O Plano Agache ia além dos croquis do Centro tão famosos, mas abrangia uma reorganização de praticamente toda a cidade até mesmo do Sertão Carioca. Apesar de nunca ter sido implementado vários outros planos urbanos beberam na sua fonte, notadamente os realizados nos anos 40 e 50.
Um desses exemplos são os túneis de ligação entre as Z. Norte e Sul da cidade, que se originam de um projeto de Agache, curiosamente cortando os eixos dos dois túneis atuais.
Como vemos nesse recorte das vias troncais da cidade a via de ligação direta Norte-Sul partiria da Praça da Bandeira, centro articulador dos transportes da cidade, onde haveria a estação central de trens e metrô, bem como a chegada das vias de ligação da cidade como a projetada Centro-Méier, a Av. Norte (embrião da Av. Brasil) e a Av. do Porto. De lá ela cortaria os bairros do Estácio, Catumbi e Rio Comprido, num sistema de avenidas, túnel de trevo elevado por cima da Rua Itaperu e por meio de um outro túnel praticamente por debaixo do velho Túnel da Rua Alice, chegaria ao Cosme Velho. Continuando em via expressa por dentro do Morro da Nova Cintra, até se encontrar com a via de retaguarda de Botafogo (embrião da nunca realizada Radial-Sul) e onde se comunicaria com a nova via de penetração de Copacabana por meio de um túnel Velho duplicado e uma variante da Rua Santa Clara ( que seria alargada em praticamente todo seu traçado) por onde hoje é o Bairro Peixoto.
O interessante é que esse eixo de grande importância teria em quase toda a sua extensão pistas de 9 metros de largura exceto no trevo onde no trecho de interseção as pistas chegariam a 18 metros de largura em cada sentido e o túnel principal teria pistas de apenas 6 metros de largura em cada sentido. Transparecendo que o urbanista confiava muito mais nos trens, bondes e metrô como os principais vetores de transporte da cidade.
Podemos ver nessa planta de PA, que detalha o que foi proposto por Agache parte do traçado do sistema de ligação direta Norte-Sul, por onde iria passar e quais as vias seriam afetadas.