O Diretório da Lagoa foi confiado pelo partido à Augusto do Amaral Peixoto, irmão de Ernani do Amaral Peixoto.
Considerado um revolucionário histórico Augusto não aceitava muito bem a participação do partido com as antigas chefias políticas do DF, mas que talvez fossem importantes para a consolidação das inspirações do partido à ótica da época
Mas ao contrário de Augusto, Jones Rocha, que comandava o Diretório Santana (responsável pelas áreas do Centro Norte, Região Portuária, São Cristóvão e Praça da Bandeira) se mostrava orgulhoso da aglutinação de tais pessoas.
O Diretório da Lagoa, comandando por um elemento que tinha posições notadamente sociais-democráticas priorizou uma aproximação com a comunidade para ampliar a militância e formar novos quadros políticos “puros” isto é, sem vícios com a política partidária pretérita ao Golpe de 30.
Almoços, eventos, enaltecimentos de personagens carismáticos locais, como um querido salva-vidas de Copacabana, candidato a vereador, algo impensável anos antes, eram expedientes de praxe criados para agir como um ima aos diversos setores da sociedade.
O diretório da Lagoa, mais alguns, notadamente da região do grande Méier, iniciaram a abertura do diálogo tanto do partido, como do próprio governo com as “Comissões Pró Melhoramentos” embriões das atuais associações de moradores, criando uma “bolha” de crescimento no número de eleitores. Em 1934 houve um acréscimo de 57% no número de eleitores em relação a 1933 no DF.
Mas o desgaste do diretório da Lagoa, tão progressista, em relação a outros, notadamente o de Santana, onde em 1934, Jones Rocha responsável por ele, surgiu atolado em um mar de lama, referente a um nebuloso caso de extorsão em relação ao Imposto sobre o Jogo, começou a ser crítico. Augusto do Amaral Peixoto, revoltado entregou formalmente ao prefeito Pedro Ernesto, e também presidente do partido a denúncia, e este fez ouvidos moucos, talvez temendo uma implosão da sua nova base política e com a perda dela o enfraquecimento do Partido Autonomista, que estava sendo majoritário no DF.
Dada a passividade do prefeito Augusto do Amaral Peixoto se retirou da presidência do diretório, mas entregando ela a Átila Soares, outro velho revolucionário dos anos 20, mas que tinha um grave problema na visão de muitos, principalmente da equipe do Prof. Anísio Teixera. Átila era ligado à igreja católica, mas em que um primeiro momento não atrapalhou o processo de “cidanização” da população, desenvolvido pelo diretório, inclusive com a criação de uma revolucionária “Justiça Gratuita” oferecida aos que não podiam pagar advogado, e que foi o embrião da Defensoria Pública do DF, posteriormente GB e hoje do Estado do Rio, tão bem qualificada em seu corpo técnico e que faz milagres com as condições a ela oferecidas pelo governo.
Mas sua constante ligação com a igreja o fez entrar em choque com a política educacional laica criada pelo prefeito, tida por ele como Bolchevique, mas este debate não pode ser continuado, pois em 1935 com a “intentona” o Partido Autonomista foi implodido por Vargas.
No recorte, do arquivo da família, vemos da direita para e esquerda, o prefeito Pedro Ernesto o quinto personagem e meu bisavô, vereador Rocha Leão, sendo o terceiro na primeira fila após o prefeito, ao lado dos dois senhores de paletó mais claro.
Comments (8)
Tenho certeza que no fundo esse reunião ou era para descobrir onde ficava o posto da foto de ontem ou se conseguiam ver o tal passadiço na foto da região da Gloria.
:-))))
Ninguém descobriu onde ficava o posto de ontem?
Achei a foto que tirei da Barão do Flamengo, lá não tem prédio nenhum como aquele, e no lugar onde ele estaria existem 2 prédios bem antigos, no alinhamento do Hotel, portanto não poderia ser lá.
http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto
Jorge, realmente há alguns prédios parecidos ali na Pres. Wilson, principalmente o do TRE