Continuamos no tema do post de segunda passada, mostrando a destruição do Bairro da Misericórdia, se no último post sobre o assunto ainda tínhamos vestígios de um bairro, que era demolido a toque de caixa, na foto de hoje vemos que muita pouca coisa restava.
A Rua da Misericóridia já não possuía mais nenhum imóvel no que eram as fraldas do Morro do Castelo, as construções que víamos na segunda sumiram, e um poste mais à frente marca o início daquela via criada para ligação com a Pres. Antônio Carlos a qual mostramos na última foto. Vemos muito mato, terra arrasada e um mar de carros, além de um barracão que pode ser o canteiro de obras do forum, que derrubou o resto do bairro, principalmente junto a Rua de D. Manuel, desaparecendo assim o que restava de vias como os Becos dos Ferreiros e do Cotovelo, cujos os processos de desapropriação ainda assombravam o acervo da PGE nos anos 90 do séc. XX.
A Ladeira da Misericódia é tomada pelo mato e nem as amuradas que existem hoje delimitando a via existiam, era apenas abismo onde antes havia imóveis, demolidos nos anos 50, o nosso poste em estilo NY está lá no mesmo lugar desde os anos 10 assinalando as demolições brutais, que podem ser comprovadas nesse link ( http://www.rioquepassou.com.br/2007/09/11/ladeira-da-misericorida-i/ ).
Os trilhos de bonde já abandonados sem rede elétrica, pois o bairro que eles serviam não existe mais marcam ainda mais o desolador cenário, bem como não há mais nenhuma árvore no Largo, certamente removidas dentro da política de terra arrasada.
Na direita vemos uma marquise que servia a uma das portas do prédio do Ministério da Agricultura, ainda funcionando como repartição pública, e que em menos de 10 anos caíria também, numa das demolições mais antagônicas já feitas no Rio, tombando junto com o Palácio Monroe e o pior pouco mais depois de um ano do seu entorno ter sido todo urbanizado, no último governo da Guanabara, certamente dentro dos planos de uma ditadura de remover o maior número de símbolos de poder federal da outrora capital do Brasil, a “cidade rebelde”.