Tanto a adm municipal, como as elites queriam dar fim no carnaval tradicional, ainda com vestígios do velho Entrudo, que circulava pelas ruas e qual o expoente máximo eram os “Zé Pereira” com seu batuque descontrolado arrastando uma horda pelas estreitas ruas da cidade, onde quase sempre terminava em confusão.
Começou-se então a enfase aos bailes, batalhas de confeti, desfile das associações carnavalescas e também ao Corso.
Nessa foto do início dos anos 20 vemos o Corso na Av Rio Branco na esquina da rua da Assembleia, indo em direção a praça Mauá.
O Corso se extinguiu não pelo aparecimento dos carros fechados, mas sim pelo aumento de número de veículos no final dos anos 20 onde um enorme engarrafamento de Momo parou a Av Rio Branco da Beira Mar até a praça Mauá, na década de 30 o prefeito Pedro Ernesto ainda tentou reativá-lo, fomentando a sua realização e dando divulgação e apoio oficial, mas o Estado Novo sepultou de vez a manifestação.
Luiz Darcy ( http://www.fotolog.com/luiz_d/?pid=15440602 ) e Roberto Tumminelli ( http://www.flickr.com/photos/carioca_da_gema/102747406/ ) também estão postando hoje fotos sobre o Corso, ou seja, um post triplo
Comments (20)
Como devia ser bom esse tempo: sem engarrafamentos, sem tiroteios, sem flanelinhas, sem detran pra pagar ipva’s absurdos e sem o carnaval dos dias de hoje: o carnaval do marketing.
Queria ter vivido essa época!
P.S.:Alguém aí leu o texto do Martinho da Vila no ‘O Globo’ de domingo?
Bem á esquerda da foto tem um toldo escrito “…aria avenida”, seria drogaria avenida, barbearia avenida, chapelaria avenida, tabacaria avenida, churrascaria avenida, alfaiataria avenida? Dêem seus palpites!
Um abração e tudo de bom!
Parece mesmo Paris!
Hoje, sem querer, um “post” duplo com o André:
http://www.fotolog.com/luiz_d/?pid=15440602
Como sempre, você surpreendendo com suas imagens e informações. Abraços.
Eu acho que este tal de Corso devia ser um tédio só.
Nunca vi fotos onde os carros sequer lembrassem que poderiam andar, eles sempre estão estacionados ao lado da calçada.
Muito interessante! Todo este conteúdo histórico a cada dia vem me chamando + a atenção. A abordagem histórica sobre o carnaval muito bem feita, associando-se com as fotos. INTERESSANTE!
Abraços!
Fabrício.
Rua da Assembléia? Então esse prédio à esquerda seria o da Victor Hugo?
http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto
é engraçado como esses registros fotograficos são. Essas fotos que postamos dos corsos mostram todos parados, entediados, como disse o Ze ali em cima. Mas os corsos eram agitadissimos e a Av Central ficava lotada. Um jornal de 1908 noticiou que haviam cerca de 180 mil pessoas por lá. E a noite o movimento aumentava. Em 1916 o Correio da manhã noticiava:
” Centenas de automóveis, alguns lindamente ornamentados, subiam e desciam as avenidas, fonfonando alegremente. Em quase passavam gentis senhoritas e galantes criancinhas, lindamente fantasiadas, que alegremente tomavam parte na batalha de lança perfumes, confete e serpentins, que se travava aqui, ali e acolá em todos os pontos centrais.”
:-)))
Decourt, com toda a certeza não é a esquina da Rua da Assembleia – os bondes atravessavam a Av, Central (então já chamada de Rio Branco) exatamente neste trecho e, como podem vêr, não são visiveis os trilhos.
Arrisco três palpites em relação à casa comercial à esq. : Camisaria Avenida ou Leitaria Avenida (os mais prováveis) e Sorvetaria Avenida (existia uma bem famosa no terreo do Edificio dos Empregados do Comercio – a Sorvetaria Alvear numeros 128/130 da Rio Branco)
Abraço
fonfonando ??? Gostei !
Pô, tô véio mesmo … escutei muitas descrições de minha mãe de como a família saía no corso…
Uma coisa que me intriga é onde esse pessoal todo fazia xixi; especialmente as senhouras e senhourinhas. E a marmanjada, será que já tinha o hábito de “verter” nas paredes e meios-fios.
Agora mesmo eu estive pensando; com o “renascimento” dos blocos a cidade é um imenso urinol a céu aberto. Dizem que o Suvaco do cristo teve 50 mil pessoas. Já pensou ????
Mas voltando àquela época, que como seria o esquema ? Alguém sabe ?
Caro Patrício, insisto na rua da Assembleia, o prédio que vemos ali na esquina sobrevive até aos dias de hoje, com uma loja da Victor Hugo.
Os trilhos e cabos dos bondes estão lá, junto ao grupinho após ao guarda, mas nessa resolução eles se tornam invisíveis.
Acabo de postar uma foto no mesmo tema.
Sinceros parabéns! Belíssimo trabalho!
Ilustríssimo AG,
Creio eu que, apesar de minha pouca idade para saber de fatos como este, o hábito de urinar pelas paredes, árvores e postes (perdão André) deveria ser igual naquela época tal como ele é hoje. Quanto as senhouras e senhourinhas, creio também que ainda era mais fácil naqueles anos passados, uma vez que a propria indumentária ditada pela moda permitia que elas urinassem enquanto fazia caras e bocas como se nada estivesse a ocorrer.
:-)))))
Sensacional,tenho 10 anos e gostei de ver esta foto,obrigado por esta oportunidade.
André,
Este tal de photomechanica é um chato de galochas (hahahaha)!!!… Avisa pra ele que o Corso acontecia nos anos 20 e, provavelmente, nesta época os veículos rodavam a uma velocidade de 30, 40 km/h, logo, nas fotos, os carros nunca poderiam dar impressão de estar em movimento…
Ô cara chato, esse tal de photomechanica!
Já reparou como ele se parece com o Paulo Cesar Pereio? Rss.
(Brincadeirinha, hein brother).
Já notoram como nessa época os carros eram todos iguais? Só existia uma marca? Qual era?
Engarrafamentos bíblicos não combinavam com os precários sistemas de refrigeração dos motores da época. Pode-se imaginar como os carros ferviam durante esse bobo desfile de status.
O corso era um carnaval da elite (e da classe média alta que alugava carros de praça). Vê-se que não é de hoje que nossas respeitosas classes dominantes fazem bobagem e têm mania de posar.
Por favor ! Mais respeito com Lord Zé !!