Conforme já foi comentado no site em um post sobre o PA do Bairro Peixoto ( http://www.rioquepassou.com.br/2007/10/04/pa-pdf-3850-criacao-do-bairro-peixoto/ ) a atual configuração é resultado da intervenção da PDF e seu corpo técnico face ao PA 3281/39 que continha graves erros de concepção.
Pois algo que o livro sobre a história do Bairro Peixoto não indica é que houve um PA anterior, de 1938, com o número 2990, e que também não foi aceito, e substituído pelo agressivo 3281, que provocou a intervenção da PDF face as ordens religiosas que queriam lotear a região com seu traçado.
Já aviso que essa é uma imagem para ser apreciada em resolução máxima pois é riquíssima em detalhes, que inclusive solucionam esquisitisses que até hoje assombram as plantas atuais como a praça triangular e inexistente entre as Ruas Figueiredo Magalhães, Siqueira Campos e Ministro Alfredo Valadão, nomeada inclusive em guias antigos como Praça Jardim Felizberto Peixoto, ela está lá, e certamente a razão de estar pois o PA 3850 apenas abrangeu a área interna do atual Bairro Peixoto, deixando não regulamentada a externa. Na planta vemos claramente a praça triangular que seria acessada por 3 travessas de 4 metros de largura, uma na Siqueira Campos, outra na Figueiredo e a última da Rua Min. Alfredo Valadão. A ocupação seria pouco verticalizada, o gabarito seria ainda mais restritivo, permitindo apenas prédios de 2 pavimentos, exceto nos terrenos com frente para a Rua Siqueira Campos e Henrique Oswald.
A Praça teria uma disposição completamente diferente de hoje, um grande L que margearia as Ruas Anita Garibaldi, Capelão Alvares da Silva, Maestro Francisco Braga e Tenente Marones de Gusmão, traçada em local diverso de hoje, um uma de suas pontas seria abrigada uma escola, com a frente para a Rua Maestro Francisco Braga.
As praças centrais de quadra, ainda seriam implantadas na Rua Henrique Oswald, e entre a futura Rua Joseph Bloch, a retificada e hoje desaparecida Tenrenreiro Aranha, Figueiredo e Siqueira, certamente mais agradável que o horrendo paredão do Shopping Cidade de Copacabana.
A rua mais larga do loteamento seria a Décio Vilares, com 24 metros de largura total, canteiro central, ligando a praça a uma via não realizada, com comunicação ao que seria a Rua Maestro Francisco Braga por outra travessa de 4 metros, que aliás seriam várias. Outro ponto curioso é que a Rua Santa Clara se conectaria com o novo loteamento em 2 pontos, na atual curva da R. Maestro Francisco Braga e junto ao cull -de-sac da mesma via, quase na esquina com a Rua Tonelero.
Com esse tecido o Bairro Peixoto se tornaria totalmente de passagem, algo que talvez os técnicos da prefeitura não desejassem, principalmente na vontade de seu doador, e certamente as restrições ao gabarito cairiam rapidamente, como caíram na Rua Santa Clara e na Figueiredo de Magalhães já no meio dos anos 40.
De todas as travessas realizadas só temos a hoje Travessa Moacyr Deriquem, que não ficou ao ar livre, mas virou servidão entre dois prédios, e outras conexões entre quadras como a decadente galeria comercial do Ed. Sobral & Sobral entre as Ruas Siqueira Campos e Figueiredo de Magalhães, quase na frete do Hospital Copa D’or e as do Shopping Cidade de Copacabana.
Na planta, montada por cima de fotografias aéreas de poucos anos antes, vemos em destaque a enorme casa de Felizberto Peixoto na esquina do prolongamento da Rua Anita Garibaldi com a Tonelero, alguns terrenos vagos e um bairro que respirava melhor pois as construções, todas baixas, em quase toda sua totalidade não se colavam em mais de uma das divisas dos terrenos.
Teria sido melhor que hoje, possivelmente não pois como já falamos acima não haveria o isolamento do tecido interno do Bairro Peixoto, e a pressão por aumento do gabarito seria muito grande.