O Palacete Atlântico foi sem dúvida o primeiro prédio de apartamentos da Av. Atlântica construído no início dos anos 20, logo após a conclusão das obras do Copacabana Palace no quarteirão entre as ruas Duvivier e Haritoff (hoje rua Ronald de Carvalho).
Ele foi construído na área do Lido, onde nas décadas seguintes o bairro viria a ter a sua primeira experiência de verticalização, com a construção dos famosos “rasga céus”.
Como o Netuno na esquina da rua República do Peru ele possuia janelas de todos os lados, certamente com a idéia que Copacabana nunca viraria o canion de concreto de hoje com prédios colados um nos outros.
Mas vemos que, já na época dessa foto, início dos anos 30, o pequeno prédio já começava a ser engolido por seus vizinhos, do seu lado direito o edifício Ribeiro Moreira, mais conhecido como OK já o espremia, situação que ficaria ainda mais complicada com a construção do prédio do Hotel Ouro Verde nos anos 50.
Amanhã continua
Foto: fragmento de foto da coleção do Sr. Carlos Dufriche
Comments (16)
coitado…
Já pensou uma Copacabana (Av. Atlântica) com os prédios com vãos livres para todos os lados, separados uns dos outros e com limite razoável de altura, como o Palacete Atlântico?
Seria um cartão-postal maravilhoso e a qualidade de vida seria outra.
“Small is beautiful!”.
http://fotolog.terra.com.br/luizd
É quase o que se propôs fazer no início da Barra. Mas infelizmente os arquitetos não tiveram muita imaginação e todos os prédios do bairro ficaram iguais.
Bela barraca de praia.
Além do Atlântico,interessantes o casarão e o cartaz à esquerda.Parece estar escrito Cruzeiro e Ouvidor(!).Você saberia dizer de quando é o casarão?
Também há um carro passando na avenida,provavelmente a assustadores 40 km/h.
Eu fico aqui pensando; como seria a planta de um apartamento desses ? Seriam espaçosos ?
Quantos banheiros ?
Ou teria um banheiro só no corredor que servia o partamento inteiro, inclusive as visitas ?
E a cozinha ? Já tinha gás encanado ? Bujão com certeza não tinha.
Raramente eu vejo uma planta desses anos 20. Tenho imensa curiosidade.
Seré que você, André, ou Sr. Tutu têm uma ?
Mesmo sendo o primeiro edificio da Atlantica, acho um exagero ele só com 6 andares ser considerado um “rasga ceu” ou “arranha ceu”, se compararmos com a torre da construção da esquina oposta.
Arranha ceu era o Seabra, A Noite…
:-))
Visito teu flog de vez em quando e é muuuito bom. Gostaria de saber como quem começou as construçoes dos edificios da orla todos grudados. Já foi assim desde o inicio? Será que na epoca não havia noção de passagem de ar, ventilação, regulamentação ou foi meramente especulação para caber mais predios? Alguem sabe?
Porra Tutu, ele foi o pioneiro de uma região, e tinha a altura do Copa na época, maior que o hotel Londres.
O primeiro prédio grande da orla foi o Guarujá
Marcos, esses prédios grudados ou pendurados na areia começaram com a queda do palno Agache em 1930 com o golpe dos Tenentes, o plano Agache prefia para Copacabana, prédios descolados de pelo menos uma das divisas e afastamento progressivo da rua de acordo com a sua altura, ttemos exemplos na rua Barata Ribeiro e Raul Pompeia
Relato sensacional. Na foto parece que o prédio está afundando, lembrando Santos.
Que exemplos são esses na Barata Ribeiro e Raul Pompéia?
Me vem a cabeça um prédio antigo da Raul Pompéia que tem um pequeno jardim em frente, mas não é lá muito recuado não.
que beleza essa casa ao lado dele, tem uma cúpula parecida com a da escola nacional de belas artes 🙂
André,
Está parecendo que aquele prédio que “entortou” no Leme fez um efeito dominó nos outros até chegar na Duvivier… Está tudo torto!!!!
André,
Onde a gente pode ver esta foto em alta?
Fui morador do Palacete Atlântico de 1968 a 1972, então tinha 12 anos e o prédio foi demolido, para a construção do atual que herdou o nome. Meus avós já moravam lá desde 1963.
O prédio na ocasião tinha apenas um proprietário, o mesmo do edifício Rosado na praça do LIDO, que está lá até hoje. Era realmente em centro de terreno, com afastamentos laterais de cerca de 3m, justo para um automóvel, e recuado em relação a calçada da Av. Atlântica em outros aproximados 3m. Na divisa frontal com a calçada tinha muretas com altura de 0,5m ao longo da fachada, estas tinham aberturas para a passagem dos carros pelos corredores laterais, que davam acesso a garagem – somente no pavimento térreo e coberta – no fundo do prédio. Detalhe: sob a garagem, no sub solo, havia um pequeno apartamento onde morava o porteiro com a família, em condicões bastante precárias.
Entre as muretas frontais, havia uma passagem central para acesso de pedestres ao edifício.
Na entrada da portaria havia uma escada em mármore de carrara com cerca de 3 degraus de bordas arredondadas, espelho baixo e piso amplo, ladeados por duas colunas. Sentado nestes degraus, beijei uma menina na boca pela primeira vez. Tinha 11 anos. Os portões principais eram de ferro trabalhado, vazado, mas com bandeiras fixas na parte baixa. Tinham duas folhas e eram constantemente pintados de preto, como proteção a maresia, que é terrível. Detalhe: recordo que a TV era trocada uma vez por ano lá em casa, pois a maresia era destruidora.
O piso da portaria era em pastilhas de cor grená e verde predominantes com outras em menor quantidade de preto, branco e ouro, que formavam desenhos em estilo Mourisco.
O prédio tinha um pavimento térreo – identificado por “T” – mais cinco andares (1,2,3,4,5). Dois elevadores bem pequenos para 4 pessoas. Quatro apartamentos por andar, sendo que os do térreo de menores dimensões, pois cediam espaço ao largo corredor de acesso da Portaria. Morávamos no primeiro andar, apartamento 8. Eram numerados de 1 em diante, diferente de hoje em dia. Ficava de fundos no lado oculto da foto. Os apartamentos do primeiro andar em diante tinham uma Saleta de Entrada, Sala com dois ambientes, sendo que no nosso apartamento a varandinha vista na foto, foi fechada e transformada em Jardim de Inverno, 4 quartos, 1 banheiro que servia todo o apartamento. Curiosidade: havia um banheiro coletivo para os empregados no Hall de cada andar. Utilizávamos muito, quando chegavamos da praia. Outro detalhe é que um dos quartos era deslocado dos outros três e ficava entre as Salas e a Cozinha. Lá em casa funcionava como Copa, mas era enorme para tal função. Tinha também Cozinha e Quarto de Empregada e uma pequena Área de Serviço. O apartamento era servido de gás encanado, tanto na Cozinha, quanto no Banheiro e dividia com o apartamento vizinho (7) o privilégio de ter acesso a um Terraço imenso que era parte da cobertura da garagem. Lá criávamos um papagaio (Sheik) e uma tartaruga (Miquelina), além de um viveiro de periquitos. Parecia uma casa. Acredito que, sem contar este Terraço (cerca de 50m2) o apartamento tinha entre 120 a 140m2.
Estou desenhando uma planta do prédio / apartamentos com dimensões aproximadas e deixarei a disposição dos interessados.
Fico a disposição dos amigos que tiverem alguma outra curiosidade sobre o Palacete Atlantico.
Robson, a vontade para divulgar quando a planta for terminada. Qualquer detalhe entre em contato com a gente [email protected] .
Abraços
Valeu André. Assim que ficar pronta aviso.
passei varias ferias de verão neste edificio pois minha avó alugava o apartamento tambem com o terraço.
a proposito o porteiro era o sr. Carlos e tinha dois filhos carlinhos e uma menina que não lenbro o nome.
Oi, Pedro.
O porteiro chamava-se Sr. Luiz, os filhos Carlinhos e Vera. Não recordo o nome da esposa do Sr. Luiz. Ainda tinha o faxineiro, Manoel.
Saudade do Palacete que ,nas ressacas,era inundado pelo mar.
Tinha o Zé claudio,o Dez Anos e uma turma legal.
Havia a entrada de banhistas que era clautrofóblca,ratos na garagem e o porao onde morava Seu Luiz e família…..