Incompatibilização de Pedro Ernesto – 01/10/1934


Na nossa foto de hoje vemos a cerimônia de incompatilização  do Prefeito Pedro Ernesto, para poder participar da eleição para prefeito no final de 1934.
Ainda na figura de interventor Pedro Ernesto saia da função de prefeito interventor e passava a cadeira de prefeito do Distrito Federal para o vice-interventor Augusto do Amaral Peixoto, irmão do cacique político fluminense, que estava a direita de Pedro Ernesto.
Na esquerda do grande prefeito vemos meu bisavô, Antônio da Rocha Leão que era empossado como Chefe do Gabinete do Prefeito, função hoje equivalente ao secretário da Casa Civil.
Todos eram membros do a época fortíssimo Partido Automista, que tinha como âmago e principal plataforma política a total independência fiscal e legislativa da cidade do Rio de Janeiro da influência do poder federal, a transformando em uma unidade federativa autônoma. Tal ideal foi o embrião do que foi o bem sucedido Estado da Guanabara e foi a bandeira política de meu bisavô até sua morte ( http://www.rioquepassou.com.br/2007/07/06/autonomia-do-distrito-federal/ ).
O curioso é que Augusto do Amaral Peixoto, combatente da tentativa golpista de julho de 22, aderiu à causa do tenentismo em novembro daquele mesmo ano e tomou junto com outros oficiais, dois vasos de guerra da Marinha. O todo poderoso Couraçado S. Paulo e o torpedeiro Goiais. Sendo perseguidos e bombardeados barra a fora o S. Paulo conseguiu ir até  Uruguai onde a tripulação pediu asilo político, já o Goias, muito avariado teve que se render.
Em 1936, quando Pedro Ernesto, praticando uma política muito parecida com a de Roosevelt foi cassado como comunista, trocou de lado dentro do próprio partido autonomista, sendo ele próprio levado ao limbo político com o Estado Novo, o qual foi contrário, tendo então voltado a Marinha, durante a Segunda Guerra.
Na redemocratização, junto com meu bisavô fundou o PSD, que curiosamente no Distrito Federal foi a casa de praticamente todos os ex-autonomistas, pouquíssimos foram para o PTB e quase nenhum para a UDN.  Foi deputado federal guanabarino pelo PSD em Brasília até o golpe de 64,  com a dissolução do legislativo e a extinção dos partidos polítcos. No advento do bipartidarismo  se filiou ao MDB e foi deputado estadual do EGB. Seu nome encabeçava a listinha telefônica da Tia Clarice http://www.rioquepassou.com.br/2005/10/29/lista-de-telefones-do-psd/

5 comentários em “Incompatibilização de Pedro Ernesto – 01/10/1934”

  1. A atual prefeitura “homenageou” o Pedro Ernesto com a maçaroca viária entre a Ayrton Senna e a Abelardo Bueno.

  2. Que bom que voce voltou a postar. Já li os anteriores e estão supimpas.
    Pedro Ernesto também é homenageado com o nome do Hospital Universitário da UERJ, não sei por qual motivo.
    Normalmente quando um cara tem boas ideias na administração pública, é afastado.

    1. O hospital universitário, bem como o Miguel Couto foram construídos na gestão dele. E o Souza Aguiar ganhou a primeira ampliação.

  3. Nome bem lembrado quanto aos hospitais sem dúvida. O que não dá pra entender o porque o Ayrton Senna é nome de avenida na barra e o Mario Covas na Niteroi-Manilha. Devem ter feito muita coisa pela nossa cidade!

    1. Acho que a ideia original era chamar de Ayrton Senna a avenida do autódromo Nelson Piquet, mas o Abelardo Bueno e família pelo jeito tinham mais força… Foi mais fácil mudar a Avenida Alvorada.
      Se bem que agora também não tem mais autódromo…

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