Lagoa, início dos anos 50

Nosso amiguinho, com certeza uma criança ipanemense como outras images irão demonstrar aproveitava uma agradável manhã na Av. Epitácio Pessoa, ainda longe da via de trávego intenso, das largas pistas que a tornaram a distribuidora do fluxo da Zona Sul.
Nesse tempo o anel viário da Lagoa estava longe de se consolidar e grande parte das vias ainda eram as traçadas nos anos 20, na grande obra de saneamento da Lagoa feita por Carlos Sampaio em 1921/22. Isso representava pistas estreitas, grandes áreas longe dos aterros dos dias de hoje e um volume pífio de automóveis, além de um número de prédios que se contava nas mãos em toda a orla.
O trecho da Epitácio Pessoa junto a Ipanema só teve sua urbanização concluída na segunda metade dos anos 30, embora já possuísse pavimentação e galerias de esgoto e águas pluviais desde os anos 20, mas os detalhes finais como arborização, iluminação pública, jardins, calçadas, etc. só foram realizadas quando a ocupação já se mostrava considerável.
Nosso pequeno personagem, está no muro de contenção do aterrado das dunas, possivelmente na sua frente existia uma das inúmeras pequenas praias de areia muito branca que existiam por toda a Lagoa, tendo as últimas desaparecido  nos anos 80.
Como podemos ver a Epitácio Pessoa nesse pedaço possuia apenas uma pista, a que é hoje é a pista interna, com sentido Jardim de Alah-Catangalo, operando em mão dupla. O canteiro central de hoje, era a calçada marginal da Lagoa arborizada com casuarinas e apartir daí areia em diversas extenções, sendo a praia mais famosa a que ficava junto ao Bar lagoa.
Reparem nas casas atrás, de boa qualidade construtiva, e na qualidade do urbanismo do local com calçadas largas e ajardinadas, um luxo se levarmos em conta a densidade demográfica do local.  Embora a Lagoa parecesse um paraíso, anos de abandono de vários de seus trechos fomentaram uma favelização acentuada em vários pontos, que foram com coragem removidas nos governos de Lacerda e Negrão, pois se as mesmas continiuassem talvez a Zona Sul hoje estaria inviabilizada.

10 comentários em “Lagoa, início dos anos 50”

  1. Em minha modesta opinião, na maioria dos aspectos melhorou, dentro do possível no crescimento de uma cidade.
    De recanto passou à , sem dúvida, um belo local de passagem.

  2. Parabéns ao Lacerda. Hoje nem ele daria conta das favelas… ops… perdão: hoje em dia não se pode falar em favelas… a Globo nos ensina que o certo é “comunidades”.

    1. Nem atribuo isto à Globo, mas aos patrulheiros do “politicamente correto”, embora, no meu caso, estejam perdendo tempo: para mim, “comunidade carente” continua sendo favela, “menor infrator” continua sendo pivete, o tal do MST, que eles chamam de “movimento social”, é organização guerrilheira mesmo, e por aí vai.

  3. Os primeiros prédios altos na Lagoa foram ali perto da Gastão Bahiana, os de número 850, 842 e o último não me lembro, pela numeração antiga. Foram construídos no início dos anos 50.
    Ao final da década de 50 foram construídos os prédios de número 834 (hoje 2120), 822 e mais dois, um bloco depois (os blocos eram de três edifícios), todos de 12 andares mais a cobertura.
    Mais adiante um pouco foi liberado o gabarito ali do lado de onde era a favela da Catacumba e a coisa degenerou.
    Outra coisa que contribuiu para acabar com esta fase bucólica da Lagoa foi a abertura do Túnel Rebouças e a construção do Viaduto Augusto Frederico Schmidt, o que levou a um aumento brutal do tráfego, além da duplicação das pistas da Epitácio Pessoa.
    Nestes tempos aí da foto, depois das 8 da noite era raros os automóveis que por aí passavam.

  4. Mau pai morou num pequeno prédio de três ou quatro andares na Epitácio Pessoa nos anos 40. O prédio foi demolido nos anos 80/90 e surgiu algum de varanda de vidros fumês de gosto novo-rico duvidoso.
    Gosto muito da Lagoa, mas o trânsito a tornou infernal!
    🙂

  5. A Lagoa é sem dúvida um local maravilhoso, mas fico consternado ao ver a Rocinha descendo em direção à Gávea sem que ninguém faça nada. O paraíso está sendo destruído.

  6. O paraíso está sendo destruído e o prefeito diz que não pode fazer nada. Deve ser por conveniência política.

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