Postal do Quarto Centenário – Região da Rua do Carmo


Nesse postal da coleção do Fernando França Leite, temos um dos postais da série comemorativa do Quarto Centenário e que mostra uma parcial do Centro, mas notadamente um pedaço da Rua Primeiro de Março e a região da Rua do Carmo.
Como o prédio da Candido Mendes ainda não havia sido construído podemos ver o que sobrava do velho Convento dos Carmelitas, nessa época ameaçado de total desaparecimento como falava em obra de dez anos antes Vivaldo Coaracy “…ainda existe a mor parte do edifício original, ali na esquina da Praça XV com a Rua Sete de Setembro. A fachada que dá para o largo foi modificada, a pretexto de embelezamento, no fim do séc. XIX ( sabemos hoje que foi no período Passos, possivelmente 1907). Quem porém, quiser ter uma idéia do primitivo aspecto, olhará, enquanto for tempo, para a face, que na 7 de Setembro faz face com a Catedral, ou para os fundos voltados para a Rua do Carmo. Enquanto for tempo, diz-se, porque o antigo monumento está condenado. Já seus presentes moradores receberam ordem judicial de despejo. Como vem acontecendo com todas as velhas construções da cidade, o primitivo Convento do Carmo, vai ser demolido, para em seu lugar levantar-se um edifício moderno, de numerosos andares, em que o Banco do Brasil pretende concentrar todas as suas desdobradas seções e seus múltiplos serviços.” .
De fato o prédio com sua fachada ecleticizada ( http://www.rioquepassou.com.br/2007/05/07/pegadinha-13/ ) e ainda em péssimo estado realmente não deveria agregar muito valor no prédio ainda mais nos anos 50 período em que se demoliu muito na cidade e que causou verdadeiros abortos urbanísticos como a orla da Praia de Botafogo abarrotada de pardieiros.
O prédio foi salvo pela seção à da Academia de Comércio, que o restaurou o mais próximo possível ao que era na época colonial, mantendo sua ala lateral, mas demolindo o que sobrava na parte central, como podemos ver um sobrado oitocentista no que deveria ser o pátio central do convento original. No miolo foi construído o grande prédio da Cândido Mendes.
Com a falência da faculdade o prédio voltou ao poder público, e o pior para o ERJ um dos piores administradores administradores fundiário que existe
Ao fundo vemos dois prédios na Rua do Carmo, ambos abrigavam bancos, os quais agora me fogem o nome, mas no atrás da da Catedral ainda há no brasão localizado no topo do prédio bem na esquina da Carmo com Sete de Setembro o nome do velho banco, adquirido pelo BEG nos anos 60, e hoje  certamente perdido no bolo dos ativos podres do banco. Na sua agência, virada para a Sete de Setembro por muitos anos no sub-solo funcionou a sala com os cofres de aluguel do BEG e depois Banerj.
Já o prédio com o grande letreiro no seu topo foi expropriado há alguns anos pela PGE, que precisava de mais espaço, visto que seu velho prédio, antiga Caixa Econômica e depois Pretório do TJ-DF (  http://www.rioquepassou.com.br/2011/02/03/edificios-do-poder-judiciario-do-df-anos-50/ ) não dava mais condições operacionais ao órgão. O prédio foi submetido a um intenso retrofit que manteve todas as suas características externas e ainda lhe devolveu as luminárias art-déco ( http://goo.gl/maps/8ywvk ) nas galerias agachianas. O prédio mantém em seu sub-solo uma enorme câmara forte a qual foi impossível desmontá-la.