Uma imagem que poucos viram, ao menos que fossem motoristas ou desembargadores do TJ, o Bunker que existe por debaixo da Praça dos Expedicionários no Castelo.
O abrigo foi construído na paranóia que envolveu a cidade do Rio no início dos anos 40 que poderíamos ser bombardeados por artilharia ou foguetes lançados dos temíveis U-Boats nazistas, ou até mesmo ficarmos sob fogo de algum couraçado de bolso alemão.
Deu-se então um frenesi de construção de abrigos, quase todos em prédios particulares que subiam em bairros como Copacabana, Leme e Flamengo, alguns eram as garagens, reforçadas e com centenas de colunas que praticamente inviabilizavam seu uso, outros eram quartinhos no sub-solo com grossas paredes e teto, houve até casos em que toda a laje entre o pilotis e o primeiro andar foi reforçada com placas de aço para resistir ao colapso do prédio acima.
Mas a cidade carecia de abrigos públicos, visto que como Londres e até mesmo Berlin ela não possuía sua rede de metrô, foi então que o governo Vargas autorizou a construção de vários abrigos anti-aéreos na cidade, sendo que o único que ficou pronto antes do fim da Guerra foi o do Castelo o primeiro a ser construído certamente pensando-se na segurança dos inúmeros funcionários públicos que ocupavam os novos ministérios e repartições no novo bairro.
Com o fim do conflito o espaço foi convertido como estacionamento coberto, e que aparentemente seria aberto ao público, mas nunca o foi servindo a vários órgãos do governo e por fim ao TJ. Seu acesso de dava por uma entrada em curva a abrigada por uma grossa parede em “dente” junto a velha rua da Misericórdia, e depois da destruição do velho bairro pelo deslocado Beco da Música. Com todas as obras realizadas para a construção dos 4 novos prédios do TJ-RJ, um deles praticamente na frente da velha entrada não sei como ficou o acesso ao local hoje.
Vemos na foto que o posicionamento dos pilares é muito parecido com a da garagem da Galeria Menescal, outro bunker da época, e mais ao fundo grossas vigas se projetam do teto e unem parcialmente a rede de pilares, as visitas no teto aparentemente abrigam pinos ou parafusos de algum tipo de protensão.
Tempos de paranóia.
Fiquei curiosa sobre esse acesso ao bunker do Castelo.
Já tinha ouvido falar nesses abrigos, e o que realmente impressiona – mas não surpreende – é o total desprezo pela proteção da população. A paranóia, justificada ou não, não foi suficiente para que se pensasse em abrigos públicos.
Dr D’ disse tudo…
Caramba incrível,acho que muita gente assim como eu desconhece
esse local. Iria morrer sem saber. Valeu Andre.
Nunca havia visto. Boa!