Saímos do Rio, da Guanabara, do Distrito Federal e do Município Neutro para o antigo Estado do Rio, para mais uma vez batermos na tecla que vemos batendo desde 2003, a praga da ocupação irregular, fomentada pelo populismo, comodismo, oportunismo e claro pela bica d’água, com nomes pomposos de siglas e muito marketing político, e ignorância do povo, sempre bem cultivada pelos governantes, como um grande facilitador.
A tragédia que já ceifou 500 vidas nas cidades de Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo talvez não poderia ser evitada, mas certamente poderia ter seus tristes números em muito diminuídos se a galopante favelização das cidades serranas inciada no final dos anos 80, início dos anos 90, alimentada por políticos que se inspiravam no socialismo moreno da capital não tivesse se instalado nesses municípios.
Kaleme, Posse e Barra do Imbuí em Teresópolis, Duas Pedras em Nova Friburgo, São José do Vale do Rio Preto e em partes do Vale do Cuibá em Petrópolis foram exemplos de construções irregulares feitas em encosta e zonas de expansão de leito do rio que contribuíram com sua massa, ao desabarem e serem arrastadas alimentarem a voçoroca que desceu vales abaixo ceifando ainda mais vidas, fora as dos ocupantes destas primeiras construções.
Todos que convivem com a região serrana tem na ponta da lingua os administradores que por benefício político permitiram esse absurdo, ironia um deles estar desaparecido e possivelmente morto, e que devem pagar seu preço. Não tirando a culpa de pelo menos das últimas 4 administrações federais que simplesmente ignoraram a habitação popular e das classes D e C, dando sua importante contribuição para a invasão de áreas não edificantes.
Até quando vamos ver as miseráveis cenas que se repetem a cada ano, notadamente das crianças mortas, sem nenhuma culpa do mal que lhes fulminou ?????
Lembro que o Rio de Janeiro não está livre de tais fenômenos climáticos, pois eles já aconteceram, uma cabeça d’água no Morro Dois Irmãos pode causar fatalidades muito maiores que as que estamos vendo agora, chocados.
Pelo fim do populismo habitacional em nosso país, pela remoção da população em áreas que não deveriam ser e estar ocupadas, não importando o “prejuízo” político que isso possa causar.
Na foto de hoje a antiga Estrada das Hortências que ligava Teresópolis à antiga União Indústria, que há pelo menos 25 anos assistiu suas hortências sumirem pela ocupação desordenada da região, até quando senhores administradores, até quando !!!!
é. Andre…
No lugar das hortências temos hoje os cadávares das crianças, das pessoas e dos animais de estimação.
Até quando? Até sempre. Isto não vai mudar nunca.
O processo de favelização é generalizado e é uma das causas das tragédias. A omissão do Poder Público é impressionante. Sempre fico abismado como todos esses políticos conseguem encostar a cabeça no travesseiro e dormir com tantas mortes nas costas.
Vale a pena dar uma olhada no link ao lado:
“promessas do Eduardo Paes”.
Não sei se é para rir ou chorar…
“Sempre fico abismado como todos esses políticos conseguem encostar a cabeça no travesseiro e dormir com tantas mortes nas costas.”
É isso aí Dr D’…
Todos ficamos abismados.
Mas isso tem nome e sobrenome: egoísmo e psicopatia.
O mais risível é ver o seu Cabral condenando o populismo das prefeituras anteriores que permitiram a ocupação de encosta. Primeiramente ele e seu amiguinho Dudu deveriam olhar aqui na capital a verdadeira escalada da invasão que está acontecendo nos morros com UPP, com preços de especulação imobiliária total, como noticiado aqui há quase um ano http://www.rioquepassou.com.br/2010/04/09/.
Quero ver quando ocorrer aqui na Capital o que ele falará, sendo ele um dos partícipes da industria da invasão.
Concordo em tudo que você escreveu André , conheço bem
a região atingida e estamos eu e minha mulher aguardando
notícias de amigos e parentes que residem em Nova Friburgo
e ainda não deram notícias. O descaso dos governos municipais , estaduais , e federal leva a essa desgraça que
não tem fim, mas há verbas para pan americano copa do mundo
e olímpiada e para derrubar a avenida perimetral.
Cumprimentos , Marco Antonio.
Logo que soube da tragédia meu primeiro comentário foi sobre esta estrada.Falava da minha decepção depois de muito tempo ter mantido a imagem da foto em minha mente, e há pouco mais de dois anos a decepção que tive ao passar por lá e ver em vez de hortencias, barracos, poluição, a ocupação desordenada de um país que não cresceu, mas sim ficou inchado por uma doença chamada política irresponsável.Foi bom ver a foto, lamentável foi ver que aqui mais do que em qualquer lugar a expressão: “Visite logo antes que acabe” tem muito da razão de existir
Pois é, futuro não dá voto. Mas logo o futuro vira presente. Poucos notariam se a tragédia fosse apenas o futuro do pretérito. Ou não entenderiam nada se nada acontecesse em função de a própria vegetação ter feito seu serviço…
E o prazo do político é de quatro anos querendo evitar o “prejuízo”. Até quando?
Já localizamos nossos parentes de Nova Friburgo, todos bem.
Mas a chuva continua , infelizmente.
Caros,
Vocês fazem um discurso muito pomposo sobre a favelização e como isso contribuiu para os desastres, mas parecem ignorar que muitas das construções irregulares que vieram a baixo com as recentes chuvas são de famílias muito abastadas. Quando vão começar a criticar a ocupação irregular feita pelos Gouvêa Vieira, por exemplo. Aqui mesmo na cidade do Rio de Janeiro existem vários outros exemplos de encostas ocupadas irregularmente por famílias da alta sociedade. Quando vão mandara uma retroescavadeira bater no portão deles?
É muito fácil criticar, pois não temos o hábito de nos colocar no lugar de quem criticamos antes de fazê-lo. Concordo que o prefeito não deveria permitir o surgimento e o crescimento das favelas, mas pergunto: Que alternativa ele tem?? Criar um conjunto habitacional na casa do chapéu? Mandar as pessoas para lá com casa inacabadas? Eu só iria para um lugar desses se a minha casa pegasse fogo!! (ops, acho que o governador cuidou disso) O mais interessante dessa história é que o conjunto se tornou uma nova favela.
O único modo de um dia sermos capazes de acabar com as favelas não é impedir a construção nas encostas, nem expulsar as pessoas que lá moram. Nós precisamos é lutar para que toda a nossa população tenha condições de adquirir uma moradia digna. Precisamos parar de proliferar a miséria. Precisamos tirar o nosso povo da miséria. A única forma de fazermos isso é dando a todos uma educação de qualidade. Precisamos de bons colégios e de professores bem pagos, mas isso não é o bastante. Precisamos de um colégio que dê condições para o aluno estar lá, sem ter de trabalhar. Para isso, ele deve oferecer 4 refeições, ou 5 para os alunos internos, atendimento médico e opções de lazer. Sei que para muitos isso parece um sonho, mas esse sonho é real, ou pelo menos foi, nos Centros Integrados de Educação Pública, de Leonel Brizola.
Concluo, deixando minha solidariedade a todos que foram atingidos, direta ou indiretamente, pelos desastres recentes, mas lembrando que não podemos apenas repetir o que é dito pela mídia sem alguma reflexão.
Como se justifica mais de 700 mortes? E o número não para de crescer?
“favelização das cidades serranas inciada no final dos anos 80, início dos anos 90, alimentada por políticos que se inspiravam no socialismo moreno da capital não tivesse se instalado nesses municípios.”
Andre,
Não podemos esquecer de culpar os que governaram o norte e nordeste; Arraes, Sarney, Collor e muitos outros que nada fizeram duranhtes anos para melhorar a vida da população dessas regiões obrigando-os vir para as grandes cidades tentar sobreviver.
O pior resultado dessa migração vivenciamos nesses últimos 8 anos com o “molusko” e outros…rs
Abs.
Cheguei aqui pesquisando o Líbano da Djalma Ulrich…