Nossa foto de hoje mostra o início da mudança do traçado da Rua da Misericórida.
Se com a construção da Esplanada e a abertura da Av. Pres. Antônio Carlos, tivemos a união do traçado da nova via com a ancestral da cidade nas proximidades da Igreja de São José, os planos para essa nova área da cidade, tão confusos pelo abandono do Plano Agache e o aproveitamento de vestígios deste com modificações do Plano 100 determinaram que a velha rua desaparecesse de vez, pelo menos como tinha sido traçada de forma expontânea nos primórdios da cidade entre as fraldas do Castelo e a Praia de D. Manoel.
Os planos para a construção do conjunto da Adm. Distrital foi o início da destruição do lado que restava da rua, pois o junto as fraldas do Castelo já tinha sido demolido antes, principalmente com a construção da Praça dos Espedicionários. Como só se construiu o Ed. Estácio de Sá, a idéia foi abandonada, mas continuava a se demolir o velho bairro, com o arruinanemto das velhas construções ou com processos de desapropriação movidos pelo poder público.
Nos anos 50, com a desculpa da Perimetral, demoliu-se uma grande leva de imóveis junto a Santa Casa e o Largo da Misericórdia, muito longo do traçado do viaduto, mas ou menos na linha do primeiro plano, dos anos 30 ( http://www.rioquepassou.com.br/2005/09/06/perimetral-a-serie-i/ ), mas que já estava abandonado desde os anos 40.
No início dos anos 60 resolveu-se dar o destino ao que sobrava do velho bairro, o novo Palácio da Justiça, um complexo de 3 prédios que sepultaria trechos inteiros do velho bairro, inclusive a própria rua que lhe dava nome, além dos becos dos Ferreiros, Guindaste, Pequeno, Boa Morte etc…, o que não foi atingido diretamente pelo prédio do fórum caiu para a abertura das novas vias e os poucos lotes remanescentes para nada, gerando áreas descampadas que por décadas ficaram ociosas na região.
Nossa foto de hoje mostra uma construção com cara de provisória, localizada numa parte da região do Forum, na esquerda vemos que o prédio mais moderno e mais alto do bairro da Misericórdia, na esquina da via que dava nome ao bairro com o Beco da Boa Morte, construído nos anos 20, inclusive respeitando um novo PA, ia ao chão, dando pouquíssimas chances de sobrevivência ao bairro. Ao fund um cenário de terra arrasada, com algumas vias abertas fora do traçado do velho bairro e um mar de carros estacionados.