Av. Alm. Barroso, conflito de PAs


Nossa foto de hoje mostra dois PAs, o da era Passos e o pós Plano Agache convivendo nos seus últimos dias na Av. Alm. Barroso.
O velho oiti, plantado na Av. Barão de São Gonçalo, retificada nas profundas mudanças implantadas pelo grande prefeito há mais de 100 anos atrás, marcava no distante ano de 1971 o conflito entre dois tipos de cidade, a parisiense calcada nos princípios da Belle Èpoque com  cidade feita para as grandes multidões, máquina de morar, surgida no proto-modernismo, do qual o Plano Agache bebeu na fonte.
O PA da atual avenida foi de fato criado com o Plano Agache, mas amadureceu ao longo dos anos, mais notadamente nos anos 30 e 40. Na época da nossa foto com a demolição do Teatro Phoenix que ficava à esquerda do fotógrafo o PA do resto da avenida já havia sido unificado daquele lado, assegurado pelo Ed. Marquês de Herval,  causando um dos absurdos que existe até hoje, a inexistente calçada junto ao prédio do  MP Federal,  no vértice oposto da esquina, pois o velho prédio foi construído, para ser um anexo do Palace Hotel, respeitando um PA de curtíssima duração, entre a demolição do Castelo e a criação do Plano Agache, onde a Esplanada teria uma urbanização próxima à região conquistada com a demolição do Morro do Senado, uns 20 anos antes.
Mas deste lado a existência do prédio do Jockey/Derby ainda inviabilizava o aumento da caixa de rua, que só seria efetivada quando os dois prédios ecléticos foram ao chão. Esse arranjo também complicava a operação da via em mão dulpa, vemos que mesmo na parte larga ela operava em mão única com as ilhas centrais direcionando o fluxo de tráfego.
Na esquerda também vemos o Ed. Andorinhas, destruído por um violento incêndio nos anos 80, que causou dezenas de mortes e cenas que deixaram o Brasil perplexo. O Andorinhas, dos anos 40, não resistiu ao calor das chamas foi condenado sendo demolido já nos anos 90, depois de ter passado quase uma década abandonado, palco de estórias de assombrações.
Vemos também dois exemplos de poste em estilo canadense, os mais utlizados na Esplanada, o simples de meia altura da Rua México e o com braços duplos nas ilhas centrais da Av. Alm. Barroso. Com a unificação do PA, poucos anos para frente o trecho já largo sofreu uma reurbanização ganhando largo e arborizado canteiro central com postes de 12 metros e luminárias a vapor de mercúrio Phillips, calçada padrão Praça Nicaragua e arborização por Mungubos.
Exato lugar, nos dias de hoje: http://g.co/maps/hjefz
Foto de Gyorgy Szendrodi

21 comentários em “Av. Alm. Barroso, conflito de PAs”

  1. A riqueza do acervo do Sr. Gyorgy Szendrodi trouxe nova luz a muitos pontos ainda obscuros. Um novo baú se abriu e têm revelado tesouros.

  2. Observo bem que a Alm. Barroso ainda não tinha pista dupla, gostaria de saber quando foi colacada duas pistas nesta avenida. Feliz 2012.

  3. Quer dizer então que a aquela a falta de calçada na lateral do prédio do MPF é fruto do alargamento da Almitante Barroso?
    Morreria sem saber… rs

  4. Passei boa parte da véspera de Natal “desbravando” o acervo do Sr. Gyorgy. Esta foi uma das fotos que me impressionou.
    Durante muito tempo passei em frente às obras de construção da Torre Almirante (antigo Andorinha). Hoje o prédio é ocupado pela Petrobras.
    Alguém consegue reconhecer pelo menos a empresa do ônibus que aparece na foto?

  5. Esse post me chamou a atenção de uma coisa que eu nunca tinha reparado, e acabei de conferir no Street View. Esse desencontro de PAs ainda existe entre os dois lados da Rio Branco, pois do outro lado ainda existe o Clube Naval cuja calçada aparentemente é original. As duas partes da Almirante Barroso estão deslocadas entre si por causa disso, mas ela mantém o canteiro central, só que bem mais estreito.
    O trecho que aparece na foto, era mais estreito do que em frente ao Clube Naval? Será que se os prédios do Jockey/Derby tivessem sido preservados, teriam uma “não calçada” como o MPF?

    1. A largura era a mesma, como podemos ver pelos antigos mapas, afinal a antiga Barão de S. Gonçalo começava na Sen. Dantas e terminava nas portas da antiga Chácara da Floresta, nos anos 10 foi até projetado um túnel ligando a B. de São Gonçalo à Rua da Misericórida, projeto este que não esquentou 10 anos, foi feito então um novo PA, com a demolição do Castelo no qual o prédio do MPF foi alinhado, que durou uns 8 anos, e finalmente o atual que tem algumas modificações, do final dos anos 20 até hoje.

      1. Então, se a largura em frente ao Jockey/Derby era igual à em frente ao Clube Militar existente até hoje, a Almirante Barroso poderia ter sido “duplicada” no trecho mostrado na foto, da mesma forma que foi no trecho do outro lado da Rio Branco, com canteiro central estreito.

  6. Onibus da Viação Silvestre seguido de um Aero. Linda foto
    registrando que a cidade em 40 anos (muito rápido) mudou
    para pior no centro.

  7. Hoje ali a esquerda fica o Ed Rio de Janeiro, onde fica a agencia da minha empresa, caminhei muito por ali, quando olhei a primeira vez a foto e a esquina da Rua México , me perguntei onde estava o Edifício, mas o street view me deu uma luz, e impressionante as mudança da cidade com o passar dos anos.

  8. Marco, não seria aquele ônibus da Rio Diesel? o azul desta empresa era mais escuro do que o da São Silvestre, e esta sempre manteve poucas linhas até o Centro da cidade, principalmente trafegando na Almirante Barroso.

    1. Mauro, você quis dizer Auto Diesel, não? Também acho que seja um ônibus desta empresa. Eles tinham linha para o Castelo, e acho que ainda tem a 384, que se não me engano é Castelo x Pavuna.

  9. Uma coisa que ninguém reparou. Nessa foto se percebe que 40 anos atrás a pavimentação das ruas já era tão ruim quanto hoje, nada da maravilha que relembram nos fotologs. E olha que era o apogeu da Guanabara!

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