Muitos dos que hoje usam a passagem subterrânea da Av. Lauro Sodré, rota das mais usadas pelos pedestres que vem de Botafogo para o Shopping Rio-Sul bem como a região da Lauro Muller não sabem que a moderna passagem, construída de Fevereiro até Julho de 1991, que engloba pista de skate, espaço semi-enterrado e abriga desde 1996 o Manequinho se aproveita de parte de uma passagem muito mais antiga construída em 1952 e entregue em 1953, junto com o túnel do Pasmado.
Pois foi a abertura não só do túnel como o prolongamento da avenida pelos terrenos do Botafogo Futebol Club, que ensejou a construção delas, possivelmente para dar acesso seguro ao estádio do clube, pois a linha de bonde que passava por sua porta seria desativada com a abertura do túnel, bem como as novas pista de velocidade seccionariam o bairro, criando um obstáculo aos pedestres, que viriam majoritariamente das Ruas Gal. Góis Monteiro e da Passagem.
O PA de abertura do túnel e de suas vias de acesso previa as passagens, a que está em uso hoje, e uma segunda, ligando os dois lados da Praça Eng. Bernardo Saião, criada na embocadura do túnel em lotes desapropriados a Rua Gal. Severiano, certamente tentando se manter um caminho usado pelos moradores na época da rua íntegra, juto com a linha de carris.
As obras foram executadas conjuntamente com o túnel, curiosamente a Park Way, que estava sendo construída no mesmo período contemplava também passagens, mas só foram executadas pelo menos 10 anos depois, já no EGB no governo Lacerda, possivelmente porque não havia a praia (construída artificialmente também no Governo Lacerda) bem como possivelmente a via não era pensada para a passagem de coletivos, o que se alterou com o passar dos anos. Uma no atual local e outra deslocada um pouco em mais em direção ao Aterro do Flamengo, já a feia passarela metálica construída no primeiro governo Chagas não constava como ponto de travessia no projeto original.
Mas como sabemos, como acontece com 90% das passagens subterrâneas em nossa cidade, rapidamente suas condições se degradaram a ponto de no início dos anos 70 a passagem possuir por cima uma faixa de pedestres e um sinal de transito, como vemos nessa foto do Sr. Gyorgy.
Curiosamente essas fotos do Correio da Manhã são posteriores a Sr. Gyorgy, pois vemos aqui a instalação de um fugaz sistema de iluminação a mercúrio por postes de 9 metros, que não durou nem 5 anos, substituído pelos atuais postes de 12 metros, inicialmente do sistema Philips, e mostram as passagens ainda abertas, mas em péssimo estado de conservação, acho que até inundadas.
Mas enquanto a passagem perto da Rua Góis Monteiro ainda estava aberta, mas sem nenhuma condição de uso, a da boca do túnel já se encontrava lacrada no início do anos 70, como observamos em mais uma foto do Sr. Gyorgy, não vemos na praça mais nenhum sinal dos gradis nos acessos da passagem, pouco tempo depois a passagem seguinte também seria lacrada e assim permaneceria por quase 20 anos, quando foi prolongada e retrofitada.
Esta ultima foto é muito boa. Na ultima vez que usei a passagem não senti muita segurança…
Como a falta de segurança impacta na vida da cidade. Ninguém usa as passagens subterrâneas. Nem na época do grande Botafogo de Garrincha, Santos e Didi, eu tinha coragem de passar nessa aí.
Esse cruzamento é muito perigoso e muita gente tem medo de entrar numa passagem dessa.O prefeito Rodrigo Neves construiu um mergulhão de primeiro mundo em Niterói. Exemplos como esse deveriam ser seguidos aqui no Rio.Afinal Niterói é uma cidade de primeiro mundo.
Mais uma aula sensacional do Andre. Sempre aprendendo com as postagens.
Usei uma das passagens subterrâneas de Botafogo há alguns anos sempre prestando atenção aos arredores.
Boa tarde.
Acho que foi o filho do Orlando Silva que morreu aí nessa pista, atropelado.
Vendo as fotos, é incrível como era vazia a cidade antes.
E o pior é que nos esquecemos disso.
Poucos carros, poucas pessoas, acredito de que isso fosse um estímulo para o sujeito atravessar correndo da pista sem se preocupar, pois o fluxo era infinitamente menor.
Filho do Sílvio Caldas.
Essa obra não previu que o local se tornaria refém de um trânsito absurdo. Os assaltos se tornaram frequentes nas passagens subterrâneas. A foto 2 mostra o morro do pasmado quase virgem. Dez anos depois a favela ocupou toda a encosta até então virgem. Se “um acaso” não desse cabo da favela, ela hoje já teria coberta toda a região, chegando até o Leme.
Joel, a foto é após a remoção da favela, quando o túnel estava sendo construído já havia barracos na encosta.
André Decourt, o túnel foi construído em 52/53 e a foto mostra esse tempo. Ocorreu que em 10 anos a favela cresceu de forma absurda, e um incêndio de origem suspeita ocorreu em 24 de Janeiro de 1964, fazendo com que esses moradores fossem removidos. Foi um incêndio “controlado” e executado por cerca de 90 homens do Corpo de Bombeiros do Estado da Guanabara.
Tenho fotos da obra do tunel com a favela já instalada