Temos um post triplo com oSaudades do Rio ( http://fotolog.terra.com.br/luizd:2359 ) e o Outro Mundo ( http://fotolog.terra.com.br/outromundo:1369 ) o assunto é Rua Barata Ribeiro.
Nossa foto mostra a boca virada para Rua Barata Ribeiro do túnel Sá Freire Alvim logo após sua abertura para o tráfego, ainda em obras de acabamento e sem a área que existe por de cima da sua boca, hoje um pequeno santuário.
A construção do túnel viabilizou a realização de um PA de anos antes que visava corrigir uma distorção, criada em 1910, quando da união das Ruas Barata Ribeiro e Dr. Pereira Passos, concretizada no final dos anos 20, que de forma inexplicável deu a largura deste prolongamento nas terras dos Constante Ramos a largura da via mais estreita, diminuindo mais de 3 metros de caixa de rua. O mais grave foi que o trecho após a Rua Xavier da Silveira, aberto somente nos anos 30 foi ainda mais estreito com apenas 9 metros de caixa de via, face ao trecho incial de 14 metros de caixa e 20 de largura total, recuo a recuo.
Isto mesmo depois de poucos anos antes o Plano Agache já ter determinado a construção do túnel atravessando o morro do Pavão, num total exercício de falta de visão e planejamento urbano, o que levou as construções se projetarem num alinhamento que seria modificado sem nenhuma dúvida e árvores serem plantadas já condenadas a um corte futuro.
Somente no final dos anos 40 foi determinado um novo PA unificando a largura de toda via, isso quando já havia todo um tecido urbano implantado, o que causava a necessidade de demolição de algumas construções por elas ficarem praticamente rentes ao meio-fio ou o desaparecimento de jardins, áreas de recuo etc., o que certamente adiou sua implantação imediata. Fato esse que pode justificar a demolição de quase todas as antigas construções da via em uma janela de tempo muito pequena e os absurdos que vemos em vários imóveis antigos sobreviventes onde a calçada restante tem menos de um metro de largura, as vezes sendo bloqueada por postes. Grande parte desses exemplos são velhos sobrados de esquina que por falta de profundidade dos lotes, já espremidos quando da abertura da via nos anos 20, que já havia lhes tirado um naco do lote na época o novo afastamento da via, pós anos 40, praticamente congelou as contruções para toda a existência. Fora os raros casos de prédios já de concreto armado, construídos nos anos 30 ou início dos anos 40 que ficaram debruçados na rua, notadamente as rampas de garagem.
Esses imóveis restantes deveria ter sido desapropriados parciamente quando da unificação do traçado, já nos anos 60, mas certamente isso não ocorreu pelo alto valor fundiário do bairro.