No chão, derrubado pelo excesso da cerveja da latinha azul que num dumping que só prejudica a cidade abasteceu todos os pontos de venda irregulares, a figura do Carnaval de Rua Carioca de 2011.
Passado o carnaval e baixada a poeira constatamos o que já observamos ano passado, a cidade não comporta a “moda” dos blocos de rua. O site, nos tempos de fotolog lá pelos anos de 2004 e 2005 se mostrava entusiasmado com a volta do espírito irreverente do carnaval de rua, mas infelizmente o bloco de carnaval, notadamente os localizados na Z. Sul virou uma moda tal como uma boate do Ricardo Amaral ou do Chico Recarey nos anos 80 e 90. Em 80% dos blocos não se samba ou desfila há apenas um cortejo, onde uma multidão apertada, carrega sua latinha azul, consumida com voracidade, pois basta virar para o lado para conseguir outra. A eliminação do líquido da latinha azul transformado organicamente em outro líquido amarelo é simples, basta encostar em algum lugar e descarregar, pois dada a multidão é impossível garantir banheiro para todos.
Além disso vimos a “bahianização” do carnaval carioca, com trios elétricos monstruosos que bloqueiam mais ainida as estreitas ruas onde muito desses blocos passam, ensurdecendo moradores e derrubando alpinistas de trio. Pra ficar pior basta unir a Bahia ao Sertanejo, num orgasmo brega bandeirante, como aconteceu em pleno Leblon onde um “bloco” tocava do alto de um trio música sertaneja, maior violação à Momo não há.
Fora isso, pelo gigantismo e falta de controle do público e das autoridades vimos cenas de vandalismo em áreas de proteção ambiental sendo reflorestadas, imóveis, automóveis e mobiliário urbano.
Acredito piamente que uns 70% dos frequentadores ignorava o carnaval como festa popular até uns 3 anos atrás, e vão aos blocos como iriam a um barzinho ou point de azaração. Nunca foram a um Bola Preta esvaziado no início do séc. XXI onde nem mais era autorizado a usar a Av. Rio Branco, bem como aos pequenos e mais antigos blocos de bairro, excessão talvez ao Suvaco de Cristo, conhecido pela reputação de abrigar uns 20 lutadores por metro quadrado puxando cabelos de meninas.
Além do mais assistimos estarrecidos o loteamento do espaço público, com ingresso de “serviço de buffet” por mais de R$ 50,00 pelo próprio Bola Preta, que aliás não deveria fazer tal expediente por N motivos, mas o principal por ser regiamente subsidiado pelo poder público, inclusive com a doação de sua nova sede, pois a tradicional foi penhorada por débitos junto ao condomínio do Ed. Municipal.
Ter o principal patrocinador do carnaval um empresa que notadamente contribui com o aumento do mijo, também me parece totalmente desacertado, além do mais ela fez a alegria dos ambulantes, como aliás já falamos, vendendo seu produto em grande quantidade nos super-mercados, como também franqueando aos irregulares coletes, quarda-sóis, isopores, camisetas etc… um verdadeiro estímulo ao comércio ilegal e a sujeira das ruas.
Por fim basta perguntar o que interessa ao nosso alcáide: Uma cidade travada, engarrafada, depredada e imunda, com o comércio formal fechando as portas ao desfile de cada bloco, ou uma cidade sob controle ,com o ICMS e ISS sendo arrecadado de forma correta no auge da temporada turística, por turistas que não mijem na rua, não destruam jardins e áreas públicas, não arranquem fones de orelhões e não bebem uisque ( vagabundo mesmo) no gargalo as 9 horas da manhã?
Fica aqui a impressão que no momento o mais autêntico passa a ser a cafonália da contravenção que acontece no horrendo sambódromo !