Linha Lilás, início dos anos 70

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Nossa foto de hoje, não muito nítida extraída de uma publicação oficial do EGB mostra o entrocamento de dois setores do Viaduto 31 de Março, as rampas que acessam a Pres. Vargas e o trecho final até o Largo de Santo Cristo.
Criada pelo governo Lacerda e suas linhas policrômicas na realidade a Linha Lilás era um prolongamento de um sistema viário, que já era um conjunto de emendas e adaptações  que vinham desde 1928/29 e o Plano Agache. Agache criou muitas das importantes vias da cidade de hoje, e uma delas foi o túnel Catumbi-Laranjeiras. Posteriormente, o sistema criado pelo túnel foi sendo ampliado, de início pelo bairro residêncial da Av. Pres. Vargas, nunca realizado. Que previa um viaduto conduzindo o tráfego vindo do Catumbi cruzar a larga avenida. Não sei se são dessa época os planos para se arrazar todo o bairro do Catumbi, mas possivelmente sim. Já na Guanabara resolveu-se estender esse sistema nas suas pontas, de um lado com o Viaduto Santiago Dantas e  Rua Farani e na outra com um sistema de viadutos quer permitiria o tráfego direto até a Av. Brasil via elevado do Gasômetro.
Como sabemos essa ponta final nunca foi realizada, deixando duas esperas no Gasômetro que apontam para a rodoviária, traçado dos viadutos, já que ela é “provisória”.
Essa foto de 1973 mostra a fase mais destrutiva do projeto, já documentada por fotos de acervo próprio no site e no fotolog, e que em breve terão mais inéditas  postadas, onde o Catumbi era varrido do mapa e dividido em dois, juntamente com uma requalificação urbana das áreas próximas que provocou o grande vazio urbano que até hoje assombra a região.
A foto também mostra algo impensável aos dias de hoje, a placa padrão da Guanabara para obras. Criada por Lacerda e placa deveria dar de forma clara aos cidadãos as seguintes informações: O executor da obra, no caso do EGB, o órgão responsável e seu técnico ou corpo técnicvo, a RA da área, a natureza da obra, o tamanho da obra e o custo da obra e se fosse o caso a empreiteira contratada responsável.
E o mais impressionante, esse modelo, sem propaganda de nada e de ninguém, passou pelos 3 governos da Guanabara,  e pela  fusão, sendo usada pelo ERJ.  Só sendo abandonada por placa, cores, letras, logo e etc….  e com o nome do governante ( pré CF de 88) pelo Caudilho e sua tchurma. De lá para cá as placas trocam aos sabor dos ventos das eleições e não só as placas, todo o material institucional….. Hoje todas as esferas de governo fazem essa ridícula marquetaria politicagem, inves de se concentrarem em administrar.

12 comentários em “Linha Lilás, início dos anos 70”

  1. Com a inflação galopante os valores nas placas perderam o sentido. Está na hora de voltar a esta prática. Atrás é a Pedreira de São Diogo ?
    Assisti ao arrasamento do Catumbi. O maior crime foi seccionar a Frei Caneca, uma das ruas mais antigas da cidade.

  2. Tenho certeza que não sou só eu, mas quase todo mundo tá ficando com um nojo incontrolãvel de político.
    Não tem um que salve.
    Não adianta um “Lacerda” consertar porque vem outro e esculhamba.

  3. Essa descida só pode ser a que vai pra Pres. Vargas. Interessante o gradil do viaduto semelhante ao que ainda existe no primeiro trecho da Perimetral. Hoje em dia ele tem um padrão “fim dos anos 70” como o restante do viaduto.
    A obra se não me engano ocorreu em três fases. A primeira apenas o Viaduto São Sebastião entre a Salvador de Sá e a Pres. Vargas. A extensão até o Santo veio depois, talvez seja essa obra que aparece hoje. E a ligação até o Santa Bárbara e o trevo ao lado do Sambódromo foi no final dos anos 70, ganhando o nome de “Av. 31 de Março”. Isso era visível no Guia Rex, sempre desatualizado: as edições do início dos anos 80 traziam só o viaduto, as posteriores já incluíam a extensão ao Santo Cristo (de forma rasurada) e até o fim da década jamais mostraram a via na sua totalidade.

  4. Outros exemplos são a Linha Verde, que deixou como herança o túnel Noel Rosa, hoje área de altíssimo risco, e a Linha Azul, que seria a ligação de Jacarepaguá com a ZN, cujo traçado acompanharia a Rua André Rocha e chegaria até a Av Salvador Allende.

  5. Caro André
    Com meus 61 anos pude ver a revolução urbanística realizada por Carlos Lacerda que talvez tenha sido o maior administrador que esta cidade já teve.
    Por força dos Jogos Olímpicos, lembrei-me de um antigo projeto do túnel que ligaria a Zona Portuária ou Galeão até a Gávea, na Praça do Joquei Club.
    O único trecho que foi desenvolvido, e hoje quase abandonado e perigoso, é o trecho do Tunel Noel Rosa, ligando o Riachuelo a praça Barão de Drumond. Daí seguiria por toda a Rua Uruguai até o grande túnel que seria maior que o Rebouças.
    Fico curioso em saber o que foi feito deste projeto, se ainda consta dos arquivos de projetos da Prefeitura e/ou do Estado e como seria visto para a Copa e os Jogos Olímpicos.
    Que tal levantar de novo esta idéia junto aos nossos governantes?
    Você saberia nos dizer alguma coisa a respeito?
    Fico grato e um grande abraço.
    Wilson

    1. Para Linha Verde, o qual esse túnel faria parte nada vai ser feito. Mas o túnel Gávea-Rua Uruguai poderia ser metroviário, mas duvido que seja realizado.
      Na realidade a Linha Verde, ligaria a Gávea até a Dutra.

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