Uma cena que vai se rareando pela cidade, pela desconfiaça do povo, pela pressa, pela falta de educação ou pelo simples egoísmo, a do ceguinho sendo atravessado.
Nessas duas imagens vemos duas boas samaritanas ajudando um ceguinho, já idoso, a galgar o selvagem cruzamento da Av. Nilo Peçanha com a Rio Branco, um dos mais movimentados da cidade nos anos 50.
Como podemos observar pela sequência o senhor foi pego no momento de abertura do sinal e as duas moças puseram-se em resgate antes que ele fosse atropelado por algum lotação insandecido.
A ótica que vemos ao fundo resistiu bravamente até o final dos anos 80 na loja, quando a decadência da esquina, juntamente com o esvaziamento dos prédios próximos pôs fim ao negócio, hoje temos uma loja de colchões no local, que pela proximidade com o antigo prédio do BEG hoje ocupado pelo Governo do Estado e seus Barnabés deve faturar bem.
O urbanismo possui elementos de época como os tachões metálicos indicando a travessia de pedestres, o poste em estilo canadense à esquerda e o tradicional da Rio Branco a direita. Ao fundo o Club Naval e uma sensação ainda de amplidão na Rio Branco, pois nessa parte ainda não tinhamos nenhum prédio fora do contexto de sua construção no início do séc. XX.
No cruzamento ainda podemos ver uma figura muito comum nos cruzamentos da cidade antes do aumento da frota de motos, a do “fundista”, que ginga em desabalada carreira com a gravata ao vento e o paletó aberto tentando não ser atropelado pelos carros que já saíram da imobilidade antes dele meter o pé no asfalto.