Fazemos hoje um contraponto com nosso ante-penúltimo post, que mostrava Copacabana na primeira metade dos anos 40, esse mostra o bairro uns 10 anos depois, curiosamente englobando praticamente o mesmo trecho, mas visto em sentido contrário e por via aérea, dando mais profundidade ao horizonte da imagem.
Vemos a orla do Ed. Albion, no meio do quarteirão entre as Ruas Santa Clara e Constante Ramos e o Ed. Mondezir, pouco depois da esquina da Rua Xavier da Silveira, no seu quarteirão com a Miguel Lemos.
Podemos observar que o número de prédios na orla aumentou, contando com clássicos do bairro, alguns já demolidos com o Ed. Rian, que abrigava o cinema homônimo eo Ed. Guarujá, onde além de termos uma perfeita idéia de seu tamanho observamos com ótima perspectiva o seu recuo em relação a praia, por determinação do Plano Agache.
Além disso a foto nos mostra duas das maiores casas do Posto IV a de Odete Monteiro, onde hoje está o Ed. Champs Elysées e a da Família Paranaguá, na esquina com a Barão de Ipanema.
Apesar de enormes vazios, que nos permite ver a cúpula da Igreja de São Paulo Apóstolo na esquina das Ruas Barão de Ipanema com Leopoldo Miquez, o bairro se verticalizava rapidamente, com inúmeros prédios em construção, nos 05 anos seguintes teríamos o início do esgotamento urbano do bairro, por enquanto só a orla estava sendo inviabilizada, com uma grande área de sombra na parte da tarde. Esse seria o momento de se controlar as construções, praticando até mesmo uma moratória, enquanto uma legislação edilícia para o bairro não fosse implementada.
Nessa época assistiríamos a decolagem da Construtora Corcovado que em menos de 10 anos promoveu a construção de centenas de prédios com arquitetura e tipologia especulativa, entre eles prédios com o Master, o Manchester o Lancaster, com dezenas de apartamentos por andar. Ou então os Duques, Príncipes e Barões da nobreza inglesa, para os prédios de melhor gabarito, mas de pouco inspiradas fachadas e usando os lotes de forma agressiva.
Na orla 03 linguas negras, sendo que a da Rua Barão de Ipanema persiste até hoje, em companhia das das Ruas Aurelino Leal, Santa Clara e Souza Lima, todas essas resultantes do despejo de esgoto nas galerias pluviais pelas tão queridas (para nossos governantes) favelas, do Chapéu Mangueira, Tabajaras e Pavão-Pavãozinho.
E por falar em Pavão-Pavãozinho vemos poucos e precários barracos na parte alta do morro, onde a favela começou, estando hoje praticamente na Av. Copacabana, crescendo de forma incontrolável, fagocitando o tecido urbano formal da Rua Saint Romain e encostas com mata.
Mais uma foto para ser vista em resolução máxima, clicando-se na imagem.
Andre, até onde você considera que é Posto 4?
A Barão de Ipanema ficava muito mais próxima do Posto 5 do que do Posto 4.
Pois é Luiz, ao escrever acabei raciocinando com a posição atual dos postos
Que foto fantástica!
É possível ver os jardins do Guarujá, antes do mesmo desaparecerem vendidos para construção de um edifício que acabou alterando o endereço do Guarujá, da Av. Atlântica para a Domingos Ferreira (acho inclusive um dos exemplos mais clássicos da época áurea da especulação imobiliária).