Vemos uma foto de Malta, uma das milhares que ele tirou ao longo de sua carreira que documentavam a desapropriação de imóveis para realinhamento, abertura de novas vias, ou substituição de prédios em más condições por novos. Acredito que essa metodologia se não foi pioneira mundialmente era algo moderníssimo , pois em 1904 o grande fotógrafo já tirava suas fotos anotando no negativo a numeração dos imóveis, o que certamente é de grande importância na discussão da valoração dos numerários a serem pagos pela administração pública.
Essa foto mostra a casa Granado da Tijuca, na rua Conde de Bonfim, mas tanto o prédio quanto a numeração diferem do prédio atual, dos anos 20.
Tinha essa foto já há algum tempo e também algumas dúvidas a seu respeito, mas com os post’s dos amigos Flávio Sertã de Mendonça e Rafael Netto elas se dissiparam.
Flávio em seu blog ( http://www.flaviorio.globolog.com.br/ ) fez há algumas semanas um post sobre as construções no entorno da praça Saeñz Penna, eo Rafael como de hábito foi lá e fotografou o lugar hoje e suas transformações ao passar do tempo ( http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto:208 ).
Mas foi essa foto do Flávio ( http://www.flaviorio.globolog.com.br/Alte%20Cochrane%201.jpg ) que me chamou a atenção, nela os imóveis aqui mostrados aparecem com notável nitidez, inclusive o cartaz da Granado e o prédio recuado, o 306.
Observando todas as fotos aqui elencadas, concluímos que a nossa foto mostra o inventário dos imóveis que seriam necessários ser demolidos para o prolongamento da Av. Mariz e Barros até a rua Conde de Bonfim, na altura da praça Saeñz Penna, posteriormente tendo sido dado a este prolongamento o nome de Av. Almirante Cochrane.
Concluímos que, a Casa Granado estava presente na Tijuca bem antes do prédio de número 300 da Conde de Bonfim, que fez a sua fama por gerações no bairro, ser construído. Ela funcionou nesse pequeno sobrado de número 304 da C. de Bonfim, até pelo menos 1917, quando da abertura da nova rua.
Comments (23)
Sensacional! Essa foto é raríssima, nunca tinha visto!
Segundo pesquisas que eu andei fazendo, para postar uma foto da Série “Fundo do Baú” http://fotolog.terra.com.br/anlufrusca:768 a Casa Granado data de 1870, no Brasil.
Creio, portanto, que esta construção de sua foto, ainda terrea, é desta data.
Como você mesmo diz em seu texto, deve ter sido demolida, durante a abertura da Rua Almirante Cochrane, ligando a Rua Mariz e Barros (principal via de acesso, na época, à Praça da Bandeira) à Praça S.Peña e Rua Conde de Bonfim.
A atual construção é, em tudo e por tudo, diferente desta.
Embora os registros sobre a atual Casa Granado datem, alguns de 1926 e outros de 1928, quero crer que data do início dos anos 20, talvez de 1920 ou 21, pois já vi fotos daquela mesma construção anteriores a isso.
Em minha pesquisa sobre a Maravilha Curativa, encontrei documentos de importação (da Granado, na Suiça) e de comercialização pela Casa Granado, da Tijuca, desde 1905.
Observo que, à data da foto, a Granado da Tijuca era uma filial. Após a construção do Sobrado que existe até os dias atuais, passou a ser Matriz. Hoje poderia dizer que não é nem uma coisa, nem outra, é um “Mafuá”, infelizmente e para meu horror!
Excelente sua pesquisa e a foto, ímpar!
O prolongamento da Rua Mariz e Barros ficou pronto por volta de 1918/1919, mas recebeu o nome de Almte. Cochrane (Lord Cochrane), em decreto do Pref. Carlos Sampaio (Dec 1.729/20.10.1922), no Centenário da Independência.
Morava nesta rua um descendente do nobre inglês, o tijucano Fernando Cochrane, vem daí a homenagem.
A Casa Granado atual deve ter tido sua construção concluída, então, provavelmente em 1920.
Então a Granado atual fica mais ou menos no mesmo lugar onde ficava a antiga filial! Interessantíssimo!
Analisando as fotos, eu não entendi direito qual seria a casa que anunciava a “liquidação final” na segunda foto do Flavio, e que estaria no lugar da atual Granado. Provavelmente é a lateral de algum desses sobrados, mas qual?
Essa construção de 2 andares também teria sido demolida? Ela é mais recuada, seria já o novo PA da rua, pós-Passos?
http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto
Mais um “show” tijucano!
Rafael, acredito que aquela casa que aparece com a faixa “grande liquidação” fosse uma construção provisória, pois a rua já está aberta, o alhinhamento já é a Alte. Cochrane.
Bem possível a construção provisória já ser da Casa Granado, e a liquidação sendo feita para se dar início a construção do novo prédio
Não tinha a mínima idéia que a Almte Cochrane tinha sido aberta depois… mas deve ser só o trecho que chega à praça, porque da S.Fco Xavier até lá parece ser antigo…
http://fotolog.terra.com.br/nder
ANDRE
Conforme solicitado, condensadas, ai vao, por favor
1)A Casa Granado da Rua Primeiro de Março nao seria anterior a essa, nao foi a primeira?
2)O q caracteriza o “estilo compoteira”?Li e reli sua explicaçao, porem continuei sem saber…
3)O famoso Cafe do Java era localizado no Lgo de Sao Francisco com Ouvidor?O q seria hoje no local?
4)ARua Senhor dos Passos foi em homenagem a quem?Procurei no livro Historias das Ruas do Rio (Brasil Gerson)mas nao encontrei
Desde ja agradeço
Abs
Evelyn
respondendo a sua pergunta 4
A rua recebe esse nome como resultado da capela, depois igreja, que construida nela em 1737, para invocar Senhor dos Passos.
edubt
ah entao e isso!nao e homenagem a um cidadao comum…estranho nao haver citaçao no super livro do Brasil Gerson, nao acha?
E as perg 1, 2 e 3…, saberia esclarecer?
Obrigada !
1- Logicamente a Granado da Primeiro de Março é a primeira de todas
2-Olhe para as patibandas do imóvel, você verá o que ?? Compoteiras em profusão, e quanto mais compoteiras e estátuas nas patibandas, mais demonstrava a prosperidade do propietário.
3-Aguarde em breve um post sobre o Café de Java
4-já respondida pele Tutu
É a história da história….
Esta é sensacional!
Você tem fotos do interior?
Olha ela aí ….. 🙂
Bertoni, infelizmente não tenho
Andresíssimo,
sei que serei indelicado com alguns frequentadores dos nossos bares virtuais. Principalmente com os moradores do simpático subúrbio de Aldeia Campista, hoje Tijuca.
Mas é que eu até hoje misturo as ruas do simpático arrabalde.
Almirante Cochrane, por exemplo, eu confundo com Heitor Beltrão, que por sua vez confundo com Hélio Beltrão, ministro da desburocratização, que por sua vez confundo com a Maria Beltrão apresentadora do Jornal das 10 da Globo News.
Tem horas que eu acho que ainda estou na Conde de Bonfim mas já estou na Hadock Lobo e tem horas que eu estou na Hadock Lobo e acho que estou na Oscar Freire.
Mas fiquei feliz em ver a Drogaria Granado ser posta em evidência. Fiquei torcendo que a primeira Granado fosse a da Tijuca mas, infelizmente, a da Primeiro de Março foi a que inaugurou a cadeia.
Mas tudo bem; para os outros pode ser na Primeiro de Março mas para mim a Granado nasceu na Tijuca.
Pronto, tá acabado.
valoração dos numerários ??? Salve Pintáfona !!
Maria Beltrão é filha do ex-ministro Hélio Beltrão.
Senhor dos Passos = Passos do Senhor, expressão religiosa portuguesa.
Gostei de ver!
Muito Obrigado, Andre pelo envio do postal do cidadão chamando a policia pelo “orelhão”, pois eu estava procurando-o e ia demorar um pouco.
Em tempo, acho que o cidadão da sua foto está no local onde em 1922 irão erguer a estátua ao indio Cuauhtémoc.
Casa Granado um dos marcos que restou da Tijuca Antiga, esquina de Amirante Crohcanne c/ Conde de Bonfim.
A loja da Granado – rua Conde de Bonfim, 300 – está sendo reaberta nesse início de 2013… a conferir…
A casa Granado já foi reaberta na Tijuca!
Creio que o sobrado à esquerda seja a padaria Fidalga, que permanece na Rua Cde de Bonfim, 306. Os sobrados do lado direito se perderam e hoje existe um prédio da CEF, antigo cinema Rio. Não acredito que esses sobrados foram demolidos por causa da construção da Rua Almte. Cochrane, talvez fosse para recuar a calçada, vejam que eles estão a frente do sobrado da esquerda.