_d 2006-10-03 13:05 …
Este é um dos mais polêmicos prédios da cidade: sempre que uma foto dele é publicada as opiniões se dividem.
jplages 2006-10-03 13:12 …
André,
Entrei num grupo de fotos do Rio Antigo num fotolog novo chamado 8P.
Dá pra organizar as fotos em diversos albuns, comentar em áreas em cima da foto e postar quantas fotos quiser por dia.
Conversei com o dono do grupo e ele disse que seria muito maneiro te colocar como moderador de lá.
O que acha?
Dá uma olhada:
http://www.8p.com.br/grupo/rioantigo/flog/
Para postar fotos é preciso ter convite, então já enviei um pro seu email. 🙂
Rafael Netto 2006-10-03 14:23 …
Sobre a “repetitividade” que o Flavio apontou, eu tenho reparado que de uns tempos pra cá andam aparecendo uns edifícios residenciais que tentam quebrar a monotonia da fachada, mudando o formato das varandas a cada andar, ou a partir de determinada altura, como se fazia no início do século XX. Vi isso na Barra.
Mas não é só isso que anda voltando… o fechamento das varandas também… alguns prédios modernos têm varandas com parapeitos arredondados, em vez de grades. Aí tome vidro fechando.
Outro mérito da arquitetura pós-moderna (?) residencial seria a variedade de materiais e cores nos revestimentos. Não é mais aquela pintura bege-decô, nem a mesmice das pastilhas dos anos 60-70.
http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto
rodperez 2006-10-03 14:35 …
Abaixo o vidro azul dos prédios de hoje!
FlavioM 2006-10-04 01:54 …
André e Derani,
Postei mais algumas fotos da época do Dr Pedro Ernesto:
http://www.flickr.com/photos/flaviorio/sets/72157594179005273/

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