Hoje temos um post triplo com os dois Saudades do Rio, o oficial e o oficioso, que mostram a região do Mourisco, chamando a atenção para o hoje demolido conjunto de piscinas e ginásio do Botafogo ( http://fotolog.terra.com.br/luizd:2795 e http://fotolog.terra.com.br/sdorio:2703 ).
Construído no local da antiga sede náutica e garagens de barcos, inviabilizadas pelos aterros e construção das pistas da Park Way e de autoria de Oscar Niemeyer o prédio fazia parte de um projeto mais audacioso que previa inclusive a substituição da sede de Gal. Severiano por construções modernistas.
O prédio com um grande vão livre apoioado por colunas “paralelas” ao formato do “invólucro” exteno e totalmente fechado com grandes paines de vidros ray-ban e com claraboias circulares logo ganhou um dos típicos apelidos cariocas …”Mata Borrão”.
Mas nem a grife Niemeyer poupou o prédio da destruição, o Botafogo após fazer uma negociata imobiliária nos anos 70 com a Vale do Rio Doce, vendeu sua sede para a então estatal levantar sua grande sede, o que foi obstacularizado pela pressão popular culminando com a mudança de gabarito do local, ficando a Vale com um grande mico preto na mão e o Botafogo sem suas raízes. Já nos anos 90 o clube para reaver sua histórica sede, com o prédio principal ainda de pé, mas em ruínas e só um lance de arquibancadas do estádio inteiro, fez inúmeras manobras políticas, conseguindo reaver o terreno de sua velha sede, que tinha sido doado pelo poder público nos anos 30, ganhando um sítio histórico e perdendo outro a da velha garagens de barcos.
No local do modernismo, surgiu o barroco cafona do “pos-moderno” num prédio que simplesmente briga com todo o seu entorno, retirando o horizonte da Rua Voluntários da Pátria, brigando com o Morro do Pasmado, e sufocando o emboque da Rua da Passagem, um espanto de vidros espelhados, granitos arroseados corado por uma pelota dourada…
As fotos mostram também alguns detalhes do urbanismo da região, como os postes de modelo americano oriundos da Park Way e postes padrão light de braço reto, colocados ali nos anos 60 para reforçar a iluminação.
A passarela metálica que existe no local só seria colocada poucos anos a frente no primeiro Governo Chagas Freitas depois de uma sucessão de atropelamentos no local.
No fundo outra obra de mais um grande nome do modernismo o completo programa, uma máquina de morar que comtempla prédios de vários tamanhos e tipologias e atgé mesmo casas, o Casa Alta de Sérgio Bernardes.
Fotos de Gyorgy Szendrodi